Outeiro Secano em Lisboa

Novembro 29 2016

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Vá lá saber-se porquê mas um dos acontecimentos que, não deixa ninguém indiferente em Outeiro Seco, é a chegada do rio pequeno. Isso vale tanto para os outeiro secanos residentes, como para os não residentes, disso me vão dando testemunho quer em comentários no blogue como pessoalmente quando nos encontramos na terra, ainda que atualmente, a importância do rio na vida das pessoas, seja agora muito secundária, porquanto, com a instalação  da água e saneamento nas casas da aldeia, a importância do rio esteja reduzido apenas, a um valor paisagístico.

No passado tudo  era bem diferente, pois era no rio, onde as mulheres lavavam a sua roupa doméstica, em especial os cueiros dos recém nascidos e nasciam muitos nesse tempo,  só no ano de 1955 o ano em que eu nasci, entre rapazes e raparigas nascemos vinte e dois.

Era também no rio, onde as leiteiras lavavam os cântaros, onde diariamente transportavam o leite que vendiam de porta a porta na cidade. No inverno por altura das matanças e com temperaturas por vezes negativas, enquanto os homens saboreavam o sangue d porco cozido com alho, as mulheres iam para o rio lavar as tripas com que se fazia o fumeiro.

No verão os garotos banhavam-se nos no lugar dos Pelames, e os proprietários confinantes com o rio regavam as suas hortas através de processos manuais como baldões ou garabanos, deste modo o rio pequeno entrava na economia doméstica de toda a comunidade.

Praticamente tudo isso passou, exceto a curiosidade de saber se o rio já chegou, um fenómeno extensivo a outras terras, tal como se constata na canção Postal dos Correios do João Monge, cantada pelos Rio Grande.

Curiosamente, também nós também temos um rio grande, o rio Tâmega só que esse graças a Deus não seca, embora esteja a precisar de uma requalificação das suas margens tal o estado em que ficou devido à exploração de inertes durante as últimas décadas do século passado.   

Por este ano o rio já corre de novo debaixo da ponte, assim como nas poldras, porém nas poldras do Papeiro não é possível atravessá-las, porquanto, foram derrubadas três e nunca foram levantadas.

 

publicado por Nuno Santos às 09:52

Lembro-me bem desse tempo .Foi muito bom.bjs
Maria Eugénia Bernardo Afonso a 1 de Dezembro de 2016 às 00:03

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Um outeiro secano residente em Lisboa, sempre atento às realidades da sua terra.
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