Em passando o São Miguel, todos os outeiros secanos ficam ansiosos para verem a chegada do rio pequeno, o qual seca sempre no verão, mas regressa com as primeiras chuvas de outono. Porém há anos em que, por falta de chuva, o rio só nos aparece próximo do natal, paradoxalmente quase sempre aos domingos de madrugada, para que seja visto pelas pessoas, quando vão a caminho da missa.
Até ao momento o rio ainda não corre, doutra forma a minha mãe já me teria dado a boa nova, mas atendendo ao ano anormal de chuva que tem fustigado o país, em especial nos meses de setembro e de outubro, é expectável que o rio chegue antes dos Santos.
A esse propósito segundo informação da PORDATA, uma base de dados estatísticos da Fundação Francisco Manuel dos Santos, que, publica números sobre o Portugal contemporâneo nas mais variadas áreas, a média dos dias sem chuva em Lisboa, entre os anos de 2000 a 2013, portanto nos últimos catorze anos, foram de 264,5 dias, quer isto dizer que só choveu durante 100 dias por ano.
Como o ano de 2014 ainda não terminou, não são conhecidos os números deste ano, mas seguramente que, deverão ser inferiores à média, a não ser que, como os dias de chuva são mais desagradáveis e entediantes, e como o nosso cérebro tem cinco vezes mais propensão para recordar os factos negativos do que os positivos, nos pareça que este ano foi mais chuvoso que os anteriores.
Outeiro Seco precisava que se construísse uma mini hídrica, lá para os lados do Cotete. Com essa infraestrutura, além da energia verde que produzia, podia-se regular o fluxo do rio pequeno durante os meses de verão, sem isso vamos estar sempre sujeitos a este ciclo.
Outeiro Seco tem rio
Que seca sempre no verão
Mas não seca em nós brio
De ser teu filho é que não.