Em 2008 o Gil Santos escreveu em cooperação com o seu filho, um livro com o título “De Chaves a Copenhaga, A Saga de um Combatente”, narrando as memórias e sofrimentos do seu avô e bisavô, António Santos, um ex-combatente do CEP Centro Expedicionário Português, durante a 1ª Grande Guerra. Eu tenho o privilégio de possuir esse livro autografado pelo autor que, faz o favor de também ser meu amigo.
Num contexto mais prazeroso nestas mini férias da Páscoa, eu e a Celeste na companhia do nosso filho e da Rita, fizemos o percurso de Lisboa a Copenhaga, tendo Amesterdão como uma espécie de base.
Assim na sexta-feira santa, à hora em que a maioria dos outeiro secanos estavam no forte de S. Neutel, representando o Auto da Paixão e segundo já soubemos muito bem, partimos nós de Lisboa para Amesterdão.
No dia seguinte logo pela manhã, saímos em direcção a Hamburgo na Alemanha, onde pernoitemos. Mas como o pretexto era apenas o de lazer, pelo caminho íamos visitando locais de interesse. Deste modo e ainda na Holanda, visitamos a cidade de Deventer, e depois já na Alemanha a de Hanover. É sabido que a maioria das cidades alemãs, foram destruídas durante a segunda guerra mundial, contudo a cidade de Hanover, reconstruiu grande parte dos seus edifícios, recuperando a forma arquitectónica que tinham anteriormente, mais parecendo uma cidade do tempo medieval, semelhante às que não foram destruídas pela guerra.
À noite pernoitamos em Hamburgo, considerada a segunda maior cidade da Alemanha a qual vive fundamentalmente do seu porto marítimo, no rio Elba. Actualmente é o segundo maior porto da Europa, só atrás de Roterdão, mas existem estimativas de que em breve, se torne no maior porto do mundo.
Portugal tal como o fez com o projecto da barragem do Alqueva, tem adiado o projecto da ampliação do porto de Sines, que o tornará num dos maiores portos de águas profundas, do mundo.
Hamburgo é uma cidade com uma grande dinâmica industrial e comercial, e por por via disso uma boa parte da cidade parece convertida num estaleiro, fazendo lembrar Lisboa, na fase da Expo 98, e mais tarde nos preparativos para o Euro 2004.
Uma das muitas empresas construtoras que vi foi a Zublin, já minha conhecida, porque foi accionista de uma empresa chamada Zucotec, cliente da Nucase. Esta empresa foi construída em Portugal, exclusivamente para recrutar mão de obra, fazendo-o essencialmente na região do vale do Ave e Tâmega, tendo inclusive escritório em Amarante.
Talvez por via disso, numa passagem de peões bem próximo de uma dessas obras, vimos no sábado uma faixa colocada por benfiquistas, dizendo “ Reservado SLB”, contudo não assistimos à festa, porque logo nessa manhã saímos para Lubeck, em Portugal conhecida por Lutreck.
Hamburgo tem muitos pontos de interesse, desde igrejas, catedrais o edifício da câmara, mas à noite, todos os caminhos vão dar ao Reeperbahn, uma zona mais imponente que, o Red Light de Amsterdam, ainda que não seja tão hard cord.
Foi no Reeperbahn que, na década de sessenta se iniciaram os Beatles, tocando em muitos bares da cidade. A esse propósito aos domingos junto ao cais realiza-se um mercado volante, e no próprio edifício do mercado, em cada um dos topos existem dois palcos, onde alternadamente actuam bandas rock, alguns dos músicos que estavam a actuar tinham quase a idade dos Beatles.