Nunca é tarde de mais para se fazer aquilo que se deseja, e Manuel Pires dos Santos, que, aos seus oitenta e seis anos, publicou o seu primeiro livro de poemas, é disso um exemplo. Trata-se de um livro autobiográfico que, exprime muita da sua grande paixão pela aldeia onde nasceu, há quase setenta anos, em Alcafozes na Beira Baixa. Esta aldeia tal como outras, há pouco mais de um século era uma espécie de couto, pertencente à família de João Franco, o último primeiro-ministro do rei D. Carlos. O livro com quatro centos e cinquenta e cinquenta e cinco poemas, foi impresso na tipografia Gráfica Sinal, em Chaves, com a qualidade que nos habituou. Eu tive o privilégio de escrever o prefácio, o post deve-se ao facto de hoje ter relido mais alguns poemas. Publico um dos poemas que o Sr. Manuel Pires dos Santos dedica à sua aldeia. Tanto o Sr. Manuel como o seu genro Júlio Eurico, são meus amigos e amigos da nossa aldeia, e no próximo mês, por altura do Carnaval, lá estaremos juntos para bebermos um Ponche quente no Flávio, e o chocolate quente no Pepe, em a Feces de Abajo. A Minha Aldeia Terreno forte em riqueza, Nunca explorado, Que tristeza…; O teu solo desprezado Sempre por outros invejado, Teus filhos Aos trambolhões, Castigados por tubarões E por eles mal tratados, Uns fugiram Outros ficaram, Em ti sempre pensaram, Julgando tuas razões. Mantendo seus ideais Uns, de ti falam Nos livros; Outros, de ti falam Nos jornais. |
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