Segundo informação obtida junto de fontes ligadas ao restauro da capela da Senhora do Rosário, o achado dos frescos, tem proporcionado várias visitas ao local, de especialistas versados nesta matéria. Já lá estiveram técnicos do IPPAR, mas também, outros especialistas em arte sacra, o último dos quais ocorreu ontem, com a visita do Prof. Vítor Serrão, professor da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa.
A parte positiva para a nossa terra e para a região, é o reconhecimento do achado como de interesse relevante, do seu ponto de vista cultural e artístico, todos incentivando à sua preservação, para que o fresco não se degrade ainda mais.
A parte negativa são os custos que essa operação envolve, e o facto de ainda nenhum organismo se ter atravessado, para o seu financiamento, dizendo que têm os cofres exauridos, e como tal, a obra terá de ser custeada pelo povo.
No fundo estamos perante o dilema que tem acontecido ao longo dos tempos, “ o povo é que paga”. Paga a cultura paga a saúde e a educação, porque o estado social serve apenas para aparar os golpes de alguns poderosos, como temos visto ultimamente.
Perante isto, a generosidade da população de Outeiro Seco, vai mais uma vez ser posta à prova, e depois de já ter sido chamada a colaborar para a festa da Senhora da Azinheira, vai aora ser chamada a colaborar na recuperação da capela da Sra da Rosário.
Infelizmente em Outeiro Seco, nunca houve grandes mecenas e o que se tem feito, tem sido com a colaboração de todos. Por isso espero que o povo entenda essas motivações e colabore, porque embora se reconheça a importância desses peditórios, o facto de serem tão próximos, podem criar alguma saturação nas pessoas, porquanto os tempos também não estão fáceis. Contudo, deve haver priorizações e estando a recuperação da capela em curso, é nessa obra que agora se devem focar todas as atenções.
Porém deixem-me sugerir uma prática, já anteriormente utilizada na aldeia, e exercida em muitas outras terras. A angariação de fundos para a realização de grandes obras, quase sempre está ligada à realização de eventos, os quais grão a grão, contribuem para a obtenção de receitas. Sabemos que isso dá trabalho aos seus organizadores, mas sem trabalho não há recompensa e o verão é a melhor altura para a realização desses eventos.