Outeiro Secano em Lisboa

Outubro 11 2014

2014_promocionais_avanteatro_fernao_mentes.jpg

A peça de teatro Fernão Mentes? É uma das peças icónicas do Grupo a Barraca, porquanto, tendo sido representada pela primeira vez em 1999, por exigência do público, tem vindo a ser representada recorrentemente.

Só neste ano de 2014, esteve durante o mês de junho no Teatro da Trindade, em setembro foi apresentada na festa do Avante, e agora a pedido de várias famílias, voltou à cena no seu teatro, o Cinearte, situado no largo de Santos, onde ontem assistimos, e onde fará apenas quatro representações, entre os dias 8 ao dia 12 de outubro. Por isso apresse-se quem ainda não viu esta representação, porquanto, não dará o seu tempo por mal empregue.

Encenada pelo Hélder Costa, o encenador oficial da Barraca, tem músicas do Fausto, Zeca Afonso e Orlando Costa, sendo que alguns dos temas do espectáculo, integram o disco do Fausto “Por este rio acima”.

Do elenco fazem partem, muitos atores novos, mas ainda participa a grande Maria do Céu Guerra, a alma máter do Grupo, e que neste momento, tem estado em alta pela sua participação no filme “Os gatos não têm vertigens” estreado recentemente.

O enredo tem por base a Peregrinação de Fernão Mendes Pinto, um verdadeiro monumento da literatura universal, tal como foi escrito na sinopse da peça, relatando as peripécias porque passou este português no século XVI, tendo sido marinheiro, mercador, guerreiro, religioso e escravo, e ao longo do carrossel da sua vida, foi pobre e rico várias vezes.

Fernando Mendes Pinto é arquétipo do homem dos Descobrimentos portugueses, e que no seu livro a Peregrinação relata muito bem, a gesta dos portugueses pelo oriente, com o relato de muitas coisas que, não estudamos nos manuais da história de Portugal.

Com a devida distância no tempo, a vida de Fernão Mendes Pinto, faz me lembrar um pouco a vida de Augusto Escaleira, relatada no livro “ O rabo vermelho do destino” dos meus amigos Herculano Pombo e Altino Rio, apresentado no passado mês de setembro.

Os perigos vividos por Augusto Escaleira não terão sido tantos, porque em vez de aventuras marítimas, foram passadas em terra firme, mas não deixaram de ter também muitas agruras e incertezas, quanto as de Fernão Mendes Pinto, porque para muitos portugueses a emigração no século XX, foi um fenómeno social algo semelhante, aos descobrimentos do século XVI.

 

 

 

 

 

publicado por Nuno Santos às 09:00

Um outeiro secano residente em Lisboa, sempre atento às realidades da sua terra.
mais sobre mim
Outubro 2014
Dom
Seg
Ter
Qua
Qui
Sex
Sab

1
2
3
4

5
6
7
8
9

15

20
24

28
29


links
pesquisar
 
subscrever feeds
blogs SAPO