Outeiro Secano em Lisboa

Outubro 21 2014

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Diz a bíblia que a Santa Aliança, foi o pacto divino entre Deus e os homens, para salvar a humanidade por meio da sua graça. Ora neste processo de sucessão da Liga Profissional de Futebol, temos uma aliança entre os dois maiores rivais das últimas décadas, o Benfica e Futebol Clube do Porto, cujos desígnios ainda são desconhecidos.

O que já sabemos é que o Sporting, apesar de ter sido o único clube que, através do seu presidente Bruno de Carvalho, apresentou ideias para regenerar o futebol, junto das entidades reguladoras nacionais e estrangeiras, ficou fora deste processo, sem que as ideias apresentadas tivesse sido sequer discutidas.

E para cúmulo da afronta ao Sporting, a santa aliança escolheu para presidente da Liga, personalidades sportinguistas, algumas das quais em litígio com o clube. Segundo consta, a primeira escolha terá sido a do Eng.º Filipe Soares Franco e que rejeitou. A segunda foi a do ex-presidente Eng.º Godinho Lopes, ele próprio o confirmou numa entrevista televisiva. A terceira escolha foi a do Dr. Luís Duque, sobre o qual recaem processos judiciais interpostos pelo Sporting,

Nestas circunstâncias, os convites às personalidades sportinguistas, não podem deixar de ser considerados uma provocação. Pena foi não terem convidado o Dr. João Vale e Azevedo, talvez o cargo de presidente da Liga lhe desse imunidade para sair da prisão.

Aos dirigentes do actual regime, não lhes  interessa alterar o sistema que gere o futebol, porque esse jogo de cadeiras beneficia-os a ambos. A única coisa que os preocupa são as actuais finanças da Liga, como se uma coisa não estivesse ligada com a outra.

E vez da preocupação com a generação do futebol, a única preocupação é arranjar patrocínios, para que a Liga se baste a si própria, deste modo, mais dinheiro lhes resta para importar jogadores estrangeiros, por isso no passado jogo no estádio do Dragão vimos o Sporting com sete jogadores portugueses, contra nenhum do Porto, e amanhã o Mónaco, terá mais portugueses do que o Benfica.

Quanto ao resto é para “desligar”, porque a transparência no futebol é coisa de pouco valor neste país, onde até a Justiça a ajuda a branquear, como foi no caso do Apito Dourado.

 

 

 

 

 

publicado por Nuno Santos às 18:55

Outubro 21 2014

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Desde a Idade Média que a nobreza está associada à posse de bens, sobretudo de propriedades, transmitindo-se de pais para filhos, tanto os bens como os títulos nobiliárquicos, apenas para o filho primogénito.

Este sistema da transmissão dos bens continua a vigorar em alguns países, noutros foi adaptado, transmitindo-se os bens de forma igualitária para todos os herdeiros, como é o caso português. Em Portugal e apesar da mudança de regime em 1910, que pôs fim à monarquia, subsiste ainda uma causa monárquica, assim como os títulos nobiliárquicos.

Entre os clientes da Nucase existem alguns que ainda ostentam esses títulos, como é o caso do Barão Wallenstein. Desconhecemos a origem do título, mas sabe-se que é de origem holandesa, sendo uma das muitas famílias que se radicaram em Portugal, na zona de Cascais, por causa da segunda guerra mundial, uns por causa das suas origens judaicas, outros pelas nossas condições climatéricas, incomparáveis com os dias cinzentos do país das tulipas.

 

O seu pai fora o detentor do título, mas também de uma enorme fortuna, sendo até conhecido pelo “Rei do Cacau”, devido aos direitos que detinha sobre o comércio deste produto, na Europa.

Após a morte do pai, também o seu filho primogénito, um brilhante aluno de medicina, faleceu quando num dia de tormenta, lançava a âncora do seu iate ao mar e foi fulminado por um raio.

Deste modo o título de barão passou para o segundo filho, o Reinaldo Wallenstein que estava na segunda linha de sucessão, herdando o título de barão e a fortuna da família.

Ao contrário do que acontecia na Idade Média, em que os morgados que herdavam os bens estavam obrigados a aumentar o seu morgadio, este barão em poucos anos, desbaratou uma boa parte desse património.

E se há pessoas que têm o condão de Midas, transformando tudo em que tocam em ouro, com o barão Wallenstein acontecia o contrário, a maioria dos seus negócios tornaram-se num insucesso.

Do seu património constava o Monte dos Perdigões, uma herdada situada em Reguengos de Monsaraz, no Alentejo, o qual no final do século XIX parte do século XX, pertencera ao grande maestro D. Luís de Freitas Branco. Diz-se que fora ali que o seu discípulo Joly Braga Santos escreveu, algumas das suas obras mais importantes.

O barão adquirira esta herdade à família Freitas Branco, fazendo ali vultuosos investimentos, inclusive uma pista de aviação, onde aterrava o seu avião particular, quando ali se deslocava.

O seu sonho era construir uma adega e tornar-se produtor de vinho. Apesar de ter iniciado a construção da adega, não conseguiu vê-la a produzir, porque entretanto vendera uma parte à Finagra da família Roquete, outra à Granacer da família Granadeiro. Quando finalmente a adega começou a produzir em pleno, a Granacer em forma de homenagem ao barão, lançou no mercado um vinho, com a marca TAPADA DO BARÃO.

Outro insucesso foi o ONDA PARQUE, um parque de diversões aquáticas situado na Costa da Caparica, o qual fazia as delícias dos mais jovens. Era um negócio sazonal, funcionava entre os meses de maio a setembro, estando dependente dos humores de S. Pedro, porque nos dias de chuva, as receitas não cobriam as despesas correntes.

O ONDA PARQUE fechou, embora lá continuem as infraestruturas a degradarem-se com o tempo, dando um aspecto desolador à paisagem, para quem circula na via rápida da Caparica. Conhecemos-lhe ainda um outro insucesso, com uma fábrica de confecções denominada Confecções Tulipa, em Sacavém.

Esta fábrica chegou a ter centenas de operárias, mas fechou devido a uma errada decisão estratégica, quando alterou o seu modelo de produção, ficando a laborar apenas para um único cliente, produzindo exclusivamente roupa interior para a Triunph.

Acontece que estes grupos económicos visam apenas o lucro, e após a eliminação das barreiras alfandegárias, a Triunph deslocalizou as encomendas para o oriente, onde a mão-de-obra era e ainda é mais barata.

Como não conseguiram recuperar outras encomendas para a fábrica, acabou por requerer a insolvência, entrando no grupo das empresas que, não cumpriram os vinte e cinco anos de existência, que é um número estatístico da duração médio de uma empresa.

Do barão vamos lendo notícias, pela sua participação em acontecimentos sociais, relatados nas revistas cor-de-rosa, mas os seus investimentos económicos é que nunca mais foram notícia.  

publicado por Nuno Santos às 07:36

Um outeiro secano residente em Lisboa, sempre atento às realidades da sua terra.
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