Há dias fiz um post sobre o parque empresarial, enaltecendo o investimento para ali previsto. Contudo confesso que desconheço, se, as águas pluviais e residuais ali geradas, já estão recolhidas na rede pública, espero bem que sim, pois recordo-me do investimento anunciado para o efeito, na ordem dos dez milhões de euros, embora este montante estivesse incluído transfência da anterior ETAR, junto ao Alto da Forca, para um local mais adequado e desabitado, junto à estrada de Braga.
Recordo-me das obras da abertura das valas para a passagem da canalização, e que tanto desconforto gerou, nos utentes da Av. Do Tâmega, assim como da construção das estações elevatórias, uma delas num terreno da minha família, foi expropriado para o efeito.
Por isso tenho fé que tal situação esteja resolvida. Vem isto a propósito da fotografia que hoje publico, do lugar do Campo Lavrado, onde praticamente nasce o Rigueiro do Cego, também ele agora encanado, pelo menos em muitos dos lugares do seu curso.
Recordo-me que era um ribeiro com muito peixe, e chegando o mês de Março, quando pega a rasca, faziam-se ali grandes pescarias mas não era à cana, era com o mingacho ou com uma nassa. Já não o podem testemunhar porque já não estão entre nós, o tio Lépido Ferrador, o meu pai e o Filipe Assunção, os três mais o Picó Cão que morava no Bairro Operário, foram dos maiores pescadores do Rigueiro do Cego.
Mas este ribeiro não tinha só escalos, barbos ou trutas, ainda que em menor número, mas tinha também outras espécies como enguias que as vi eu com estes olhos que a terra há-de comer.
Um certo dia andava eu com o Sr. Zé Pispalhas no lameiro do Campo Lavrado, onde ele consertava uma aberta, quando vimos uma enguia bem grande. Entusiasmado com tal descoberta, o tio Zé cravou-lhe os dedos calejados no lombo, e na sua cara via-se já quão radiante estava com o trofeu. Mas a enguia viscosa como era, ondulou e saltou-lhe de novo para a água. Foi tão grande o seu desânimo que, passados estes anos ainda me recordo da sua frustração.