Outeiro Secano em Lisboa

Maio 11 2014

Longe vai o tempo em que o país parava para assistir ao festival da canção. Primeiro em março quando do festival da canção nacional, e depois em maio com o festival da Eurovisão. Embora se mantenha o calendário, após o desmantelamento da União Soviética e da Jugoslávia, o grupo de países candidatos que, eram entre dezasseis a dezoito, passou para mais de trinta países participantes, por isso a Eurovisão teve necessidade de alterar o modelo, introduzindo sessões eliminatórias, que, retiraram um pouco o brilho ao evento.

Como vem sendo habitual a representante portuguesa não passou da fase eliminatória, este ano com uma canção do Emanuel que, nos envergonhava a todos.

Há muitos anos que deixei de ser um fiel seguidor do certame, mas ontem o dia da final do festival, estávamos em casa de amigos numa festa de anos, e a televisão que estava ligada, andava em zappings constantes, acabou por se fixar na RTP 1, quando já estavam a transmitir os resultados finais.

À medida que os diversos países iam dando a sua votação, vimos que a tendência dos resultados pendiam para a Áustria, cujo representante era um travesti, antes chamado Tom Neuwirth e agora Conchita Wurst.

Não contesto a justiça do resultado, primeiro porque não tenho o sentido crítico nem conhecimentos de música para fazer essa avaliação, segundo porque não ouvi as restantes canções candidatas, mas o que me chamou mais a atenção, ainda que não tenha qualquer sentimento homofóbico, foi a postura do(a) intérprete.

Tinha uma cara que fazia lembrar o Jesus Cristo das séries bíblicas, e um corpo escultural de sereia, talvez em homenagem à pequena sereia do Christiansen, pois o festival decorreu a poucas centenas de metros do lugar onde está essa estátua na cidade de Copenhaga.

Não sei se o resultado obtido é uma forma de contestação às declaraçõe do ministro russo, se para premiar a qualidade da canção ou para discriminar positivamente a afirmação social do intérprete, mas se foi isso e parafraseando o Diácono Remédios “ Não havia necessidade.”

 

publicado por Nuno Santos às 08:51

Um outeiro secano residente em Lisboa, sempre atento às realidades da sua terra.
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