Ontem foi um dia importante para o país e para Outeiro Seco em particular. Para o país porque se realizaram as eleições autárquicas e ainda que em muitas das terras, estas eleições tenham um cariz local, e os eleitores votem nas pessoas, não deixam também de ter uma matriz partidária. E basta cingir-nos aos resultados da nossa freguesia, onde o Carlos Xavier, concorrente pelo PSD, que pela obra feita durante o último mandato, merecia senão a totalidade dos novecentos votos inscritos, ainda que obtivesse a maioria absoluta, teve apenas 334 voto contra 155 do PS, e 25 da CDU.
Quanto aos resultados no país, o PS recuperou praticamente todas as grandes cidades, a CDU foi também uma força partidária vencedora, pois recuperou a gestão de cidades que num passado recente tinha perdido para o PS, como Beja, Évora, Grândola, Loures e outras.
O grande perdedor foi sem dúvida o PSD influenciado pelas repercussões da gestão no governo, mas também pela má escolha dos candidatos sendo exemplo o candidato do Porto, Luís Filipe Menezes. Mas como era expectável manteve a câmara de Chaves, mais pela ausência de grandes alternativas, do que pela qualidade dos eleitos, é a minha opinião dado ser um não residente e assistir à gestão camarária um pouco à distância.
Outro acontecimento do dia de ontem pela positiva foi consagração de campeão do mundo em ciclismo do ciclista português Rui Costa, que teve um ano de sucesso coma vitória na volta à Suíça e duas vitórias em etapas na volta à França.
A juntar ao êxito do Ruis Costa, há ainda a do João Sousa, um jovem tenista de Guimarães, tornando-se no primeiro português a vencer uma prova do ATP – Associação de Ténis Profissional, vencendo o torneio de Kuala- Lampur onde participaram grandes nomes do ténis mundial, como David Ferrer.
Mas o dia de ontem associa-se sobretudo ao S. Miguel o Santo, que a seguir à virgem Maria a 15 de Agosto, é padroeiro em mais de uma centena de freguesias do país.
Ontem apesar de ter como concorrente, o acontecimento das eleições, não deixou de se fazer cumprir a tradição, havendo missa e sermão seguida da procissão com três andores, acompanhada pela população e pela nossa Banda.
Há tarde a banda deu o concerto habitual, mas apesar de se continuar a falar na tradição e de se dizer que o S. Miguel é a festa dos velhos, só três ou quatro os pares é que dançaram. À noite houve o Grupo Musical Norte e apesar de empoleirados no palco, não fizeram aquecer o pouco público presente, salvou-se a rodada do fogo, para os seus entusiastas.
A falta de público à noite ficou a dever-se primeiro, porque o desejo de conhecer os resultados eleitorais se sobrepôs ao interesse na festa, em segundo, porque não sabemos o que se passou entre o S. Miguel e o S. Pedro, mas o S. Pedro não colaborou na festa, estando uma noite de morrinha, a chamada molha-tolos, não convidando as pessoas a sair de casa.
Correndo o risco de ser mal interpretado, este ano atendendo ao facto do dia da festa ter coincidido com as eleições, parecia-me mais avisado e lógico, a festa ter-se ficado apenas pela tarde, dispensando-se o programa da noite. O saldo financeiro a transitar,seria para a comissão da festa do ano seguinte, ontem nomeada, ou em alternativa, para ser gasto em melhorias na aldeia, como na recuperação do recinto da festa, ou de uma capela, esta é a minha opinião de cidadão livre e independente, e que vale o que vale.