Hoje um Filipe de Espanha regressou a Portugal, embora viesse em missão de cortesia e não para ocupar o poder, como acontecera em 1598, vindo desse tempo a expressão, de que “ De Espanha, nem bom vento, nem bom casamento”.
A razão dessa expressão deve-se ao facto de ter sido um casamento, quem nos fez perder a soberania. Tratou-se do casamento de D. Isabel de Portugal com o rei D. Carlos V de Espanha, e o seu filho Filipe tornou-se no herdeiro dos dois reinos, legitimado nas Cortes reunidas em Tomar.
Esse ditado tem ainda mais consistência, porque já no final da primeira dinastia se vivera uma situação semelhante, quando a única filha de D. Fernando, D. Beatriz casara com D. João I de Castela, que também reivindicou o trono poprtuguês.
Só que nessa altura o povo andava muito descontente com o reinado de D. Fernando e depois da sua mulher Leonor Teles que, após a morte do rei ficara como regente, vindo a aclamar um outro João, mas o mestre de Avis, tornando-se em D. João I de Portugal.
A visita deste Filipe é um gesto de amizade, sendo a segunda visita que faz após a tomada de posse, a primeira visita fora a Roma, para visitar o Papa.
Recentemente em Espanha uma minoria tem questionado a continuação da monarquia, querendo implementação da república. Mas nos tempos que correm parece-me um pouco relevante, essa questão das monarquias ou da repúblicas.
Em Portugal há mais de cem anos que somos governados pela família Espírito Santo, sem que algumas vez se tenham submetido a sufrágio, os últimos acontecimentos ocorridos com o BES, são disso uma prova evidente.