No início dos anos noventa a Nucase confinava-se apenas ao escritório da Parede e por isso, havia um maior espírito de união entre os seus funcionários, sendo que alguns residiam na área de Lisboa, por isso tinham que diariamente apanhar o comboio na Parede até ao Cais do Sodré. Faziam parte desse grupo: Nuno Santos, Virgílio Alexandre, António Almeida, Vítor Sobreira, Valter Ferreira, Tó Zé Morais e o Jorge Avito.
Às sextas-feiras era costume este grupo retardar o regresso a casa em momentos de tertúlia que depois das dezoito horas começava logo no Café Delícia, mesmo ao lado do escritório, parando depois noutros bares até à estação.
Até o Almeida que apesar de ser abstémio por causa dos seus problemas de estômago acompanhava o grupo, que tinha como última paragem o Táglia, um restaurante bar nosso cliente, situado mesmo de fronte da estação, e donde se viam passar os comboios.
Cada um pagava uma rodada, umas para o convívio, outras para a sossega, e outras para a abaladiça. E enquanto nós bebíamos, o Almeida ia vendo passar os comboios e dizia:
- O das 20:30 já foi; agora só às 20;55.
E as rodadas seguiam-se e lá se ouvia o Almeida:
- O das 20:55 já foi; agora só o das 21:20.
Quando chegávamos a casa, a vontade de jantar era nenhuma, mas a desculpa era fácil. O trabalho obrigara-nos a sair mais tarde. Como nessa época ainda não havia telemóveis, o controlo era bem menor do que agora. Bons tempos e boa camaradagem.