Outeiro Secano em Lisboa

Junho 22 2014

Já o Lavoisier dizia  “Na natureza nada se perde nada se cria, tudo se transforma” vem isto a propósito da morfologia da nossa aldeia, sendo das freguesias do concelho, aquela que, sofreu maiores transformações.

Quando há três ou quatro décadas os nossos pais iam lavrar para a Cocanha e para a Serrinha, hoje nesses lugares nós vamos às compras ao Continente, à Worten ou ao Parque Industrial. O mesmo se passa quando íamos às pinhas ou aos tortulhos, ao Pinhal do Rico de Vilela ou ao Cotrão, agora vamos ao Parque Empresarial.

Assim como  como na Mina onde muitas famílias, sob a complacência do Dr. José Maria Ferreira Montalvão e do Zé Mouco o seu criado,  iam buscar a lenha para se aquecerem das noites frias de inverno, ou para cozerm o pão. Hoje nós podemos ir comê-lo na cantina da Escola de Saúde José Timóteo Montalvão Machado, situada no mesmo local.

O curioso nesta toponímia é que os Montalvões Machados que foram proprietários desta propriedade, por questões de honra nunca gostaram dos Ferreira Montalvões, apesar de serem familiares, coisas do passado, contudo o seu nome regressou a este local, quando o escolheram para patrono da escola.

Para quem saíu de Outeiro Seco na década de cinquenta, e jamais tenha regressado, com certeza terá muita dificuldade em reconhecer a sua terra, em especial o seu termo. Mesmo eu que saí em 1973 embora a visite quase todos os meses, há locais como o ilustrado na foto que, jamais reconheceria, caso não fosse lá, in loco.

A propósito deste local e parafraseando o José Carlos Malato, já lá fui muito feliz, mas também já lá estive à beira da morte por afogamento. Devo a vida ao José Luís Costa Chaves que, chegando ao local se apercebeu do que se estava a passar comigo, enquanto o meu pai que nessa época com menos de trinta anos, ( faz hoje dez anos que faleceu) se divertia com os jovens da sua idade, e tinha descurado a minha segurança.

O local da foto é o Arcossó, devendo o nome ao ribeiro que ali desagua na sua margem esquerda. A fotografia foi tirada da margem direita ao fundo do Arco, perto do local onde funcionou a primeira unidade industrial de Outeiro Seco, o engenho do Sr. Cangueiro e mais tarde a britadeira do Sr. Luís Cavadas.

 

publicado por Nuno Santos às 07:30

Um outeiro secano residente em Lisboa, sempre atento às realidades da sua terra.
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