Outeiro Secano em Lisboa

Janeiro 20 2018

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É uma triste sina, apesar de Chaves ser uma cidade com tudo para estar na linha da frente, no tocante ao turismo, porque além do seu vasto património, tem uma excelente oferta hoteleira,  são mais as vezes que a vimos citada nos meios de comunicação, por maus do que por bons motivos.

A avaliação positiva nem sequer é minha porque sendo eu flaviense embora não residente, sou suspeito para dizer bem da minha terra, mas ainda este ano numa visita à Irlanda, a guia turística que dava assistência ao grupo onde me inseria, dizia-me do potencial que encontrou em Chaves, para estar inserida num roteiro turístico, de interesse para grupos estrangeiros.  

Esta semana e depois do jornal o Público, ter denunciado a situação degradante do caso do Museu Termal, ontem foi a vez do programa televisivo Sexta às 9 trazer também o caso à colação. Ainda dizem que os alentejanos são um povo dolente, que gosta de dormir à sombra do chaparro. Em Chaves dorme-se sobre os assuntos, a não ser meia dúzia de pessoas que os vai comentando em conversa de café (Sport), não me recordo de qualquer petição ou movimento cívico, contestando os atentados feitos ao seu património. Claro que como não residente não estarei a par de tudo, mas vou muitas vezes a Chaves e sou assinante do jornal “A voz de Chaves”, e não tenho visto estes temas ali discutidos.

Tudo começou com a destruição do Mercado e da sua muralha, dando lugar à aberração que é o Centro Comercial Charlot. Depois foram a destruição do Jardim das Freiras e agora do Jardim do Bacalhau. Seguiram-se os gastos com a construção do Centro Cultural, uma sala minimalista incapaz de receber espetáculos de grande dimensão, quando já tinham comprado o antigo Cine Teatro, para continuar fechado. Isto sem falar do Solar dos Montalvões na minha aldeia, propriedade da Câmara Municipal onde também eu faço mea culpa pela minha inércia, mas confesso que sempre pensei estar salvaguardado, pelo protocolo de utilização com a UTAD.  

Sobre o Museu de Arte Contemporânea a situação a minha opinião é um pouco diferente, porque a sua construção, além de receber o espólio de um dos maiores artistas nacionais, veio requalificar uma zona perdida para a cidade, a Canelha das Longras.

Agora a sua vitalidade dependerá da dinâmica que lhe imprimam, devendo ser feitas parcerias com outras entidades, nomeadamente Serralves e outros museus, aproximar o MAC das Escolas, criando o hábito da visita aos museus nos seus alunos e por contágio destes, ao seu meio familiar.

É a vida, vivemos numa democracia e o povo escolhe livremente os seus eleitos, por sua vez estes consideram-se apenas penalizados pelos erros cometidos, em resultado dos votos obtidos em sufrágio, quando das eleições, contudo eu acho que, quando estão em causa elevados prejuízos materiais, como no caso do Museu Termal, a Justiça deveria  averiguar se houve ou não aproveitamento, de tão elevados gastos.   

 

publicado por Nuno Santos às 11:40

Um outeiro secano residente em Lisboa, sempre atento às realidades da sua terra.
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