Estou que nem posso, ontem levei mais um rude golpe ao conhecer as novas propostas que o governo, vai apresentar no Conselho da Concertação Social, sobre as novas alterações à idade da reforma.
Vivemos um tempo em que só importa o presente, não adiantando fazermos grandes expetativas quanto ao futuro, porquanto essas expetativas alteram-se de um dia para o outro.
Em face do que veio publicado ficamos a saber que, independentemente de se começar a trabalhar aos 18 anos, como foi o meu caso, ou começar aos 30 anos é irrelevante, porque a idade da reforma só se atinge aos 66 anos.
A discriminação positiva consiste em que, por cada ano de descontos a mais de 40 anos, beneficia-se de uma antecipação de 4 meses por cada ano a mais. Feitas as contas eu vou ter um bónus de 28 meses, donde se as contas estiverem bem feitas, poder-me- ei reformar em Agosto de 2018.
Claro que estou contra, não só porque a medida me afeta pessoalmente, mas sobretudo, porque esta lei retarda a entrada no mercado de trabalho dos mais novos, com maior formação e capacidade inovadora, prolongando no mercado de trabalho muita gente que, por força da dinâmica das coisas, já não acrescenta valor às empresas.
Como a minha profissão obriga a uma constante atualização, de normas, leis e ofícios circulados, para lá de ter de gerir pessoas e conflitos, terei de encontrar um equilíbrio físico e mental, para não de ir trabalhar de bengala, como a foto ilustra.
De fora desta lei ficaram: as bordadeiras da Madeira os mineiros, os bailarinos, os pilotos e os motoristas de camião, porém nada se disse quanto aos gestores de cargos políticos e públicos, e como a sua profissão é tanto de desgaste rápido quanto a minha, espero bem que não fiquem fora desta lei que agora querem aprovar, porque se tal acontecer, a minha indignação é ainda maior.