As poldras são uma espécie de pontes para a passagem de peões e na nossa aldeia, havia várias. No rio pequeno havia quatro poldras, as da Fontaínha, do Papeiro, dos Pelâmes, e no Porto de Santo Estêvão. No rigueiro do Pontão havia as da Pedra de Mesa, Caleão e Pelames. Com a requalificação realizada no leito do rigueiro do Pontão, desapareceram as poldras da Pedra de Mesa e dos Pelames.
O rio pequeno perdeu recentemente as poldras do Porto de Santo Estêvão. Sabemos que em termos práticos as poldras têm perdido importância, sendo cada vez menos utilizadas pelos peões, no entanto, têm um grande valor simbólico, pois fazem parte da nossa memória e do nosso património urbanístico.
Quando digo que perdemos recentemente as poldras do Porto de Santo Estêvão, não sei isso é rigorosamente assim, porquanto não tenho qualquer informação objectiva sobre essa matéria. O facto é que quando da minha recente estadia na aldeia, passei nesse local e o panorama que se me deparou foi o que apresento na foto.
Ora não foi pelo facto de as poldras do Caneiro perderem utilidade operacional que, foram retiradas antes pelo contrário, foram até requalificadas, e hoje vêem-se pessoas a passarem nelas, mais por curiosidade do que por necessidade, é o exemplo do meu amigo Mário Rui, um Sacavenense que visitou recentemente a nossa cidade e quiz ter essa ousadia, fazendo-o com total segurança, pese embora antes tivessemos bebido duas garrafas de reserva do Padrão dos Povos, mas o copo de água bebido nas Caldas eliminou todos os efeitos, quer os etílicos como os da posta à barrosã.