Há hábitos que se ganham na juventude e se mantêm pela vida fora. Desde menino e moço que me habituei a colecionar cromos de jogadores de futebol, nessa altura o dinheiro que juntava aos domingos dos meus pais, do meu avô ou dos meus tios, era para comprar cromos na taberna da Sra Adelaide, trocando os repetidos com os meus amigos da altura.
Entre esses colecionadores salientavam-se o meu primo Cesário, o Zé Fernando o Altino, que quando apanhava a mãe distraída, surripiava-lhe alguns e o saudoso Dr. Costa, que tinha a faceta de decorar todos os dados biográficos dos jogadores. Alguns dos nomes também me ficaram na memória, como o do capitão do Sporting, José Carlos da Silva José, natural de Vila Franca de Xira nascido em 1941.
Jamais imaginaria eu que anos mais tarde, o José Carlos viria a ser treinador do Desportivo e residir em Chaves, onde uma da suas filhas casou.
Durante anos abandonei essa prática de colecionador, retomando-a aquando do Mundial de 1986, o tal que ficou célebre pela rebelião dos jogadores portugueses contra os orgãos da federação, ficando conhecido pelo caso Saltilho.
Com o pretexto de fazer a coleção para o meu filho, continuei a fazer as seguintes quer as dos Mundiais como as dos Europeus, e neste momento já terminei a coleção do Mundial de 2014.
Bem sei que agora o Google, dá a resposta a todas as informações, sobre as competições do passado, mas o prazer de abrir as saquetas dos cromos e colá-los na caderneta, esse prazer ninguém mo tira.