Outeiro Secano em Lisboa

Novembro 01 2021

leiteiras foto.jpeg

                                    Foto Fernando Ribeiro

Apesar de não poder votar nesta proposta, porquanto, não sou eleitor no concelho, como outeiro secano nado e criado, não posso deixar de dar o meu contributo, para um melhor conhecimento do tema.  

Para se falar nas leiteiras de Outeiro Seco é preciso recuarmos quase aos finais do século XIX, quando as primeiras leiteiras iniciaram esse ciclo do leite, vendendo apenas leite de cabra.

Não seriam as únicas a fazê-lo, porquanto, é atribuído a uma leiteira de Sanjurge, que, regressava a casa após a venda do leite pela vila, ter sido a primeira a avistar a coluna de Paiva Couceiro, no longínquo dia 8 de julho de 1912 e ter dado o alerta.

Tanto Sanjurge como Outeiro Seco beneficiam ambas da sua proximidade com a cidade, que, na época era ainda vila e a vida num concelho essencialmente rural.

Nas aldeias vivia-se exclusivamente da agricultura e da pecuária, pese embora essa pecuária incidisse apenas na criação de ovelhas e cabras e uma ou outra casa mais abastada, criasse também o porco para abate na época das matanças.

A maioria dos criadores dedicava-se à criação de ovelhas e uma minoria à criação de cabras, havendo na altura na nossa aldeia quatro cabradas, pertencentes a; António Redonda, Manuel Neves, António Pereiro e Torcato Rua.  

Por isso, as primeiras leiteiras de Outeiro Seco foram precisamente as suas esposas; Rita Salgado, Líbia Neves, Adosinda Ferreira, e Leopoldina Rosa, as quais, com o cântaro de leite à cabeça e sem qualquer controle de qualidade, percorriam as ruas da vila vendendo o leite às sua freguesas, que, pouco a pouco iam fidelizando.  

A propósito de Adosinda Ferreira referimos aqui a sua ligação a um episódio, que, ajuda a situar essa época. O regime republicano dava os seus primeiros passos e os seus partidários, desdobravam-se em pequenas equipas, percorrendo as aldeias em sessões de esclarecimento, espalhando os ideais republicanos, arregimentando partidários para a sua causa, porquanto, as populações locais eram essencialmente monárquicas, por influências dos padres.

Outeiro Seco por exemplo, era um forte bastião monárquico, por influência do Padre Liberal Sampaio.  

A equipa destinada a Outeiro Seco era chefiada por Joaquim Delgado o qual, nem chegou a usar da palavra. Com o argumento de que os republicanos queriam levar a ara romana, protetora dos outeiro secanos perante as trovoadas, para o museu da vila, gerou-se ali um movimento de mulheres chefiado precisamente por Adosinda Ferreira, as quais munidas de faca e alguidar afugentaram os republicanos.

O caso haveria depois de ficar sanado por causa de um erro na intimação, pois, em vez de ser intimada à presença das autoridades a Adosinda Ferreira, foi Adosinda Portela parente afastada de Joaquim Delgado.  

A grande viragem no ciclo do leite em Outeiro Seco ocorreu no ano de 1929, quando António Emílio Afonso, à época já funcionário do Banco Sotto Mayor, adquiriu uma vaca leiteira para uso exclusivo na alimentação das suas filhas.

A sua quinta nas Alminhas tornou-se num lugar de romaria, o povo ia ver a novidade como se fosse a um jardim zoológico ver uma espécie rara. O António Redonda que era um visionário viu logo ali uma janela de oportunidade, sendo dele a segunda vaca leiteira que veio para Outeiro Seco, tornando-se a sua mulher Rita Salgado, na maior leiteira da aldeia.

A raça bovina estava ainda a implementar-se no norte do país, ficando apenas por Penafiel e Marco de Canaveses. Assim os potenciais interessados tinham de se deslocar às feiras dessas localidades, e caso fizessem alguma aquisição, transportavam depois as vacas de comboio, até Chaves.

Apesar disso, a atividade pecuária predominante na aldeia continuava a ser a pastorícia do gado ovino, chegando a haver dezoito rebanhos, rondando as mil e quinhentas cabeças de gado.

Durante a década de trinta ocorreu na aldeia um acontecimento, do qual resultou numa maior intensificação na produção do leite de vaca. Tratou-se do Movimento dos Couteiros um movimento que consistia, na denúncia às autoridades locais Regedor e GNR, do uso abusivo pelos pastores, do pasto dos rebanhos em propriedade alheia.

Era óbvio que, nenhum pastor tinha propriedades suficientes para apascentar o seu gado, desse modo, os proprietários dos rebanhos para evitar a litigância a que ficaram sujeitos, viram-se obrigados a vender os seus rebanhos e a adquirir vacas leiteiras, para a sua subsistência.

Deste modo, o leite entrou na vida económica das famílias outeiro secanas, tornando-se no maior produtor de leite do concelho. Graças a essa receita semanal, muitos outeiro secanos evitaram a emigração, em comparação com outras aldeias vizinhas.

Claro que o leite teve uma importância vital no desenvolvimento da aldeia, pese embora, houvesse um outro elemento preponderante desse desenvolvimento, como é a  sua situação geográfica, distando apenas pouco mais de quatro quilómetros do centro da  cidade.

Estes dois elementos contribuíram para que Outeiro Seco seja seguramente a freguesia, com mais licenciados do concelho, ocupando também a maior parte de lugares no setor dos Serviços na cidade, ainda que uma boa parte deles tivesse também procurar a sua subsistência noutros locais, como foi o meu caso.

Mas antes, também eu próprio fui um elemento desse ciclo de vida, porquanto, durante uma boa parte da década de sessenta, ainda que também frequentador dos bilhares do Ibéria e do Comercial, antes de entrar às 8,20 da manhã na Escola Industrial de Chaves, atual Júlio Martins, já tinha ordenhado duas vacas, cujo leite era depois levado à Tia Bia, para ser vendido na cidade.

Quanto ao projeto “Leiteiras de Outeiro Seco e as brancas madrugadas da memória” esperamos que possa acolher um forte apoio de todos os flavienses, porquanto, muitos foram aqueles que, iniciaram as suas refeições matinais com o leite produzido em Outeiro Seco e distribuído depois pela cidade, por essas mulheres de fibra, resistentes ao frio e à chuva do inverno, mas também ao tórrido calor do verão.

Parabéns aos seus mentores e muito sucesso com o projeto, o qual só vem dignificar o bom nome e a glória de Outeiro Seco.      

 

publicado por Nuno Santos às 13:50

Outubro 02 2020

igreja sra da azinheira.jpg

Não muito longe vai o tempo em que, o termo da freguesia de Outeiro Seco terminava nos arrabaldes da cidade. Numa das últimas reformas administrativas a nossa freguesia foi amputada do lugar de Santa Cruz, que, desde sempre pertenceu a Outeiro Seco, para dar lugar à nova freguesia Santa Cruz – Trindade e mais recentemente, sem grande sentido digo eu, lhe tenham agregado ainda, a aldeia de Sanjurge.

Porém a nossa freguesia resistiu à última reforma, mantendo-se administrativamente independente, fazendo lembrar a irredutível aldeia de Asterix.

É certo que, Outeiro Seco tem perdido pujança, sobretudo, a nível social e cultural, fruto da saída de muitos jovens que, por falta de saídas profissionais, são obrigados a refazer as suas vidas noutros centros mais populacionais no país e no estrangeiro.

Alguns, ainda vão mantendo a ligação à terra, sobretudo na altura das festas, mas cada vez menos, porquanto, as nossas festas são em setembro, e em datas fixas, a 8 e 29 quando já se tem retomado a atividade profissional e o novo ano escolar.

Mas a falta de socialização não se faz só pela falta de massa crítica. Ultimamente tem-se perdido também o sentimento de comunidade e de bairrismo, talvez pela falta de um elemento aglutinador, como foi em tempos a Casa de Cultura.

E é pena, porque Outeiro Seco tem um espólio cultural único no concelho, tanto a nível do seu património material como imaterial. Além das suas igrejas e capelas, existe cerca de uma dezena de publicações, onde está registada a vida social da aldeia, havendo ainda muita matéria para publicar, assim haja vontade na partilha dessa informação.  

Ultimamente e apesar da pandemia do Corona Vírus que, tem travado o desenvolvimento e o progresso, a nível nacional e global, em Outeiro, estão a surgir novos projetos que, parece estarem a ir contra a corrente, senão vejamos.

A Escola Superior de Enfermagem do Alto Tâmega, cuja gestão era um problema para as autarquias do Alto Tâmega, passou a ter como parceiro a Cruz Vermelha, a qual veio dinamizar este estabelecimento, prevendo-se que venha a ter já neste ano escolar, cerca de 400 alunos em vários cursos.

Mesmo ao lado, o velho solar dos Montalvões, que, tantas paixões contraditórias tem gerado nos últimos tempos, e que no passado serviu de berço a tantas gerações ilustres do concelho, algumas dirigiram mesmo os destinos do concelho como presidentes da câmara, tais como:

João Ferreira Montalvão 1806-1861 ou António Dume Ferreira Montalvão 1804- 1851, este o pai de Eugénia de Jesus Morais Campilho Montalvão, conhecida como a “Justa” e venerada em Vidago como santa. 

Recentemente foi editado em Vidago um livro com a biografia de Eugénia Campilho “ A Justa” na comemoração do I centenário da sua morte.

 

Sem querer entrar em polémica com os amigos vidaguenses, eu tenho para mim que, Eugénia de Jesus Morais Campilho Montalvão, tal como as suas irmãs Ana Cândida e Eugénia Cândida falecida precocemente e de quem “A Justa” lhe herdou o nome, terá também nascido em Outeiro Seco. Contudo por razões sociais e familiares os pais terão ido batizá-la à igreja de Arcossó, conforme consta nos registos paroquiais da época, porquanto os registos civis só foram criados após a implantação da República em 1911.

Assim, estaríamos numa situação semelhante à do Santo António, que, tendo nascido em Lisboa, viveu e morreu em Pádua. Sendo por isso, um santo lisboeta para Lisboa e paduano para os de Pádua.  

Veio isto a propósito para dizer que, o nome do solar vai extinguir-se, passando a chamar-se Santa Rita Wellness & SPA Institute, 4 estrelas.

O seu promotor já tem o o alvará para a construção, e o painel com o valor da obra e o nome da empresa construtora afixado. A conclusão do hotel está prevista para finais de 2023 esperando-se que, venha a criar alguns postos de trabalho na freguesia, e que traga muitos turistas a Outeiro Seco e à região.

Há também grandes expetativas no Parque Empresarial, sendo visível uma enorme terraplanagem. Diz-se que será para a instalação de uma fábrica de componentes automóveis, a qual irá gerar cerca de 500 empregos diretos.

Outra informação que nos encheu de orgulho foi da nova requalificação da Igreja da Senhora da Azinheira. Como é sabido, a igreja é um edifício classificado e por isso, a sua manutenção está sob a alçada da Direção do Património Nacional.

Desta vez, parece que a requalificação não será apenas uma operação de cosmética a nível da cobertura, passando pela requalificação dos frescos. A obra será financiada pela multinacional espanhola Iberdrola, inserida nas contrapartidas financeiras pela construção das barragens no rio Tâmega.   

Atualmente são vários os moradores que, não sendo naturais de Outeiro Seco, têm escolhido a nossa aldeia para viver, contrariando deste modo a tendência do despovoamento, que vem assolando o nosso interior.

Infelizmente nem todos se têm integrado na vida social da aldeia, mas Outeiro Seco, tem sido ao longo dos tempos uma terra de acolhimento, por isso, espero que os locais acolham bem os novos moradores e que Outeiro Seco, fazendo juz ao lema Tradição e Modernidade, continue a ser  um ótimo local para viver e conhecer.

 

publicado por Nuno Santos às 23:01

Março 20 2020

Capela de Santa Ana.gif

                                                                Foto de Humberto Ferreira

Recentemente o nosso conterrâneo Isac Dias, um estudioso da história de Outeiro Seco que, durante algum tempo preferiu usar o pseudónimo de João Jacinto, publicou na sua página do facebook, https://www.facebook.com/isaac.dias.1232 uma certidão exarada no ano de 1943, onde a Fábrica da Igreja de Outeiro Seco, à época presidida pelo Sr. Padre Albano Dias, registou em nome da referida Fábrica da Igreja, três imóveis, dois urbanos e um rústico.

Os dois imóveis urbanos são a capela da Sant’Ana e metade da antiga Confraria de São Miguel, agora Casa Paroquial que, na década de setenta foi usada como a primeira sede da Casa do Povo.

O prédio rural situava-se no lugar do Socalco. Este prédio foi anos mais tarde permutado por outra Comissão da Fábrica da Igreja, da qual faziam parte Eurico Rodrigues Afonso e João Alferes, com Manuel Abade, dono de uma parcela na senhora da Azinheira, para a construção do atual recinto da festa, porquanto, antes o recinto da festa confinava-se ao adro da igreja e à estrada.

De salientar que, o Sr. Padre João Pereira do Rio doou também uma parcela de terreno neste local, e foi a junção das duas parcelas, que, resultou no atual recinto.

A revelação desta certidão ou escritura vem repor duas verdades. A primeira é a de que a capela da Sant’Ana pertence à Fábrica da Igreja e não à família Montalvão, conforme eles julgavam.

Para que conste, um dia eu e o Eng. Altino Rio, na época presidente da Junta da Freguesia, reunimos em Lisboa com o Arquiteto José Montalvão, proprietário do terreno da Santana, para que no-lo vendesse.

Ele disse-nos taxativamente que, poderia um dia vender tudo, menos o terreno da capela, partindo da premissa que a capela era dele. Não vendeu, mas cedeu-nos o uso do terreno para eventos, tendo-se realizado ali, entre outros eventos, duas Feiras de Gastronomia.

A reposição da segunda verdade prende-se com a recente reivindicação de terrenos limítrofes à capela, os quais eu sinceramente não entendo bem porquê, fazendo fé nas minhas fontes de memória, como é o caso da minha mãe.

Dizia ela que o José António Durão era o proprietário de dois terrenos na Santana, os quais eram trabalhados pela sua prima Maria Moreiras. Os mais velhos lembram-se ainda da relação da minha mãe com a Maria Moreiras, com quem dormiu até à última noite de solteira.

A Maria Moreiras deixou de trabalhá-los, quando o Sr. Firmino do Rio os adquiriu ao Durão. No que fica junto à estrada construiu a casa e quinta, o outro continuou afeto à agricultura, mas a uso próprio.

Para ter acesso direto ao segundo terreno, o Sr. Firmino do Rio fez um acordo com a Junta de Freguesia, cedendo ele uma fatia do terreno da quinta, razão pela qual o coreto norte não entesta agora no muro. Em contrapartida, a Junta de Freguesia deixava-lhe abrir um portão  para o recinto da festa, fazendo por ali a serventia para o segundo terreno.

Anos mais tarde o seu filho e único herdeiro Euclides Rio vendeu o segundo terreno ao Sr. Moisés (Azeiteiro) que, se viu impedido de utilizar a passagem pelo recinto até a estrada.

Desgostoso com a situação, o Sr. Moisés vendeu o terreno ao Sr. Borges (Pasteleiro) o qual em parceria com Francisco Félix, compraram às irmãs Sevivas uma parcela do terreno agora do Domingos, fazendo por ali a passagem.

Ora, se o segundo terreno do Durão é o atual dos herdeiros do Sr. Borges, como é que o Sr. Euclides Rio,  ainda tinha terreno sobrante para vender? Só se o Sr. Euclides Rio se apropriou do terreno público, onde está o marco geodésico, ou militar, e o depósito da água, pois como é sabido, os marcos eram sempre construídos em terrenos públicos ou baldios.

Essa é uma guerra na qual não me meto, porquanto a freguesia tem orgãos próprios para a defender. Quanto à capela da Sant’Ana, essa é do povo, estando inclusive na origem da nossa existência como aldeia. Primeiro como povoação celta e depois como cristã.

Nuno Santos          

 

publicado por Nuno Santos às 15:46

Março 16 2019

Restaurante Ferrador I.jpg

Restaurante Ferrador II.JPG

Quem não foi ainda surpreendido com a mudança de qualidade, em restaurantes dos quais tínhamos uma boa avaliação e referência? Umas vezes, por mudança de gerência, noutras a mudanças ocorridas na cozinha e outras ainda, porque a gerência quis obter o retorno do investimento em tempo mais curto, à custa da qualidade do serviço.

Ora, isso ainda não aconteceu no Restaurante Casa do Ferrador em Alturas do Barroso, graças a Deus, onde a qualidade no tocante ao Cozido se mantém inalterável. Depois da primeira experiência em fevereiro de 2013, este ano por altura do carnaval, retornamos lá e garanto-vos que, a qualidade se mantém, senão mesmo mais apurada.

Claro que nesta altura do ano o prato principal é o célebre “Cozido” mas eu nem lhe chamaria assim. O nome mais adequado para mim seria “Festival do Porco” à semelhança do que acontece noutras zonas do país com pratos tradicionais, como a lampreia, o marisco e outros.

Mas porque estamos no Barroso, onde além da vitela também a gastronomia do porco é dominante, vejamos o que a Casa Ferrador nos serve nesta ementa:

A entrada é de presunto lascado em fatias finas, acompanhado de rodelas de salpicão e de linguiça. Depois vêm os rojões do redanho e do soventre com alheira, seguindo-se umas iscas de fígado, depois língua de porco fumada e fatiada antes dos ossos da assuã. Por fim vem então o cozido, com as restantes carnes fumadas do animal, onde podemos degustar as carnes do focinho a orelheira passando pela barriga, pernil, pé e rabo, acompanhado com batatas e hortaliça da região.

O vinho sendo de produção caseira é feito com uvas do Douro e tem excelente qualidade. Para finalizar há ainda um buffet de sobremesas, composto de doces e salgados que vai dos queijos aos doces onde se inclui a tradicional rabanada.

O preço é de 35,00 € por pessoa, havendo quem o considere exagerado, mas quem aprecie esta especialidade e seja um bom garfo, este preço não é exagerado. Agora para quem vai só pela companhia e debique um ou outro pedacito então será caro.

Outra especificidade deste restaurante é servir só por marcação, donde, quase todas as mesas são compostas por grupos de amigos, oriundos na sua maioria da região do grande Porto e Minho. Paradoxalmente os transmontanos da região talvez porque desde sempre foram habituados a comer estas especialidades, não são muito frequentadores.

Eu próprio um transmontano residente em Lisboa, descobri este restaurante através do meu amigo Júlio Eurico que, é nado e criado em Lisboa mas, amante das coisas boas da vida sobretudo em gastronomia sendo ele quem fez a marcação das duas vezes que aqui viemos.  

 

Ao serviço de qualidade da comida há ainda a acrescer o ambiente acolhedor da casa, assim como a simpatia do pessoal e do seu gerente o Sr. Humberto. Claro que não é um prato para repetir muitas vezes sobretudo por causa do “colesterol”, mas pelo menos uma vez por ano eu recomendo.

publicado por Nuno Santos às 12:43

Dezembro 21 2018

capa-cartao-de-natal.png

Apesar deste blog ter estado um pouco inativo, desejo a todos os visitantes um Santo Natal e um Ano Novo cheio de prosperidades.

 

publicado por Nuno Santos às 20:23

Novembro 14 2018

foto do outono.jpg

Há memórias que ficam e a minha mãe, pese embora os seus oitenta e cinco anos feitos no passado dia 1 de agosto, preserva ainda em boa forma a sua, sendo atualmente uma das poucas fontes de memória da aldeia.

Tardiamente valorizei a riqueza dessa audioteca em suporte de voz, ainda que nem sempre disponível, porquanto, separam-nos quase quinhentos quilómetros de distância. 

Nesta minha curta estada em Chaves entre os Santos e o São Martinho, recolhi esta canção que ela apreendeu, enquanto aluna da D. Maria Eugénia. Chama-se o Carvalho Esburacado e veio à colação por causa desta época do ano em que as folhas das árvores caem e nos dão  extraordinários coloridos.

Assim e para memória futura aqui fica a letra do Carvalho Esburacado, se quiserem conhecer a melodia terão de lhe pedir a ela ou puxar pela memória das vossas mães octogenárias.

 

Caem folhas uma a uma
Na relva verde do prado
São folhas dos castanheiros
Do choupo e dos sobreiros
Do carvalho esburacado


As folhas amarelinhas
Vão caindo, vão caindo
Parece o choro das plantas
Martirizadas e santas
Pelo sol que vai fugindo


A planta fica despida
Fica triste, fica nua
Assemelha-se a um pobrinho
Sem amparo, sem carinho
Como estes que andam na rua


Pobre planta sem folhinhas
A tremer, a tiritar,
É como um bebé sem lar
Para aquecer as mãozinhas

 

Mas o inverno vai passando

A passos tristes e graves

O sol traz flores e calor

E o alegre trinado das aves.

publicado por Nuno Santos às 18:24

Setembro 12 2018

festa 2018.jpg

 

Embora seja mais popular a expressão “Meu querido mês de agosto” para nós outeiro secanos, o nosso mês querido é o setembro, porquanto, é o mês da realização da festa da Sra da Azinheira, (8 de setembro) aquela a quem todos recorremos nos momentos de aflição, independente da nossa maior ou menor intensidade de fé religiosa.

Ainda em setembro (29) realiza-se o São Miguel, mas, apesar de ser o padroeiro da aldeia e estar bem cotado na hierarquia da igreja, pois segundo os dogmas é o comandante supremo das tropas celestes, o facto é que, esta festa não tem a importância da festa da Sra da Azinheira, tendo como orçamento, as sobras da primeira.

Depois do que se passou este ano, em que a realização da festa esteve em risco, é urgente fazer-se uma reflexão quanto ao seu modelo de organização.

Ao longo dos anos tem sido prática, a festa ser organizada por bairros, nomeando-se as comissões de forma sequencial pelos seus moradores, só que como aconteceu neste ano, este modelo está a tornar-se cada vez mais difícil de manter, por variadíssimas razões.

  • A desertificação e o envelhecimento dos seus residentes.
  • A cada vez maior falta de bairrismo e sentido de comunidade.
  • A falta de harmonia entre os vizinhos.
  • Por fim, porque em alguns dos bairros, os seus atuais moradores não são naturais da aldeia, nem nunca se integraram na sua vida social. Residem na aldeia por causa da nossa proximidade com a cidade, onde exercem as suas atividades, fazendo da aldeia apenas o seu dormitório.

Eu sou partidário de dois modelos organizativos.

O primeiro modelo que defendo, foi adotado este ano, quando, perante a eminência da festa ficar enterrada, um grupo de outeiro secanos dinâmicos constitui-se numa comissão, e apenas num mês, organizando uma festa com grande brilhantismo, mantendo não só a tradição, como na melhor festa da região.

O segundo modelo e na ausência do primeiro, defendo que a organização das festas deveria ser uma responsabilidade da Junta de Freguesia, porquanto, é um órgão eleito pelo povo e como é sabido, na maioria das localidades do país, cabe às autarquias a organização das festas da terra.

Mas não é só o modelo organizativo que em minha opinião merece uma reflexão, o seu programa deve ser também remodelado.

Desde logo a procissão das velas do dia 7 que, anualmente vem captando cada vez mais aderentes, deveria ser apenas uma procissão de romagem ao cemitério. Assim teríamos apenas o reencontro dos que regressam com aqueles que já partiram, excluindo-se desse dia a missa e o sermão, uma vez que essa prática religiosa se repete no dia 8.

Desta feita, acabavam os recados que o senhor padre faz todos anos de microfone aberto, àqueles que não sendo praticantes, aproveitam a ocasião e o local para socializar. Porque há que ter consciência que não temos todos a mesma visão sobre a festa da Sra da Azinheira.

Se para muitos ela representa um ato religioso, para outros é apenas um momento de lazer. Basta ver os milhares de pessoas que nos visitam à noite. Se cada um depositasse um euro no prato, aliviava em muito as preocupações dos mordomos na angariação das receitas.  

Quanto ao dia 8 confesso que é para mim uma grande frustração ver aquele recinto vazio durante a tarde. Este ano por razões especiais, só lá pude ir no fim da tarde, mas acho que seria importante reformular a programação da festa nesse período.

A minha proposta é a seguinte: No dia 8 de manhã realizar-se-ia apenas a alvorada e a arruada pelas ruas da aldeia, seguindo-se depois os preparativos e o almoço. À tarde pelas três ou três e meia, realizava-se a missa e a procissão, terminando a festa com o habitual do arraial.   

Na festa deste ano tive vários momentos de emoção, porque revi amigos não residentes como eu, mas porque em termos de saúde estão numa fase da sua vida muito complicada, e segundo os seus familiares, terão ido à festa numa espécie de despedida da terra que os viu nascer, assim como dos amigos e das suas tradições.

Foi o caso de Manuel Benedito, com quem tenho uma dívida de gratidão porque foi ele o meu guia na primeira vez que fui para Lisboa, e o Agostinho Martinho que segundo o comentário do seu filho no penúltimo post do meu blog exprimiu esse mesmo sentimento.

Outros há como o Vasco Garcia em São Paulo e o Aurélio Dias em Lisboa, que, por razões de saúde estão impedidos de viverem este dia presencialmente, ainda que saibamos que o vivem com muito sentimento e saudade, para eles um grande abraço de amizade.

Claro que há muitos outros secanos que, também gostariam de estar presentes, mas razões pessoais e profissionais assim como o facto da festa se realizar em dia fixo, impedem-nos de estar presentes. O facto de a festa neste ano ter caído num sábado, tornou-se mais favorável para uma deslocação, em especial àqueles que vivem no país.

Como outeiro secano foi um enorme orgulho ter participado mais uma vez na festa da Sra da Azinheira, tanto mais que tive o privilégio de ter a família reunida, isto é o meu filho, nora e neta, porquanto, o meu filho sendo residente no estrangeiro, programou as férias de molde a poder estar na festa, uma situação que provavelmente jamais acontecerá, quando a minha neta iniciar o seu percurso escolar.

Os meus parabéns aos bravos mordomos que, em tão curto espaço de tempo montaram a festa, e com tal brilhantismo que continua a ser a melhor festa da região, independente de não ser no mês de agosto, o mês em que a região tem um exponencial aumento demográfico, causado pelos emigrantes.  

Os parabéns portanto para o Artur Jorge Dias, Antero Carreira, Gonçalo Félix, Henrique Assunção, José Carlos Costa, Paulo Batista, Sandro Dias, e Ana Melo restando-me lançar-lhes o repto para que continuem esta missão, pelo menos por um período de mais dois anos, sinal de que o futuro da festa da Sra da Azinheira estará assegurado.  

    

 

 

 

 

 

publicado por Nuno Santos às 10:19

Agosto 19 2018

 

agosto em lisboa.jpg

 Imagem da internet

Se há coisas que eu não aprecio é passar o mês de agosto em Lisboa, porque ao contrário do que acontece nesta época do ano noutras cidades, que, fervilham de pessoas e de atividades lúdicas, embora a maioria dessas pessoas sejam emigrantes vindos das suas terras de acolhimento, mas também de migrantes, a passar parte das sua férias, revendo a família e participando na festa da terra.

Em contrapartida a cidade de Lisboa neste mês fica praticamente deserta, com a maioria dos teatros encerrados, os cinemas quase só passam filmes para crianças ou comédias sem grande interesse, e a única coisa positiva é o trânsito, porque neste mês o trânsito flui sem qualquer dificuldade, não havendo praticamente horas de ponta.

Quem circula pela cidade são sobretudo os turistas, uma situação cada vez mais frequente ao longo do ano, em especial na zona da baixa e nos bairros típicos da cidade.

Quanto às atividades lúdicas lá vai havendo uma ou outra, porque as festas da cidade de Lisboa decorreram durante o mês de junho. Claro que numa cidade capital do país há sempre eventos, e se no dia 15 de agosto a maioria das terras celebrou a assunção da Nossa Senhora, por exemplo em Lisboa celebrou-se o nascimento do Santo António com um concerto do Camané, ao qual tive o privilégio de assistir.

A propósito do Santo António, paradoxalmente dá-se maior relevo à sua morte em 13 de junho, do que ao seu nascimento a 15 de agosto, quando em minha opinião deveria ser ao contrário, até porque o Santo nasceu em Lisboa, mas morreu em Itália na cidade de Pádua.

Este ano por razões pessoais passei cá o mês de agosto, e para ajudar a passar os tórridos dias que se fizeram sentir, refugiamo-nos todas as manhãs na praia de Carcavelos, paradoxalmente a menos de mil metros onde durante mais de vinte e cinco anos, eu exerci a minha atividade profissional, e parafraseando o José Carlos Malato fui muito feliz.

Uma das coisas boas de agosto é o retorno do campeonato de futebol, uma das minhas paixões. Assim ontem depois de ter assistido em casa via televisão ao Chaves- Portimonense, com uma boa vitória do Chaves, à noite lá fui a Alvalade assistir ao Sporting-Setúbal.

Confesso que estava apreensivo, não tanto pelo jogo, mas pela reação da massa associativa, face aos acontecimentos ocorridos durante a semana, protagonizados pelo ex-presidente Bruno de Carvalho, uma chaga que o clube não consegue sarar, veremos o mal que ainda lhe causará.

Felizmente tal como na última assembleia em que foi destituído por uma maioria de 71%, ontem apesar das férias de muitos sportinguistas, estivemos em Alvalade 40.611 sportinguistas, em sinal de compromisso com a equipa e com o clube, do qual o ex-presidente Bruno de Carvalho já é passado, oxalá ele se convença disso.  

Mas se o mês de agosto se aproxima do fim, o mês de setembro está à porta e esse é o mês especial para os outeiro secanos como eu, por causa da festa da Nossa Senhora da Azinheira no dia 8 de setembro.

E se este ano a festa esteve em perigo, pela recusa da comissão nomeada, costuma dizer-se que “se um leão morre outro se levanta” e foi isso que aconteceu, uma outra comissão de voluntários surgiu e a festa da Senhora da Azinheira realizar-se-á com o brilho que nos tem habituado.  

Eu lá estarei para a viver com o mesmo espírito de sempre. Só espero que as condições meteorológicas não condicionem a sua realização, nomeadamente o fogo-de-artifício como está a acontecer neste fim de semana, pois isso seria um série revés para a tradição da nossa festa.

 

publicado por Nuno Santos às 10:55

Julho 08 2018

excursão 1.jpg

excursão 2.jpg

restaurante 1.jpg

 

Para mim um dos melhores prazeres da vida são as viagens, mesmo quando são por locais já conhecidos, pois há sempre coisas novas a descobrir ou então, para recordar. Ainda em Lisboa li no facebook que, a Junta de Freguesia de Outeiro Seco ia promover uma excursão pelo Douro e Beira Alta, com paragens na Régua, Viseu, Folgosinho, Foz Côa e Santuário da Nossa Senhora da Assunção em Vila Flor.

Embora destes locais, só o Santuário da Nossa Senhora da Assunção em Vila Flor fosse para mim novidade, porque só o conhecia à distância e da televisão, por causa da novela “A Outra” que, a TVI gravou aqui no ano de 2008, fazendo com que esta zona do país, passasse a ser muito mais visitada, sobretudo, por aqueles que, tal como eu, gostam e valorizam aquilo que é nosso.

Ora, como nessa data iria estar em Chaves, pedi à minha mãe que me inscrevesse nesta excursão. Contudo, confesso que nunca imaginei o alheamento e a divisão reinante em Outeiro Seco, porque, apesar do preço da excursão ter um valor simbólico de 20,00 € por pessoa, o grupo não chegava a quarenta pessoas.

Considerando o elevado espírito que havia por estas iniciativas, o qual vem do tempo em que o Padre João Sanches celebrava na nossa aldeia, só posso atribuir este alheamento ao facto de ter sido a Junta de Freguesia a promover o evento, constatando infelizmente que a política está a imiscuir-se numa matéria, em que deveria haver uma total e completa separação. Ainda que tenha para mim que, este tipo de eventos, deveriam ser da responsabilidade da Casa da Cultura, porquanto, é uma das iniciativas que constam da sua Missão.

O serviço incluía o autocarro e almoço sendo este um almoço especial com quatro pratos principais, constando a ementa de queijo da serra amanteigado substituindo os habituais cubinhos de manteiga, bacalhau, vitela, javali e cabrito, seguido de um buffé de sobremesas,café e bebidas à discrição.

Saímos da aldeia pelas 7,30 horas e antes das nove já estávamos na Régua, onde tomamos café e vimos o Douro com a sua azáfama, não os barcos rabelos transportando as pipas de vinho, mas diversos paquetes alguns em navegação, outros preparando-se para receber os turistas. De salientar que são cerca de oito mil os que semanalmente sobem o Douro, trazendo um grande valor turístico para a região.

Às 10 horas já estávamos em Viseu. Depois de subirmos no funicular até à Sé, foi algo emocionante para mim o facto de estar no mesmo local, onde o nosso primeiro rei D. Afonso Henriques viveu e brincou com outras crianças da sua idade.

Viseu é uma cidade muito antiga, todos nós a associamos a Viriato e à origem da Lusitânia, mas está também ligada ao início de Portugal, porque ainda como condado portucalense e sob a regência da D. Teresa, o condado tinha três paços donde a D. Teresa exercia o seu governo, o de Guimarães, Viseu e Coimbra.

Existe até uma grande polémica entre Guimarães e Viseu reivindicando cada uma das cidades, a naturalidade de D. Afonso Henriques. Os viseenses defendem existir documentos da época assinados por D. Teresa no paço de Viseu, defendendo não ser possível a D. Teresa, devido ao seu estado de gravidez, ter feito a viagem até Guimarães, onde os vimaranenses defendem ter nascido D. Afonso Henriques, ainda que não esteja em causa que D. Teresa, passava ali grandes temporadas tal como em Coimbra.

Polémicas à parte visitamos a Sé e o seu museu de arte sacra, assim como a igreja da Misericórdia mesmo defronte, um sinal que em matéria de desperdícios financeiros não são apenas com as rotundas de agora, pois não se percebe o porquê de se terem construído duas igrejas uma defonte da outra.

Saímos de Viseu em direção a Gouveia para o almoço e apesar de no programa estar designado que era no Folgosinho este aconteceu na aldeia vizinha de Melo no restaurante Fonte dos Namorados. Mas sinceramente eu não recomendo aos namorados porque depois de uma entrada de pão com queijo da serra amanteigado, um bacalhau à moda da casa, uma vitela estufada, javali e cabrito assado, terminou-se com um buffé de sobremesas qual delas a melhor, tudo regado com bebidas à discrição. Eu só não recomendo aos namorados, porque depois da ingestão de todos estes alimentos, se optarem por outras práticas, correm o risco de algum apanhar uma digestão.

Depois do almoço retornamos ao norte rumo a Foz Côa, e se esta vila é conhecida pelas gravuras rupestres, essa visita só por si necessita de um dia e está fora de uma excursão de este âmbito, mas se Foz Coa é também muito visitada pela altura das amendoeiras em flor nós fomos visitar o seu fruto, ou seja uma fábrica de transformação de amêndoa. Ali pudemos degustar o que de bom se pode fazer com a amêndoa, assim como adquirir alguns desses produtos.

Continuamos a nossa viagem a norte, atravessando de novo o Douro sobre a barragem do Pocinho, uma terra que é muito querida ao escritor Francisco José Viegas, cujos pais vivem em Outeiro Seco. Fomos então ao santuário da Nossa Senhora da Assunção, para alguns como eu pela primeira vez mas para outros como a minha mãe já repetentes. Subimos o escadaria de 250 escadas, contada pela Laurinda, avistando-se dali todo o vale da Terra Quente.

Mas como o mundo o pequeno também ali ouvimos falar da nossa aldeia, o senhor responsável pelo santuário tem uma dívida de gratidão com um outeiro secano o Dr. António José Cruz, porque segundo ele o Dr. Cruz salvou-lhe a vida ao tratá-lo de um grave problema intestinal.

Era pressuposto termos merendado no recinto do santuário, só que o almoço ainda estava tão presente que, quase ninguém abriu as lancheiras.

Pelo caminho cantou-se mas constatei que a marcha de Chaves não é cantada na sua totalidade, ficando-se só pelas Caldas de Chaves pois para que seja cantada tal como ela é aqui ficam os restantes versos:

O castelo é guarda-mor

Sentinela da fronteira

Santa Maria Maior

És a nossa padroeira

Nossa Senhora das Graças

Por um milagre de Deus

Senhora quando tu passas

As preces caem dos céus.

 

Cidade linda, deste nosso Portugal

Com a tua veiga infinda

De riqueza sem igual

Terra de encanto ….........

 

Obrigado, à empresa Ideias Essenciais sempre presentes e disponíveis nos constrangimentos que surgiram, ao executivo da Junta pela iniciativa, esperando que não lhes falte a motivação para iniciativas do género, porquanto, estas iniciativas só valorizam as pessoas, porque tal como alguém disse: Viajar é a única coisa que compramos e nos deixa mais rico.

Um obrigado muito especial aos outeiro secanos que, me acompanharam neste dia diferente, mas muito agradável.

 

 

 

 

publicado por Nuno Santos às 11:55

Julho 01 2018

mundial 2.jpg

 

A nossa seleção foi ontem afastada do Mundial 2018, paradoxalmente no jogo em que na minha opinião, teve o seu melhor desempenho. Mas o futebol são golos e o Uruguai, em três remates enquadrados com a nossa baliza fez dois golos, em contrapartida Portugal em seis remates só marcou um golo.

Não interessa agora fazer grandes considerações de ordem técnicas e táticas, porquanto, os jogadores escolhidos pelo selecionador Fernando Santos, de certa maneira reúnem um consenso generalizado da crítica especializada, e da minha em particular, pese embora, reconheça que, esperava mais de alguns dos jogadores da nossa equipa, os quais, têm estado em bom plano nos seus clubes, como são os casos de Gonçalo Guedes e Bernardo Silva.

Curiosamente a nossa seleção apesar de ostentar o título de campeã europeia, nunca teve grande cotação nas casas de apostas, mas o facto é que outras bem mais cotadas, tiveram o mesmo desempenho, ou pior, como foi o caso da Alemanha e da Argentina e por isso, os dois melhores jogadores do mundo Cristiano Ronaldo e Messi, estão fora do mundial.

Apesar do afastamento da seleção, eu não fiquei muito angustiado, porque esse tem sido o meu estado de alma, desde o início da crise do Sporting, faltando-me já a paciência para os sucessivos programas na CMTV debatendo essa crise, mais que o próprio mundial de futebol, assim como os comentários nas redes sociais dos partidários de Bruno de Carvalho, parecendo até que o Sporting nasceu com este presidente, apesar de já ter um passado de 112 anos.

Ainda a propósito da crise do Sporting quero salientar que, os jogadores que rescindiram o seu vínculo contratual alegando estarem afetados psicologicamente, mas  integrando a seleção como o Rui Patrício, William de Carvalho, Gelson Martins e Bruno Fernandes, afinal e ainda bem para a seleção, não deram grandes sinais disso.

Agora, espero que as entidades reguladoras, como os órgãos competentes da federação e os tribunais, julguem bem este caso, não só os prevaricadores dos incidentes de Alcochete, como as razões das rescisões dos jogadores. Tanto mais que, as cartas argumentarias das suas rescisões são todas iguais para os nove jogadores. Donde, ressalta que haverá aqui interesses obscuros, porquanto, foram cerca de trinta atletas envolvidos neste incidente, mas só nove é que rescindiram. Aliás o jogador que esteve na origem de todo este incidente, o argentino Marcos Acuña, nem sequer rescindiu.

Voltando a este Mundial de Futebol não sei porquê, mas não tinha grandes expetativas, de tal forma que nem sequer fiz a coleção dos cromos do Panini, a qual vinha colecionando desde o Mundial do México em 1986. Apesar disso e devido à minha atual condição de afastado do ativo, este Mundial foi aquele que, mais jogos vi na televisão.

Espero agora que a seleção se vá renovando para dar mais glórias desportivas aos portugueses, sem esquecermos que apesar de sermos um país pequeno no mundo, no ranquing futebolístico, ficamos entre os melhores dezasseis do mundo.

publicado por Nuno Santos às 10:39

Um outeiro secano residente em Lisboa, sempre atento às realidades da sua terra.
mais sobre mim
Novembro 2021
Dom
Seg
Ter
Qua
Qui
Sex
Sab

1
2
3
4
5
6

7
8
9
10
11
12
13

14
15
16
17
18
19
20

21
22
23
24
25
26
27

28
29
30


links
pesquisar
 
subscrever feeds
blogs SAPO