Longe vão os tempos da Galícia cantada por Rosalía de Castro, uma famosa poetisa do século XIX, cujo nome aparece agora nas ruas ou praças de todas as terras galegas, mas não só, porque a sua popularidade estende-se inclusive ao nosso país.
São conhecidos os versos que o Adriano e o Zeca cantaram “Este parte aquele parte / E todos todos se vão/ Galícia ficas sem homens/ que possam cortar teu pão”. A Galícia desse tempo era a região mais pobre da Espanha, mas agora é a quinta região mais rica, e a agricultura tornou-se numa actividade secundária, porquanto, a industria o comércio e o turismo, têm um maior peso na sua economia, embora os seus campos continuem trabalhados, recorrendo a meios modernos e mecanizados.
É impossível vir de férias a Chaves e não dar um salto à Galícia, quanto mais não seja ir a Feces de Abajo ao Paco, para comer uma “racione de jamon e quezo”.
Mas se a volta puder ser maior, tanto melhor, pois com apenas uma dormida, pode-se visitar Ourense, Lugo, Corunha, o Cabo Finisterra e outras pequenas localidades como o Ezaro, onde se vê um rio a escorrer por uma montanha, não esquecendo a passagem obrigatória por Santiago de Compostela, a terra da Rosalía de Castro, e onde se diz que, quem não vai lá de vivo, vai lá de morto, percorrendo a via láctea ou caminho de Santiago, para acertar as contas com o Criador.
As fotos são da muralha romana em Lugo, da Torre de Hércules em Corunha, e do rio Ezaro, próximo de Finisterra ou a Costa da Morte onde por força das correntes marítimas, dão à costa a maioria dos naufrágios a norte do Douro, como aconteceu com os náufragos da Ponte de Entre os Rios.
Mas fora essa circunstância trágica, o cabo Finisterra é um lugar mítico, e onde os caminheiros de Santiago, pese embora a distância de cerca de noventa quilómetros que os separam consideram terminar a sua peregrinação, depositando ali a sua vieira e queimando as roupas utilizadas na caminhada, considerando-se assim mais purificados.