A minha mãe adquiriu alguma sabedoria sobre astronomia, com o seu padrinho José Barroco, um homem nascido em finais do século XIX, mas muito viajado para o seu tempo. Esteve na Argentina, Brasil, Cuba e Estados Unidos. Foi ele quem ajudou a desmistificar na aldeia, o fenómeno do fim do mundo, quando em 25 de Janeiro de 1938 se avistou nesta região uma aurora boreal, um fenómeno mais comum nas zonas polares.
Entre muitas outras coisas que a minha mãe lhe ouvia dizer era de que, “lua nova com trovoada, é 30 dias molhada”.
Ora de facto a lua nova entrada em cinco de setembro passado, foi com chuva e trovoada, mas logo no dia seguinte, o tempo teve uma inversão e o mês de Setembro, foi praticamente todo ele, seco e tórrido.
Mas a última fase da lua de quarto minguante, lá se veio repor a tradição, aparecendo a chuva e a trovoada, retardando a realização das vindimas, razão pela qual me encontro de férias nesta altura do ano.
Segundo os sites meteorológicos, o tempo vai continuar assim instável, até ao próximo sábado dia 5 de Outubro, dia em que entra a nova lua, dando assim razão à sabedoria popular.
Quanto à realização da vindima, perece-me que terá de ser feita nos intervalos da chuva, ou das Zerbadas, como diria o Gil Santos, cujo livro com este nome “Zerbadas em Chaves” recomendo a sua leitura.