Outeiro Secano em Lisboa

Julho 14 2016

festa da sra da azinheira 2.jpeg

 

Depois do anúncio efetuado pelo senhor padre Banha, na missa do domingo passado, os mordomos já iniciaram o peditório, assim como o planeamento da realização da festa da Sra da Azinheira, como sempre no dia 8 de setembro, que este ano calha numa quinta-feira.

É conhecida a minha discordância quanto à comemoração da festa, sempre nesta data fixa, porque em minha opinião  devido à dinâmica dos tempos, a festa num dia da semana, perde brilho e pessoas, ocupadas nas suas atividades quotidianas, na sua maioria exercidas fora da aldeia.

A acrescentar a tudo isso, salienta-se as alterações substanciais no modus vivendi das pessoas. Se antigamente a esmagadora maioria dos outeiro secanos, ocupavam a sua vida na agricultura, fazendo o feriado quando queriam. Agora a sua maioria teve de sair para fora, e os que ficaram trabalham por conta de outrem, em atividades de serviços com férias condicionadas, além de que, o calendário escolar também se alterou.

Antes o ano escolar tinha início em outubro, agora começa em setembro, tanto em Portugal como no estrangeiro, logo, os emigrantes com filhos têm de regressar às suas terras de acolhimento pelo final de agosto, para que os seus filhos iniciem o ano escolar em setembro, sem constrangimentos.

A discussão da celebração da festa em data fixa é já muito antiga, atingindo o seu ponto mais alto no ano de 1943. Por via disso, nesse ano realizaram-se na aldeia duas festas da Sra da Azinheira. Uma no fim-de-semana mais próximo do dia 8 de setembro, patrocinada pelos órgãos de poder local, a Junta e a Comissão da Fábrica da Igreja. Outra, organizada por um movimento popular que, a comemorou no seu dia a 8 de setembro, embora do seu programa constasse apenas o baile e arraial, porquanto, nem a igreja se abriu, porque, na ótica da Comissão da Fábrica da Igreja, a festa já tinha decorrido.

Escusado será dizer a celeuma que este caso provocou, mas como o povo é quem mais ordena, foi a vontade do povo de Outeiro Seco que prevaleceu, retomando-se a festa na sua data original, ao contrário de outras aldeias vizinhas, onde se mudou a data, para benefício da própria festa e dos seus naturais não residentes, como foi o caso de Vilarelho da Raia.

Mas tudo isto faz parte do passado da aldeia e da sua história social, agora o que interessa é o presente e ele aí está, embora eu mantenha a minha opinião pessoal de que a sua alteração traria valor acrescentado à aldeia, desejo que a festa no seu atual figurino, obtenha um grande êxito, tão grande quanto o desejo dos seus organizadores, ou seja dos mordomos.

Mantendo também a tradição de realizar a organização da festa por bairros, este ano e passados dezasseis anos, cabe de novo ao bairro da Ribalta a organização da festa deste ano. Há dezasseis anos calhou numa quarta-feira e como era o ano de 1999 o ano da transição do milénio, decidiu-se associar esse acontecimento, ao mote da festa.

Ainda que nessa altura eu mantivesse o estatuto atual de não residente, por causa das parcerias noutros projetos culturais com o Altino e Tó Manel, fui convidado por eles, para essa comissão.

Ora, pelo facto da festa coincidir com a passagem do milénio, era nosso propósito que, essa festa ficasse assinalada, como um marco na história da aldeia, à semelhança da festa do ano de 1945, conhecida pela festa do Despique, por causa do confronto entre o Bairro do Eiró e o Bairro do Pontão, no tocante ao fogo de artifício.

Em abono da verdade diga-se que, a festa da Sra da Azinheira já vinha em crescendo, em especial no tocante ao fogo, mas o ano de 1999 ficará na memória, porque embora mantendo aquilo que era tradicional, houve muita inovação, nomeadamente, no número de dias de festa, assim como nas variedades musicais, havendo concertos de artistas, tunas universitárias, ranchos, bandas filarmónicas da região, a Banda da GNR, e conjuntos musicais.

Nesse ano houve uma grande simbiose entre toda a comissão, reforçada com a ajuda das nossas mulheres, alargando por isso a nossa base de apoio. Embora não fosse nomeado pela comissão cessante, fui de novo convidado para integrar a comissão, mas por razões estritamente pessoais e familiares desta vez  estarei de fora, torcendo para que a comissão da festa deste ano, obtenha um êxito semelhante ao de 1999, senão maior ainda, para orgulho de todos os outeiro secanos residentes e espalhados pela diáspora, porque muitos deles fazem das tripas coração para estar presentes nesse dia.

 

    

publicado por Nuno Santos às 10:25

olha eu aqui depois de 24 dias internado cá estou em casa e começo hoje à tarde o tratamento numa clinica próximo de minha casa este ano ia passar a festa aí com a minha filha mais nova mas estraguei as férias que ela tanto sonha ter,aliás ela esta chateada contigo pois tu aceitas-te a flávia como no face e ela não abraço e uma ótima festa abraço
vasco sobreira garcia a 4 de Agosto de 2016 às 13:24

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Um outeiro secano residente em Lisboa, sempre atento às realidades da sua terra.
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