Outeiro Secano em Lisboa

Abril 05 2014

“Lázaro, Ramos e na Páscoa estamos”. Todos nós conhecemos este dito popular atribuído a cada domingo da quaresma, sendo que estes três últimos, são os mais conhecidos. Embora os textos bíblicos nos digam que Lázaro foi o morto ressuscitado por Jesus Cristo, para a generalidade dos flavienses, o Lázaro é a festa de Verin, que, ainda que mal comparada, é uma espécie dos nossos Santos.

Todavia o Lázaro apesar da sua componente lúdica, gastronómica e comercial, também tem uma parte religiosa, pois no domingo de manhã celebram a missa em honra do santo, e fazem depois uma procissão.

Durante a minha meninice esta festa era muito aguardada, em especial pela classe média da cidade, porque era o único dia do ano em que a fronteira ficava livre para se entrar em Espanha, acontecia o mesmo no sentido inverso, no dia dos Santos.

Para nós que vivíamos próximos da raia, a fronteira estava sempre aberta, bastava que do outro lado do rio estivesse o Tegas, para tocar a barca, embora a maioria das vezes nos limitásse-mos a ficar por Feces de Abajo, porque para ir a Verin além de ser mais caro, ficávamos sujeitos aos horários de “la carretera”.

Para quem não tinha carro que, nessa altura era um luxo acessível a poucos, mesmo para os que viviam na cidade, nesse dia havia várias carreiras de desdobramento, fazendo o percurso Chaves/Fronteira, onde do outro lado estavam as “carreteras” que os transportavam a Verin. A maioria das pessoas aproveitavam esse dia para  irem saborear o “pulpo à galega”.

Havia porém um contra, a fronteira encerrava impreterivelmente à meia noite, por isso apesar do grande baile na praça central, o qual continua a fazer-se actualmente, com as célebres orquestras espanholas, os portugueses tal como a gata borralheira, tinham de regressar a casa antes da meia-noite.

Pouco depois do 25 de Abril e ainda bem antes do tratado de Schengen, as fronteiras entre Portugal e Espanha ficaram livres, por isso amanhã o destino de muitos flavienses vai ser concerteza a Verin e à festa do Lázaro.    

 

publicado por Nuno Santos às 14:34

Abril 04 2014

 

Pelo quarto ano consecutivo assistimos ontem ao concerto de angariação de fundos, para a associação Novo Futuro, uma associação com a missão de acolher crianças e jovens oriundos de famílias desestruturadas, proporcionando-lhes acolhimento e educação, num ambiente familiar.

Todos os anos colaboram neste concerto de forma gratuita, muitas figuras de topo da música portuguesa, sendo o elenco de ontem composto por: Ana Bacalhau (Deolinda) António Zambujo Carminho, Diamantina que também apresentou juntamente com o José Carlos Malato, Gisela João, Luísa Sobral, Miguel Araújo (Azeitonas) Miguel Gameiro (Polo Norte) Paulo Gonzo, Sara Correia e Tiago Bettencourt.

Apesar de ser uma quinta-feira, o Pavilhão Atlântico agora Meo Arena quase encheu. O espectáculo teve uma particularidade. Todos os cantores tiveram de cantar um tema dedicado a Lisboa, cuja cidade é das mais cantadas no mundo, estando até a decorrer um processo de reconhecimento desse facto, no livro de record do Guiness.

Apesar de ter gostado de todos os artistas, surpreendeu-me a Sara Correia, uma jovem fadista que já ganhou uma grande noite de fado, a sua voz encheu o Pavilhão, além dela gostei sobretudo das actuações das já consagradas; Manuela Azevedo, Gisela João e António Zambujo.

De salientar que tanto a Gisela João como o António Zambujo, são oriundos de terras da província, ela de Barcelos e ele de Beja, quer isso dizer que o sucesso desde que se acredite, pode estar ao alcance de todos, embora seja necessário muito trabalho e sacrifícios.

Eles podem ser um bom exemplo para os jovens valores que têm despontado na nossa terra, mas têm depois caído no esquecimento, pese embora tenham ganho alguma notoriedade, em programas e concursos televisivos.

Um bom fim de semana para todos e sobretudo, com mais sol e calor.

 

publicado por Nuno Santos às 13:22

Abril 03 2014

 

Com efeito existem pessoas com uma imaginação muito fértil, há dias recebi na minha caixa de email esta conversa num chat, que, embora seja uma situação virtual, poderia muito bem ser real, e como lhe achei imensa piada, não resisti a partilhá-la com os leitores deste blog.

  

Mulher – Olá!

Homem – Olá! Estive o dia a pensar em ti.

M – Eu também.

H – Já fazia tempo que não me sentia tão bem.

M – Adorava conhecer-te pessoalmente.

H – Eu também mas sou casado, vai ser difícil.

M – Falo a sério, estou completamente apaixonada por ti.

H – Eu acho que também.

M – Diz que me amas.

H – Estou perdidamente apaixonado por ti, tu enfeitiças-me.

M – Ah! Ah! Ah! Adoro quando dizes essas coisas, o meu marido não é nada romântico.

H – O teu marido deve ser cego, nem percebe o que tem em casa, a minha mulher é igual, sempre fria.

M – Quero ver-te. Pode ser hoje às quatro.

H – A essa hora estou a trabalhar.

M – Não podes sair? Inventas uma desculpa qualquer.

H – Aqui no máximo só me deixam ir à casa de banho.

M – Então diz que estás a passar mal.

H – Não posso, só pode ser mesmo depois das seis.

M – Às sete chega o meu marido, tenho que estar em casa.

H – Diz-lhe que vais visitar uma amiga que está doente.

M – O que farias se nos encontrássemos?

H – Só penso em ter-te nos meus braços.

M – Hum! Adoro-te estou ansiosa para estar contigo.

H – Então até logo às seis.

M – Tens de conhecer os meus filhos.

H – Quantos tens?

M – Três.

H – Eu também.

M – São muito mimados.

H – Que idade têm? Os meus têm sete, cinco e três.

M – Os meus também, somos mesmo almas gémeas.

H - Onde moras? Eu moro em Odivelas.

M – Ai é! Eu também! Se calhar até somos vizinhos, a minha filha mais nova chama-se Luísa e o mais velho é Alberto como o pai.

H – Luísa! A minha mais nova também que casualidade. O meu mais velho é Alberto e eu também.

M – Alberto!!!!!!!!!!!!

H – Rosinha!!!!!!!!!!!!

M – FILHO DA PUTA.

H – CABRA DE MERDA.

publicado por Nuno Santos às 13:22

Abril 01 2014

Apesar de hoje ser o dia 1 de abril, conhecido como o dia das mentiras, esta notícia é verdadeira, pois acabei de assinar uma petição, que um amigo me enviou, contra o encerramento do Polo da UTAD em Chaves.

Este projecto vem demonstrar que existem várias formas de centralismo, e não é só o do Terreiro do Paço, pese embora a maioria dos ministérios se encontrem descentralizados por toda a cidade de Lisboa.

Eu próprio aqui na avenida 5 de outubro, tenho do outro lado da rua o ministério da Educação, o qual muito transtorno me provoca, porque na maioria dos dias, os lugares de estacionamento  estão ocupados com vaias da polícia, por causa das manifestações, sendo rara a semana em que não existem manifestações, à porta do ministério. Por isso se os flavienses quiserem cá vir manifestar-se contra o encerramento do polo da UTAD, terão todo o meu apoio, não só afectivo como logístico.

O polo da UTAD em Chaves é uma mentira repetida há dezenas de anos pela sua reitoria e em minha opinião, a principal responsável pela degradação do solar dos Montalvões em Outeiro Seco. Tudo começou quando foi celebrado um protocolo com a CMC, onde a UTAD se comprometia num período de sete anos, a construir no solar e terrenos adjacentes as futuras instalações do Polo, para onde seriam transferidos alguns cursos já existentes assim como a criação de outros. 

Enquanto não se construíam essas instalações, o polo funcionou precariamente em Chaves, em instalações provisórias e inadequadas, pese embora pagas principescamente, sabe-se lá a quem aproveitou esta situação.

Quando digo instalações inadequadas sei do que falo, porque a minha segunda habitação é precisamente nessa avenida, no prédio em frente, e apesar de ser um quinto andar, para ter algum sossego, tive de instalar novas janelas com isolamento de som, por isso imagino os índices de concentração dos alunos, naquelas salas sem vidros duplos, sujeitos ao ruído da avenida mais movimentada da cidade.

Findo o período do protocolo e sem que a UTAD tivesse colocado uma pedra no solar, antes pelo contrário, assistiu passivamente à sua degradação, a Câmara construiu no terreno sobrante, as actuais instalações da escola de enfermagem, para onde a UTAD transferiu a contragosto, os seus serviços.

Embora a cidade de Chaves seja do ponto de vista turístico, mais interessante que a de Vila Real, porque além de ficar no centro da região termal, beneficia ainda da sua proximidade com a vizinha Espanha, tendo sido a pioneira do projecto europeu Eurocidade, e por via disso podia até captar alunos do outro lado da fronteira. O facto é que a reitoria da UTAD olhou sempre para este polo com grande ostracismo, e ao que parece, prepara-se agora para o encerrar.

Já agora sugiro que altere também o seu nome, assim em vez de UTAD - Universidade de Trás os Montes e alto Douro, passe a chamar-se UVR Universidade de Vila Real.

 

 

publicado por Nuno Santos às 13:04

Um outeiro secano residente em Lisboa, sempre atento às realidades da sua terra.
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