Passam hoje trinta e nove anos sobre o 25 de novembro, uma data que para uns marca o fim da contra revolução de abril e para outros, o início o princípio da liberdade democrática. Por ironia do destino, hoje passados esses trinta e nove, anos constatamos que tipo de liberdades temos, a de dizermos o que quisermos, como ouvimos ontem Manuela Moura Guedes despejar na televisão pública, todo o seu ódio de estimação sobre José Sócrates e pouco mais.
O Partido Socialista que há trinta e nove anos, foi quem mais exultou com o vinte e cinco de novembro, está hoje a viver um dos períodos mais difíceis da sua história, devido à prisão preventiva de um dos seus líderes históricos, ainda que neste momento não tivesse qualquer função diretiva, a sua influência não deixava de se fazer sentir, até porque a nova direção de António Costa não se mostrou interessada em fazer essa rutura, ao contrário da direcção anterior de António José Seguro.
Esta é a razão porque sendo o 25 de novembro, um marco importante na vida política portuguesa, ninguém o comemora, porque ninguém se quer reconhecer naquilo que se ganhou com este golpe de estado, a reinstauração do poder dos poderosos, com os resultados que conhecemos.
De vez em quando vão aparecendo alguns sinais de regeneração, como foi agora o caso de José Sócrates, mas não podemos esquecer que aderiram ao RERT - Regime Excepcional de Regularização Tributária, três mil e quatrocentos milhões de euros, de capitais portugueses declarados como depositados em bancos estrangeiros. Diz-se agora que vinte milhões serão de José Sócrates, de quem são os outros milhões?