Já por mais de uma vez dei nota da minha fixação por mercados, alguns dos quais são autênticas joias da arquitetura, por isso esta nova reclassificação em se tornarem simultaneamente locais de mercado e de restauração, levando com isso mais pessoas a frequentá-los, merece todo o meu apoio e agrado.
Este conceito parece ter nascido em Madrid, com o mercado San Miguel. Em Lisboa o pioneiro foi o mercado do bairro de Campo de Ourique, seguindo-se depois o da Ribeira. Entretanto o conceito já se estendeu ao Porto, ao mercado do Bom Sucesso, onde também já estivemos, oxalá o próximo seja o mercado do Bolhão, antes que se perca de vez, este local de referêcia dessa cidade.
Quanto ao mercado de Campo de Ourique e apesar de irmos com alguma frequência ao bairro, um dos mais cosmopolitas da capital, ainda não tínhamos ido comer ao mercado.
A sua dimensão é mais pequena que o mercado da Ribeira, porquanto, a Ribeira funcionava como mercado abastecedor e o mercado de Campo de Ourique, é um mercado de bairro. Aos fins de semana, é engraçado ver a mistura dos utentes que procuram nas bancas do mercado o peixe a carne e a fruta, para abastecer os seus frigoríficos, com os utentes que vão ao mercado, apenas para abastecer o estômago.
Outra diferença entre os mercados de Campo de Ourique e da Ribeira, reside do primeiro não ter lá nenhum dos chefes de cozinha mais conhecidos e mediatizados, talvez porque não tivessem confiança no projecto, o certo é que aderiram depois quer no mercado da Ribeira, como nas galerias da Praça do Comércio.
Em Campo de Ourique os restaurantes estão segmentados, isto é, uns servem carne, outros peixe e marisco, outros pastas, o mesmo se passa com as bebidas as sobremesas ou os cafés, obrigando por isso a que, as pessoas ocupem as mesas o menos tempo possível, ou em alternativa tenham de se levantar para irem buscar as sobremesas e o café.