Outeiro Secano em Lisboa

Julho 31 2014

Portugal foi sempre um país de emigrantes, primeiro para as Américas depois para a Europa, existindo ainda a migração de umas regiões para as outras, sendo mais frequente a migração do interior para o litoral.

Ora como as romarias em Portugal ocorrem quase todas entre os meses de julho, agosto e setembro, por tradição, as férias e a festa estiveram quase sempre ligadas, marcando-se as férias de modo a coincidirem com a festa.

Ao contrário dos versos do poeta Ary dos Santos, de que o Natal é quando um homem quiser, a festa da nossa aldeia é sempre no dia 8 de setembro, faça chuva ou faça sol, seja domingo ou segunda-feira, como é o caso deste ano.

Entretanto alguns factores vieram intervir com as férias, o primeiro, o facto de algumas empresas encerrarem durante o mês de agosto, o segundo, a alteração do início do ano escolar. Longe vai o tempo e que as aulas começavam apenas no dia 1 de outubro, agora o início do ano escolar ocorre para os alunos em meados de setembro, e para os professores logo no início do mês, para fazerem o seu planeamento.

Em cinquenta e nove anos de vida e apesar de também eu ser um migrante e estar casado com uma professora, só num ano falhei a nossa festa, foi no ano de 1980, o ano em que nasceu o nosso filho, no dia 24 de Agosto.

Nesse ano não fomos à festa da senhora da Azinheira mas fomos à festa do São Miguel no dia 29 de setembro, tendo inclusive celebrado o seu batizado nesse dia.

Apesar de ter já havido alguns movimentos para alteração da data, a  nossa festa mantém-se a 8 de setembro, ainda que nem todas as aldeias tenham sido assim tão inflexíveis, ajustando-a com a data mais favorável aos seus conterrâneos, não residentes.

Actualmente a mobilidade está mais facilitada, vai-se de Lisboa a Chaves em cerca de quatro horas, mas ainda sou do tempo em que se saía de Lisboa à meia noite e dez de Santa Apolónia, para se chegar a Chaves às duas horas da tarde do dia seguinte. A partir de 1975/1976 começaram a aparecer autocarros fazendo concorrência à CP e esse itinerário reduziu para oito a nove horas, daí a canção dos Xutos e Pontapés “ De Lisboa até Bragança, são nove horas de distância”.

Apesar de ir de férias ainda em agosto, em setembro lá estarei para a festa, deixando aqui um apreço aos mordomos dos casados e dos solteiros porque, apesar da difícil conjuntura, estão a fazer tudo para manterem a festa, com os mesmos padrões de qualidade a que estamos habituados.       

publicado por Nuno Santos às 07:45

Julho 30 2014

 

Sem dúvida que somos um país com uma enorme falta de pragmatismo, e a nossa história está cheia de episódios de avanços e recuos. Já no século XVI, Camões retractava isso nos Lusíadas, quando os marinheiros já içavam as velas para a largada, lá estava o velho do Restelo à frente de uma enorme multidão, contestando essa partida.

Vem isto a propósito da propalada construção de um novo aeroporto, como alternativa ao aeroporto da Portela. De salientar que a primeira ideia para a construção de um novo aeroporto, foi lançada (vejam bem) em 1969, logo no segundo ano de mandato de Marcelo Caetano, era ministro das Obras Públicas o Eng.º Rui Sanches, o mesmo que anos antes como engenheiro hidráulico, tinha sido o responsável pela construção do canal de irrigação da veiga de Chaves.

Falamos do novo aeroporto, mas poderíamos falar da Barragem do Alqueva, do porto de Sines, do TGV e de muitos outros projectos estruturantes para o país, nos quais se gastou dinheiro público em projectos, para ficarem depois guardados nas gavetas. Destes avançou-se muitos anos depois com a Barragem do Alqueva, vendo-se agora, o quanto se perdeu com esse atraso.

O novo aeroporto já esteve planeado primeiro para o Rio Frio, depois para a OTA, depois para Alcochete e agora, apesar de se dizer que a partir de 2017 o actual  atinge o seu ponto de rutura, está planeado para lado nenhum.

Ao mesmo tempo a nossa vizinha Espanha, apesar de ter vários aeroportos internacionais, continua a aumentar o seu aeroporto de Barajas, em Madrid, e neste momento, várias companhias de aviação já estão a desvalorizar o aeroporto da Portela, de tal forma que, tem de se ir a Madrid  fazer a ligação, para voar para alguns destinos, sobretudo da América do Sul, com a excepção dos voos para o Brasil porquanto, a TAP, ainda opera directamente para este país.

Para ilustrar melhor esta situação eis um episódio testemunhado por mim. A Nucase empresa onde trabalho, realiza todos os meses na sua sede em Carcavelos, uma sessão de trabalho para os seus supervisores, com um técnico de impostos residente na Maia - Porto. Como resido em Lisboa, acabo por ser o seu transfer, quer para o hotel se ele ficar para outras sessões no dia seguinte, quer para o aeroporto se  regressa a casa nesse dia. Há dias íamos nós em plena A 5 com destino ao aeroporto, quando o nosso formador  recebeu uma mensagem da TAP, informando-o de que se quisesse voar para Madrid, apanhava lá um avião para o Porto, chegando a casa meia hora mais cedo do que no voo planeado Lisboa-Porto.  

Este é um exemplo paradigmático de que o nosso aeroporto, está a tornar-se cada vez mais periférico e se antes ainda se podia recorrer aos fundos comunitários, para construir o novo aeroporto, com o alargamento da união e a repartição cada vez maior desses fundos, as dificuldades para a construção aumentam, ficando o actual aeroporto cada vez mais precário e mais secundarizado e periférico, além de que as empresas de construção têm de procurar trabalhos noutras latitudes, tal como muitos  dos técnicos e operários.

 

O mais grave é que apesar de todos estes condicionamentos ao investimento, a dívida pública não para de aumentar, alguém explica isto?

publicado por Nuno Santos às 07:30

Julho 29 2014
 
Episódio III

No início dos anos noventa a Nucase confinava-se apenas ao escritório da Parede e por isso, havia um maior espírito de união entre os seus funcionários, sendo que alguns residiam na área de Lisboa, por isso tinham que diariamente apanhar o comboio na Parede até ao Cais do Sodré. Faziam parte desse grupo: Nuno Santos, Virgílio Alexandre, António Almeida, Vítor Sobreira, Valter Ferreira, Tó Zé Morais e o Jorge Avito.

Às sextas-feiras era costume este grupo retardar o regresso a casa em momentos de  tertúlia que depois das dezoito horas  começava logo no Café Delícia, mesmo ao lado do escritório, parando depois noutros bares até à estação.

Até o Almeida que apesar de ser abstémio por causa dos seus problemas de estômago acompanhava o grupo, que tinha como última paragem o Táglia, um restaurante bar nosso cliente, situado mesmo de fronte da estação, e donde se viam passar os comboios.

Cada um pagava uma rodada, umas para o convívio, outras para a sossega, e outras para a abaladiça. E enquanto nós bebíamos, o Almeida ia vendo passar os comboios e dizia:

- O das 20:30 já foi; agora só às 20;55.

E as rodadas seguiam-se e lá se ouvia o Almeida:

- O das 20:55 já foi; agora só o das 21:20.

Quando chegávamos a casa, a vontade de jantar era nenhuma, mas a desculpa era fácil. O trabalho obrigara-nos a sair mais tarde. Como nessa época ainda não havia telemóveis, o controlo era bem menor do que agora. Bons tempos e boa camaradagem.

publicado por Nuno Santos às 07:24

Julho 27 2014

Como flaviense residente em Lisboa, recebo todas as semanas por email, a agenda cultural da Câmara Municipal de Chaves, constatando com tristeza minha, de que não é pelos eventos anunciados, que, a nossa cidade se projeta no país e no mundo, em comparação com aquilo que se vê de programação cultural noutras cidades, sem a importância económica e histórica da nossa.

No último e-mail recebido da agenda cultural, um dos eventos de referência era um convite aos flavienses, para que no dia 3 de Agosto domingo, entre as 12,30 e as 13,00 horas, fossem à rotunda do Raio X, agora conhecida por rotunda do E' Leclerc, ver passar os ciclistas.

Fraca consolação para os flavienses irem ver passar os ciclistas, quando a essa hora estarão por certo, mais preocupados com o almoço, mas também porque os ciclistas estando ainda distantes da meta, passarão ali ainda em ritmo de passeio.

 

Em contrapartida no dia anterior, os montalegrenses têm o privilégio de assistir ao final da etapa, uma das mais importantes da prova, com um prémio de montanha no Larouco, sendo a primeira vez em 76 anos de Volta a Portugal, que esta vai a Montalegre.

E se no dia anterior a Volta termina em Montalegre, no dia seguinte quando ladear a cidade de Chaves, a caravana voltista forma-se em Boticas, uma outra terra da região do Alto Tâmega, da qual a cidade de Chaves se intitula a sua capital, terminando na mítica Senhora da Graça.

Curiosamente e apesar do apelo da Câmara, o programa oficial da volta nem cita a passagem por Chaves, referindo apenas a passagem por Sobreiró de Cima, onde há uma meta de 2ª categoria de montanha e depois por Valpaços, onde haverá um meta volante. Quer isto dizer que em Chaves, nem sequer existe uma meta volante, apesar da maioria da caravana voltista, se ter alojado na cidade.

 

Este ano e depois das termas não abrirem aos aquistas, o facto de não haver um qualquer programa cultural que dê alguma dimensão à cidade e à região, fraca consolação têm os flavienses, ou vão assistir à passagem dos ciclistas ou então vão às sextas-feiras, ouvir uma banda filarmónica nas Freiras.

Claro que também vou passar parte das minhas férias em Chaves, mas para lá do convívio com os amigos, o ponto mais alto das minhas férias será o fogo de artifício no arraial da Senhora da Azinheira, em Outeiro Seco.

 

publicado por Nuno Santos às 08:45

Julho 26 2014

Havia já a expressão do “tiro ao Álvaro” que, é o título de uma bela canção de Elis Regina, mas usada como expressão pejorativa, quando o ministro Álvaro Santos Pereira estava no governo. Agora existe a expressão do “tiro ao Ricardo” pois todos os comentadores e cronistas se atiram a Ricardo Salgado, pela gestão ruinosa que sabe-se agora, exerceu no GES – Grupo Espírito Santo.

De facto tudo na vida é efémero, e se até há menos de um mês Ricardo Salgado além de dirigir um vasto império, merecendo o epíteto de DDT – Dono Disto Tudo, ainda fazia e desfazia governos, agora é um proscrito que está sobre a alçada da justiça, mas, ainda que venha a ser ilibado, já está condenado pela opinião pública.

E ao que parece com toda a justiça, pelos números que têm vindo a público, o banqueiro que era apontado como um modelo, e venerado pelos seus pares, cometeu demasiados erros de gestão, arruinando um negócio que, sendo da família, era também de muitos outros grandes e pequenos investidores, que nele depositavam confiança.

E tudo isto em nome de quê? Talvez caibam aqui os verso de Camões atribuídos ao velho do Restelo.

– Ó glória de mandar / Ó vã cobiça / Desta vaidade a quem chamamos fama / Ó fraudulento gosto, que se atiça / C' uma aura popular, que honra se chama!

De facto Ricardo Salgado esteve no poder até aos setenta anos, a sua liderança chegou a ser contestada no seio da família, nunca se soube as razões, mas sabe-se agora que era lícita essa contestação.

O mais grave disto tudo é que o BdP principal regulador, foi assistindo a tudo isto, impávido e sereno, porque ninguém ousava afrontar o DDT?

 

publicado por Nuno Santos às 08:13

Julho 25 2014

 

 

No post anterior o João Jacinto chamou-lhe um homem bom, e de facto sem correr o risco de estar a fazer juízos de valor, em causa própria, Norberto Rodrigues Afonso foi de facto um homem bom, e como se diz na bíblia “feito à semelhança do pai”.

O “tio Berto” tal como era tratado por mim e por toda a família, teve o mesmo trajecto de vida profissional, e social do seu pai e nosso avô, Eurico Rodrigues Afonso.

Foi funcionário público nas Finanças de Chaves, não chegando a chefe apenas por razões estratégicas, porquanto a lei da rotatividade obrigava a que cada chefe de finanças, não pudesse permanecer na mesma repartição, mais do que seis anos.

Razão pela qual após muita ponderação com a família, quanto aos prós e contras da sua promoção, optou por evitar essa promoção por não vislumbrar vantagens na separação ou deslocalização de toda a família, a que estaria obrigado, tanto mais porque tinha uma prole de seis filhos, com uma situação escolar estabilizada, além de que tinha ainda em paralelo, uma casa de lavoura para gerir, donde colhia rendimentos iguais ou superiores ao das remunerações profissionais.

Deste modo e salvo o seu início profissional em Montalegre, e um pequeno período de seis meses, em que teve de fazer uma comissão de serviço em Loures, o tio Berto viveu sempre em Outeiro Seco, onde exerceu uma grande actividade cívica.

Foi o presidente da primeira Comissão de Recenseamento em 1975, foi autarca no início da transição do antes para o pós 25 de Abril, embora a sua acção mais preponderante fosse como enfermeiro improvisado, pois herdou o estojo e o jeito do pai, para dar as injecções que, ajudaram a salvar muitas vidas de pessoas, velhas e novas, mas também de animais.

Quis o destino ou quem ordena essas coisas que morresse cedo, privando a sua família mas também a nossa comunidade do seu convívio, tinha apenas 49 anos de idade, e fez no passado dia 18 deste mês de Julho, 29 anos que tal aconteceu.

Este post é uma simples homenagem de alguém que, privou muito próximo com ele,  sendo o seu companheiro de quarto, enquanto como solteiro viveu em casa dos pais.

publicado por Nuno Santos às 11:22

Julho 24 2014

Há uma metáfora que diz que, o comboio da vida só passa uma vez à nossa porta, depois há paragens em estações e apeadeiros. Observando esta foto constata-se que é assim mesmo, porque a paisagem que se vê por trás dos jovens da fotografia, devido à dinâmica dos tempos foi totalmente alterada e já não existe mais.

Estes jovens da fotografia também apanharam o comboio da vida, mas depois de várias paragens em algumas estações e apeadeiros, aconteceu com eles uma coisa rara, os três regressaram ao local da partida, vivendo agora num raio de menos de duzentos metros.

Já se passaram quase quarenta anos, e estes jovens já o não são tanto, embora mantenham muitos traços da sua fisionomia, quem serão eles?

 

publicado por Nuno Santos às 07:22

Julho 23 2014

Há pouco tempo escrevi um post sobre a comemoração dos oito séculos da língua portuguesa, atribuído ao primeiro documento oficial escrito em português, o qual se diz ter sido o testamento do rei D. Afonso II em 1214. Esta efeméride está na origem da criação de uma associação, com o mesmo nome, à qual por razões profissionais me encontro ligado.

A 8 Séculos da Língua Portuguesa é uma associação autónoma e independente do organismo oficial já existente, designado por CPLP – Comunidade dos Países de Língua Portuguesa, composta por todos os países falantes da língua portuguesa, hoje é notícia por ter integrado nesta comunidade um novo país, a Guiné Equatorial, sem qualquer ligação cultural com o nosso, e onde nem se fala o português. Quando assisti à conferência onde foi apresentado o programa das comemorações, foi destacada a importância da nossa língua, não só pela sua vertente cultural, mas também económica. Ao que parece, a integração da Guiné Equatorial teve mais a ver com razões económicas, do que razões culturais. Pois não é despiciente o facto deste país ser o terceiro maior produtor de petróleo do continente africano, porque do ponto de vista cultural e social, este país está nos antípodas da nossa cultura, tem um regime ditatorial que perdura há trinta e se anos, e ainda aplicam a pena de morte, quando em Portugal já se aboliu há quase dois séculos.

Nesta integração a economia falou mais alto, talvez porque GALP possa beneficiar como parceira no negócio dos petróleos? Ainda não ouvimos a posição do governo português sobre este tema, mas por certo não tomará posição oficial, talvez porque tenha perdido poder dentro da CPLP, e a vontade dos restantes membros, ter-se à sobreposto à vontade do do nosso governo. Ou será que estarão a ver na Guiné Equatorial uma solução, para a colocação de professores, ensinando a nossa língua?

publicado por Nuno Santos às 13:47

Julho 22 2014

 

Episódio II

 

Quando o nosso escritório de Lisboa funcionava no Rossio, paredes meias com o Teatro D. Maria, um dos nossos clientes era uma loja de antiguidades situada na galeria comercial Via Venetto na Av. João XXI, a qual tinha como estafeta, um senhor já reformado que, com o que ganhava nessa função, complementava a sua magra reforma.

Um dia este senhor veio ao nosso escritório fazer a recolha do livro de actas. Mas como a sua contabilista, que era a Ana Ferreira, estava ao telefone, a recepcionista instalou-o na sala de reuniões, a qual funcionava em simultâneo como sala de espera.

A chamada durou mais do que era expectável, e a recepcionista esqueceu-se de avisar a colega, da presença do senhor. Como estavamos próximo da hora do almoço, e nessa época ninguém comia no escritório, como os tempos mudaram, toda a gente saiu ficando o senhor fechado na sala.

Só após o regresso do almoço, a recepcionista se lembrou do senhor, indo avisar a Ana Ferreira. Quando esta se dirigiu à sala de reuniões, imaginando-a vazia, pensando que depois de tanta espera, o homem ter-se-ia ido embora.

Qual não foi o seu espanto, quando  entrou na sala, encontrou o senhor de cabeça caída sobre a mesa e a dormir. Chamou-o e quando estava preparada para ouvir o  seu desconforto por tanta espera, este só lhe disse.

- Parece que passei pelas brasas!

publicado por Nuno Santos às 07:19

Julho 21 2014

 

Faz hoje 45 anos que o homem pousou na lua. Depois de longos anos de missões, foi a tripulação da Apolo 11 composta por Neil Armstrong, Michael Collins e Buzz Aldrin quem fizeram esse feito, cabendo a Neil Armstrong ter sido o primeiro a pisar solo lunar e proferido a célebre frase “foi um pequeno passo do homem e um grande salto da humanidade”.

Decorridos tantos anos talvez fosse importante analisar se de facto esse avanço da aeronáutica, foi verdadeiramente um grande salto para humanidade.

Porque se tivermos apenas em apreço o avanço que a aeronáutica trouxe às tecnologias da comunicação, sem dúvida que sim, mas também não podemos esquecer os avanços perniciosos para a humanidade, basta lembrarmo-nos dos acontecimentos desta semana, em que vários mísseis, que são fruto desse avanço aeronáutico proclamado por Neil Armstrong, destruíram um avião comercial ceifando 297 vidas, assim como as que morreram na faixa de Gaza, dizimadas pelos mísseis israelitas.

Quanto ao avião da Malásya Airlines, ainda não há resultados concludentes sobre as causas do incidente, embora tudo aponte para que a queda, se deva ao facto de ter sido atingido por um míssil, disparado pelas milícias ucranianas pró russas. E se assim for, vejamos o tal salto para a humanidade, permitiu que um ex-carteiro, agora comandante da milícia para independência da Ucrânia ocidental, seja o responsável pela ordem de disparar o míssil, por não ter  distinguido com precisão, se o avião era comercial ou militar.

Mas voltando à efeméride, em 1969 eu tinha 15 anos e ouvia  músicas de Bob Dylan, Joan Baez, Creedence Clewater Revivel e dos Beatles, mas também música portuguesa do Quarteto 1111 os quais tinham editado há pouco a Lenda do Rei D. Sebastião, assim como de Paulo de Carvalho, Fernando Tordo, Tonicha e dos brasileiros como Chico Buarque da Holanda, Caetano Veloso, fazíamos baisles com gira discos a pilhas ao som das músicas de Roberto Carlos e do Neson Ned.

Em Outeiro Seco ainda não havia luz eléctrica por isso fui seguindo os comentários do Prof. Eurico da Fonseca e do locutor José Mensurado pela televisão, no Bar do Marconi, situado na estrada de Outeiro Seco, um bar que ainda existe, com o nome de Bar Raioto.

Recordo-me das discussões caseiras, quanto ao cepticismo dos mais velhos, sobre a veracidade ou não, se o homem pousou na lua. Curiosamente passados tantos anos, esse cepticismo embora não tão persistente, ainda permanece em algumas camadas da população.

E com isto, já se passaram 45 anos!

publicado por Nuno Santos às 08:45

Um outeiro secano residente em Lisboa, sempre atento às realidades da sua terra.
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