Outeiro Secano em Lisboa

Julho 23 2013

 

O Charrua em Lisboa é referenciado como um Restaurante situado na zona do Arco do Cego, mais propriamente no cruzamento da Av. Duque de Ávila, com a Rua da D. Estefânia.

Mas já em Outeiro Seco pese embora a charrua seja um utensílio muito utilizado na actividade agrícola, todos associam o Charrua ao fogueteiro de Vilarandelo.

Apesar de várias vezes contratado para a festa da nossa aldeia, o Charrua nunca ali obteve um êxito como o seu vizinho, o Sonim que em 1945 ganhou o Despique pelo Eiró. Pelo contrário, o Charrua protagonizou na nossa aldeia duas situações, deveras dramáticas.

A primeira ocorreu no ano de 1965, quando com o primeiro foguete do arraial, provocou um incêndio considerado um dos mais dramáticos na aldeia, ainda que não tenha morrido ninguém, mas pelas suas proporções dantescas, queimou uma boa porção da palha produzida na aldeia, e pôs mesmo em perigo o Bairro do Pontão.

A segunda ocorrência foi poucos anos depois, quase no mesmo lugar, ainda que não fosse no dia da nossa festa, as consequências acabaram por ser quase as mesmas. Desta vez não arderam os palheiros da palha, mas arderam as medas ainda com a palha e o grão.

Foi no dia 25 de Julho do ano de 1971 ou 1972, este dia é consagrado ao S. Tiago e tem para os de Vilarelho da Raia, o mesmo significado que para nós outeiro secanos o dia de S. Miguel. As acarrejas ainda estavam no auge e os Pispalhas, tinham ainda o pão emedado no Cruzeiro.

O Charrua levava o fogo para o S. Tiago, em cima do tejadilho de um táxi. Ao passar no Cruzeiro, um lugar amaldiçoado para ele, sem se saber como, o fogo desprendeu-se caindo do carro em andamento, provocando uma explosão que sobressaltou a aldeia, assim como um incêndio numa das medas do António Pispalhas, ali mesmo à beira da estrada.

Quando o motorista se apercebeu da eminência do desastre, meteu prego a fundo e quando o fogo estourou, já o carro estava distante do local.

Esta semana é o S. Tiago, diz-se que por esta altura já pinta o bago, mas apesar de ser festa em muitas localidades, nesse ano em Outeiro Seco, esteve-se à beira de uma grande tragédia.

publicado por Nuno Santos às 13:00

Um outeiro secano residente em Lisboa, sempre atento às realidades da sua terra.
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