Outeiro Secano em Lisboa

Setembro 30 2014
As dus centenárias da aldeia
O nosso padroeiro
A tia Amélia com 102 anos a dançar com a Célia

Com a realização do São Miguel, terminou ontem o mandato da comissão de festas do ano de 2014, composta pelo Tibério Sevivas, Antero Carreira, António Alves e o Rodrigues, cujo desempenho neste ano, merece nota de excelência. Esta comissão merece ainda uma pequena nota de referencia, pois com excepção do Tibério Sevivas, os restantes são todos outeiro secanos de adopção, um sinal de que a nossa aldeia, é uma terra integradora.

E para que a tradição não se perca, esta Comissão nomeou já os comissários seus sucessores, todos moradores no Bairro das Alminhas, os quais são; Domingos Guerra, Francisco José Viegas, Fernando Martins Batista, Eduardo Dias, João Paulo Afonso, João Alves e Luís Afonso, também cerca de cinquenta por cento dos nomeados, são residentes, mas não naturais de Outeiro Seco.

O programa da festa do São Miguel, foi por demais anunciado, quer em cartazes espalhados pelos lugares habituais na aldeia e na cidade, como divulgado nas redes sociais, com especial predominância no Facebook. Embora contasse com a presença de algumas centenas de forasteiros, foi notória a ausência de muitos outeiro secanos residentes, talvez por de ser um dia de semana e de trabalho, juntando ainda a um outro facto não menos importante, a de que a nossa população, vai ficando cada vez mais envelhecida, resguardando-se mais do sereno da noite.

Longe vão os tempos em que esta festa, tinha um âmbito mais local, sendo denominada pela “festa dos velhos”, por vermos casais que, durante o ano, nos habituávamos a vê-los absorvidos nas suas tarefas do quotidiano, e neste dia, davam largas à sua folia, dançando como se fosse um hábito diário.

Essa prática está alterada e quer durante o dia com a banda, como à noite com o conjunto , eram mais os mirones que os pares dançantes.

Isso não obstou que a tia Amélia, com os seus quase 102 anos de idade, os quais fará no próximo dia 12 de Dezembro, não deixasse de dar o seu pé de dança, lembrando tempos em que ela e o seu João que Deus lá tem, eram dos muitos pares que, abrilhantavam o baile no largo do Zé Merceana.

A propósito do largo, nos últimos anos o baile do São Miguel tem-se realizado no largo do Tanque, só que a dimensão dos palcos dos conjuntos, ocupam literalmente este largo, não restando outra alternativa a quem queira dançar, de o fazer na estrada. Mas ainda que o piso seja plano, a dureza do mesmo não é assim tão amigável para os pés.

Este é um desafio para as futuras comissões, pois existem outras alternativas para deslocalizar o recinto do baile, desde logo, para o habitual recinto da festa da sra da Azinheira, assim como o espaço do actual polidesportivo.

Tal como estava anunciado, cerca da meia noite e um quarto houve a sessão de fogo de artifício, que foi uma espécie de mea culpa do fogueteiro, pelo que aconteceu, com a descarga da Sra da Azinheira. Sabemos quão exigente é o pessoal de Outeiro Seco, e embora o fogo de ontem até tivesse sido variada, creio que os mais entusiastas do fogo, ainda não lhe perdoaram o fracasso do remate final do dia 8, sendo provável que para o ano, o Pereira não seja a opção para as nossas festas.               

 

publicado por Nuno Santos às 08:52

Setembro 29 2014

A vitória de ontem de António Costa e por números tão expressivos, veio provar que o seu discurso da noite do dia 25 de maio, após uma vitória pequenina do PS de António José Seguro, sobre o PSD, nas eleições ao parlamento europeu, não foi uma traição ao partido, porquanto, o partido,deu-lhe agora a razão e o apoio.

Com a vitória de António Costa, estou convencido de que a vida política portuguesa, irá ganhar uma nova dinâmica e outro rumo, e que António Costa pela sua experiência adquirida, traga uma nova forma de fazer política, bem diferente da actual. Uma política de verdade diferente da que foi exercida nos últimos três anos, em que tivemos uma política de inverdades, começando com promessas que não foram cumpridas, dos não cortes de subsídios ou pensões que se tornaram realidades, das trapalhadas de Miguel Relvas, da reforma na Justiça que acabou em desculpas, assim como a política da Educação que também acabou em desculpa, mas ainda sem a reparação dos erros, terminando agora no tecnofórmico Passos Coelho.

Quanto a Passos Coelho e ao caso Tecnoforma, a melhor definição foi dada pelo Prof. Marcelo, no seu sermão dominical na TVI, onde disse,

– Ou aconteceu, ou não aconteceu, (entenda-se aconteceu por recebeu), ou não aconteceu e não há problema, ou aconteceu e também não há problema, entendido?

 

Descendo ao país real, hoje celebra-se em Outeiro Seco o S. Miguel, o padroeiro da nossa terra, e em mais de cinquenta outras localidades do país. As comemorações já tiveram o seu início ontem domingo com o o grupo “Rapazões da Venda Nova” que animaram e de que maneira o povo. Trata-se de um grupo de música popular a roçar a música pimba, mas com um grande reportório. À noite apesar de não estar no programa, havia uma grande animação no largo do tanque, com o Vitorino e o seu órgão, mais o Sr. Tó com o acordeão, secundado com o Zé Serra no bombo, não ficamos para desfrutar porque a noite não estava convidativa mas deveria ter sido divertida.

A manhã de hoje será dedicada à parte religiosa, com missa, sermão e a procissão com três andores, quanto à procissão a comissão de festas deparou-se com um grande constrangimento, porquanto não conseguiu arranjar banda para tocar na procissão, dado que é um dia de trabalho, e uma boa parte dos elementos da banda são estudantes que, já estão em aulas. A banda tocará em versão reduzida à tarde, e à noite, haverá o conjunto “Costa Verde” e a descarga de fogo, da qual já ontem houve uma pequena amostra.

Esperamos agora que o S. Miguel e o São Pedro se entendam, para que tenhamos um belo dia de sol e sem chuva, e a noite esteja bem mais amena que ontem.

 

 

 

publicado por Nuno Santos às 08:46

Setembro 28 2014

As datas estão quase sempre associadas, a uma qualquer efeméride, e se em Outeiro Seco o 28 de setembro, é apenas a véspera do São Miguel, em Lisboa este dia é evocado por alguns sectores da sociedade política, como o dia da derrota das forças mais conservadoras e hostis às conquistas do 25 de abril, ficando conhecida como, a Maioria Silenciosa.

Estavamos no ano de 1974 e passara-se apenas cinco meses após o 25 de abril, o país era ainda governado por uma Junta de Salvação Nacional, presidida por António Spínola, que, não estava satisfeito com o rumo que o país estava a levar, nomeadamente por causa de alguns excessos cometidos com o PREC – Processo Revolucionário em Curso.

Contra esse estado de coisas, fora então convocada para Lisboa, uma manifestação silenciosa, a qual foi proibida pelo COPCON, presidido pelo então major Otelo Saraiva de Carvalho.

A aliança POVO-MFA funcionou em pleno, realizando barricadas nos principais acessos a Lisboa, que, sob a palavra de ordem “A reacção não passará” abortaram essa manifestação.

Em resultado do fracasso da manifestação, António Spínola demitiu-se da presidência, juntamente com outros membros mais conservadores da Junta de Salvação Nacional, dando lugar na presidência da república, ao flaviense General Costa Gomes.

Por essa altura, foram presos alguns empresários e figuras ligadas ao antigo regime, outros saíram do país, indo viver para o estrangeiro, com predominância para o Brasil, iniciando-se uma segunda fase do PREC II, com a nacionalização de vários sectores da economia.

Eu tinha apenas 19 anos e vivia sozinho em Lisboa, tendo vivido com grande intensidade, todo esse período revolucionário, do qual guardo uma grande nostalgia, recordando-o de de vez em quando, ouvindo o “ Eu vim de Longe” do Zé Mário Branco.

 

Quando o avião aqui chegou
quando o mês de Maio começou
eu olhei para ti
então entendi
foi um sonho mau que já passou
foi um mau bocado que acabou

Tinha esta viola numa mão
uma flor vermelha n'outra mão
tinha um grande amor
marcado pela dor
e quando a fronteira me abraçou
foi esta bagagem que encontrou

Eu vim de longe
de muito longe
o que eu andei p'ra'qui chegar
Eu vou p'ra longe
p'ra muito longe
onde nos vamos encontrar
com o que temos p'ra nos dar

E então olhei à minha volta
vi tanta esperança andar à solta
que não exitei
e os hinos cantei
foram feitos do meu coração
feitos de alegria e de paixão

Quando a nossa festa s'estragou
e o mês de Novembro se vingou
eu olhei p'ra ti
e então entendi
foi um sonho lindo que acabou
houve aqui alguém que se enganou

Tinha esta viola numa mão
coisas começadas noutra mão
tinha um grande amor
marcado pela dor
e quando a espingarda se virou
foi p'ra esta força que apontou

 

 

 

publicado por Nuno Santos às 08:53

Setembro 27 2014

Estamos em plena época das vindimas mas em Outeiro Seco, poderemos dizer que, hoje sábado as vindimas ficarão quase concluídas, porquanto, uma boa parte da população activa que, acumula esta actividade primária da agricultura, com os seus empregos na cidade, reservaram uns dias de férias para o efeito, ou aproveitaram o fim de semana, para executarem esta tarefa.

Também houve quem como foi o meu caso e do meu cunhado Artur, que viemos de Lisboa para fazer a vindima, cujos custos inerentes à viagem, davam para comprar vinho de uma região demarcada, para todo o ano.

A única coisa boa é que além de fazermos a vindima, vamos desfrutar da festa do São Miguel “o caça diabos” como lhe chama o Herculano Pombo, no livro do Escaleira, ou o “Arcanjo” como é designado na bíblia, por ser o comandante das tropas celestiais.

A festa do São Miguel este ano tem um cartaz, de fazer inveja à principal romaria de outras aldeias. Ainda que seja o nosso padroeiro, para nós é uma festa secundária, pois a principal ocorreu no passado dia 8 de setembro, com a celebração da Sra. da Azinheira.

Quanto ao cartaz da festa, esta inicia-se dia 28 domingo à tarde, com o Grupo de Concertinas de Vila Nova, à noite haverá um conjunto de baile. Na segunda-feira no dia do padroeiro, de manhã haverá missa e procissão e à tarde e noite, um programa lúdico com a Banda e Conjunto, terminando à meia-noite com a tradicional descarga de fogo.

Quanto às vindimas, estas já deveriam ter ocorrido uma semana antes, mas a chuva não deixou, isso fez com que as uvas maturassem de mais e apodrecessem, fazendo com que baixasse a sua graduação.

Esta deslocação a Chaves impediu a minha presença no clássico de ontem em Alvalade, onde o Sporting realizou uma primeira parte onde merecia ter obtido outro resultado. Da mesma maneira que na próxima terça-feira vou falhar o jogo com Chelsea, mas espero que o Sporting se suplante, e faça uma grande exibição.

 

 

 

publicado por Nuno Santos às 08:31

Setembro 26 2014

 

No tempo em que a classe média portuguesa, ainda tinha algum poder de compra, eu e a minha mulher tivemos a possibilidade de fazer um dos circuitos turísticos promovidos pela Agência Abreu, designado “Circuito dos Fiordes”. Trata-se de um circuito interessante, em especial para quem privilegia a componente natureza, com os fiordes pelas montanhas e grandes cascatas,   ainda que este circuito, contemple também uma boa parte urbana, nomeadamente a visita às capitais dos três países da Escandinávia; Copenhaga, Oslo e Estocolmo, e passagem por outras cidades de referência, como é o caso de Bergen, na Noruega.

Quem já foi utente deste serviço sabe que, apesar de ir acompanhado de um guia turístico, têm depois em cada cidade de referência, um guia residente dominante da língua do grupo, neste caso o português.

Para mais facilimamente completar os grupos, a Abreu tem por hábito juntar turistas portugueses e brasileiros, ainda que não partam todos de Lisboa.

Estávamos já em Estocolmo e no autocarro após a visita à Câmara Municipal, o local onde decorre a recepção e o jantar dos laureados com o prémio Nobel, quando uma jovem brasileira perguntou ao guia residente, por sinal um português de Lisboa, casado com uma sueca e ali residente, há mais de vinte anos.

- Carlos! Me diz como funciona aqui a corrupção?

O guia ficou algo surpreendido com a pergunta, respondeu.

- A corrupção aqui na Suécia! Bem há dias a ministra da cultura demitiu-se, só porque se esqueceu de pagar a taxa da televisão.

Ora tendo em consideração o que estamos assistir em Portugal, e como sempre tivemos como referência e modelo os povos do norte, só podemos dizer, obviamente demita-se.

 

publicado por Nuno Santos às 07:33

Setembro 25 2014

Os nuestros hermanos galegos dizem que, “no hay brujas, pero que las hay, hay!” e esta casa de artesanato em Lugo, é uma prova de que o fenómeno das bruxas ainda que de uma forma simbólica, é um negócio emergente, tanto na Galiza como no norte do país, em especial no concelho de Montalegre.

Tudo começou em Vilar de Perdizes, com a organização pelo Padre Fontes do Congresso de Medicina Tradicional e das noites de sextas feiras treze. Entretanto a câmara de Montalegre, conseguiu deslocalizar o evento das sextas feiras treze para a vila e sede do concelho, tornando-o num caso de sucesso turístico, semelhante às feiras do fumeiro.

Um dos momentos altos das noites das sextas-feiras treze é a queimada, que mais uma vez nos reporta à Galiza, sendo denominada como a queimada galega. Trata-se de um licor feito de aguardente, açúcar e casca de limão ou laranja.

Associado à queimada está o Esconjuro, um texto escrito por um jornalista galego chamado Mariano Marcos Abalo em 1967 e que o padre Fontes, enquanto a aguardente ardia no pote, recitava como ninguém.

Eis o texto desse Esconjuro:



 

Mochos, corujas, sapos e bruxas.
Demônios,
trasgos e diabos,
espíritos das enevoadas veigas.
Corvos
píntigas, e meigas:
feitiços das mezinheiras.
Podres canhotas furadas,
lar dos vermes e alimárias.
Fogo das 
Santas Companhas,
mau-olhado
, negros feitiços,
cheiro dos mortos, trovões e raios
.
Uivar do cão, pregão da morte;
focinho do sátiro e pé do coelho.
Pecadora língua da má mulher
casada com um homem velho.
Averno de Satã e Belzebu,
fogo dos cadáveres ardentes,
corpos mutilados dos indecentes,
peidos dos infernais cus,
mugido do mar embravecido.
Barriga inútil da mulher solteira,
falar dos gatos que andam à janeira,
guedelha porca da cabra mal parida.
Com este fole levantarei
as chamas deste fogo
que assemelha o do Inferno,
e fugirão as bruxas
a cavalo das suas vassoiras,
indo se banhar na praia
das areias gordas.
Ouvi, ouvi! os rugidos
que dão as que não podem
deixar de se queimar na aguardente
ficando assim purificadas.
E quando esta beberagem
baixe pelas nossas goelas,
ficaremos livres dos males
da nossa alma e de feitiço todo.
Forças do ar, terra, mar e fogo,
a vós faço esta chamada:
se é verdade que tendes mais poder
que a humanas pessoas,
aqui e agora, fazei que os espíritos
dos amigos que estão fora,
participem connosco desta Queimada.

 

 

 

 

publicado por Nuno Santos às 07:03

Setembro 24 2014

Ainda que não seja parte na matéria, porquanto não sou militante, nem simpatizante e nem sequer votante do partido socialista, no próximo domingo dia 28, vou ser dos muitos portugueses que, vai estar atento ao resultado eleitoral, para a escolha do secretário geral do partido.

Como disse, embora não seja parte, sigo com alguma proximidade a actividade política do país e do mundo, por isso vi os vários debates entre os dois candidatos António José Seguro e António Costa, nomeadamente o de ontem, onde os dois candidatos em vez de discutirem as suas ideias políticas para o futuro, limitaram-se a ataques pessoais ainda que em minha opinião esses ataques tenham vindo mais da parte de António José Seguro.

Foi pena o debate ter descambado para este registo, porque ficamos sem conhecer as propostas para o futuro dos dois candidatos, pois espera-se que um deles, seja o próximo primeiro ministro, a breve prazo, porquanto o actual estado da nação é um verdadeiro caos.

Na passada segunda-feira assistimos no programa Prós e Contras a um debate sobre a Justiça que está em estado de “Citius” que uns dizem estar no Caos. O secretário de estado esforçava-se por dizer que estava tudo sobe controle e a bastonária da ordem dos advogados mostrava-lhe fotografias de pilhas de processos amontoados em armazéns e garagens para lá de serviços em contentores fazendo lembrar os “bidonvilles” onde os emigrantes portugueses viviam na década de sessenta em França. Antes tínhamos visto e ouvido a ministra a defender com unha e dentes este projecto, embora agora já tenha vindo pedir desculpas aos portugueses como o insucesso dos actos políticos se resolvam com desculpas e não com a sua demissão.

O mesmo aconteceu com o ministro da Educação, meu vizinho na 5 de Outubro, em cujo ministério colocaram professores chegados agora à profissão, deixando outros de fora, com mais de quinze e vinte anos. Também pediu desculpa mas manteve-se no cargo.

Ontem também ficamos a saber que afinal, somos governados por um primeiro ministro que sofre de amnésia, porquanto não se recorda de ter recebido mais de 150.000,00 € na altura ainda a moeda que prevalecia era o escudo e por isso recebeu trinta mil contos, coisa pouca para não se lembrar.

Embora em minha opinião isso fosse uma má prática, tanto mais que esse dinheiro não era de trabalho feito, mas apenas para abrir portas junto do governo. Ao que parece, uma parte desse valor recebido estará coberta pela lei, outra não, o certo é que num país a sério, hoje tínhamos um primeiro ministro demissionário, em Portugal tudo será arquivado sem consequências, tal como ficou arquivado o processo de Pinto da Costa e dos parceiros do apito final, não porque não ficasse provado o ilícito, mas apenas porque as escutas onde se confirma esse ilícito são consideradas ilegais.

Aos fins de semana passa na antena 1 um programa radiofónico, o qual está também em livro com o título “No limite da dor”. São testemunhos de homens e mulheres presos que, sofreram na pele torturas. por lutarem pela implementação da democracia. Alguns deles já morreram outros ainda resistem, mas certamente que dirão que não foi por esta "democracia" que, sofreram até ao limite da dor.

 

publicado por Nuno Santos às 07:35

Setembro 23 2014

 

 

Episodio IX

 

Quando o atentimento ao público nos organismos oficiais ainda  não se fazia de forma electronica, o nosso serviço externo arranjava sempre uma maneira de furar o sistema. Esse privilégio agora tornou-se mais difícil, porquanto  somos obrigados a tirar uma senha, e depois ficar de olhos pregados no ecrã, esperando que apareça o nosso número, passando um tempo interminável, por vezes para entregar um simples documento.

Para que o nosso colega do serviço externo o Jorge Avito, utente diário desses serviços, tivesse um atendimento privilegiado, nesses serviços, quer fosse na Segurança Social nas Finanças, ou nas Conservatórias, no final do ano a Nucase procurava de algum modo, fazer uma descriminação positiva a esses funcionários.

Foi por essa razão que, já bem próximo do Natal, o Virgílio Alexandre chefe do Departamento do Serviço Externo, deixou no escritório do Rossio, já devidamente embalado um perfume, para que no dia seguinte o Jorge Avito o entregasse a uma funcionária do Registo Comercial, em jeito de agradecimento pelos seus bons préstimos.

Quando no dia seguinte o Jorge passou pelo escritório, tal como era sua rotina diária, mas desta vez, tambem para recolher o presente, este não estava no local, onde ficara no dia anterior. Foi um reboliço danado, pois toda a gente dizia não ter visto o perfume, senão, quando o Virgílio o deixara ali. Revirou-se o escritório mas o perfume não apareceu.

Como éramos mais de uma dezena de colegas, era complicado levantar suspeitas, pois todos éramos inocentes, até prova em contrário. E de facto, não se reuniu qualquer prova, não restando outra alternativa senão, comprar um novo perfume.

Na época trabalhava em Lisboa uma jovem, filha de um cliente da Nucase, mas residente na zona de Cascais. Algum tempo depois houve a oportunidade da sua transferência para a Parede, indo trabalhar na Nucase Gest com a Isabel Duarte, ficando assim mais próxima de casa.

Como a Isabel Duarte morava próximo do escritório, diariamente ia almoçar a casa, deixando despreocupadamente a sua mala no escritório. Ainda que vivesse com algum desafogo financeiro, a Isabel apercebeu-se que o seu cartão do multibanco registava levantamentos, dos quais não se lembrava de ter efectuado, levando-a a supor que, alguém andava a  usar o seu cartão.

Perante essa desconfiança participou a ocorrência à PSP, que, numa breve averiguação, constataram que os movimentos ocorriam sempre à hora do almoço, a maioria deles, no Jumbo de Cascais.

Visionado o sistema de vídeo vigilância do Jumbo, às horas em que o cartão fora movimentado, verificaram que a sua utilizadora, era precisamente a colaboradora transferida de Lisboa. Interrogada pela polícia confessou de imediato a utilização do cartão, assim como o roubo do perfume no escritório de Lisboa.

Perante os factos, foi-lhe sugerido que apresentasse a sua demissão, para não ferir assim mais susceptibilidades. Por indagar ficou se estaríamos perante uma situação de maus costumes, ou de uma doente de cleptomania.

publicado por Nuno Santos às 07:19

Setembro 22 2014
Uma vitória muito desejada
vitória arrancada a ferros
Um empate inesperado

Como este este fim de semana estive retido em casa, apanhei uma overdose de transmissões televisivas de várias modalidades desportivas, desde o vólei internacional ao andebol, passando pelo automobilismo com o grande prémio de Singapura, pelo ténis assistindo à derrota do nosso melhor tenista o João Sousa, contra o belga Goffin no torneio Mosela 2014 em Metz.

Mas claro, o que prendeu mais a minha atenção foi o futebol. Logo na sexta-feira à noite assisti à meia surpresa do empate caseiro do Vitória de Guimarães com o Paços de Ferreira. No sábado vi a goleada do Real Madrid ao Corunha, por números que já não se usam 2-8, ainda por cima no Riazor, bem perto do local onde parafraseando o José Carlos Malato, eu fora feliz há pouco mais de um mês.

Mas em matéria de futebol a dose principal foi no domingo, começando logo de manhã pelos iniciados do Sporting que ganharam 6-0 aos do Oeiras. Eu tinha alguma curiosidade em ver este jogo, não só por razões clubísticas, mas sobretudo, porque joga lá o Diogo Braz, filho do Diamantino Braz o leão da Torre, amigo lá de casa, e prometera à sua mãe a comissária Ana Maria ir ver o rapaz a Alcochete, ainda não se proporcionou vê-lo ao vivo, mas vi-o agora pela televisão e de facto, o rapaz tem potencial, oxalá se conserve.

À tarde iniciei com o Leicester – Manchester United, uma equipa mais cara que todas a 16 equipas portuguesas, e que depois de estar a ganhar 1-3, ainda perdeu por 5-3. Seguiu-se o Manchester City com o Chelsea e Mourinho, o qual terminou empatado a um golo, com a ironia do golo do City, ter sido marcado por Frank Lampard, que, durante os últimos 13 anos, vestira a camisola do Chelsea. Mas ao contrário de outros jogadores, Lampard demonstrou gratidão pelo seu anterior clube, não comemorando o golo que, marcou à anterior equipa.

Seguiram-se depois os jogos das equipas portuguesas, primeiro o Rio Ave – Arouca que teve também uma surpresa pois o Arouca foi vencer a Vila do Conde por 1-2, seguiu-se o Benfica – Moreirense com o Benfica a perder ao intervalo mas que uma expulsão madrugadora de um jogador do Moreirense ajudou a desequilibrar a balança. O meu Sporting muito cedo resolveu o jogo em Barcelos pois ao primeiro quarto de hora já vencia por 2-0 fixando depois o resultado final em 4-0.

Para o serão tivemos o débi da cidade do Porto o FCP – Boavista e porque se esperava uma degola dos inocentes o treinador do Porto mudou quase a equipa completa. O jogo esteve comprometido por causa da tromba de água que se abateu na cidade mas acabou por se realizar com 45 minutos de atrazo. O resultado de 0-0 é que contribuiu para que o Porto se atrasasse na liderança deixando assim o Benfica isolado. Na próxima sexta-feira temos mais um clássico o Sporting- Porto e se o Sporting ganhar como espero, se calhar as coisas começam a complicar-se para o Lopetegui.

Mas apesar deste programa televisivo ainda houve tempo para dois jogos de Ramim com os meus cunhados Carminda e Artur que nos visitaram, saborear uma perna de javali alentejana e a Celeste assistir ao final da novela Sol de Inverno.

 

publicado por Nuno Santos às 08:15

Setembro 21 2014

 

Andor do São Miguel  da Festa de 2013

 

Caros outeiro secanos,

É com enorme satisfacção que corrijo a informação postada hoje de manhã, de que o São Miguel não desfilaria na procissão da Sra das Graças, porquanto, à hora em que escrevi o post, o nosso padroeiro ainda estava na sua igreja e no seu altar. Não sei quem foram  os responsáveis pela sua armação, mas quero congratular-me pelo facto de o terem feito, e de a nossa freguesia, estar mais uma vez representada no maior evento religioso, da diocese.

Estão por isso de parabéns os seus mentores, assim como os conterrâneos que garbosamente transportaram o andor pelas ruas da cidade. Só lamento que todos os anos aconteça esta indecisão. Em minha modesta opinião, esta tarefa deveria ficar a cargo da comissão de festas, assim se a Sra das Graças se aproximasse mais da festa da Sra da Azinheira, o andor ficava armado da festa, se a data fosse mais próxima da festa do São Miguel o andor ficava já armado para essa festa, deste modo, acabavam-se os constrangimentos que surgem sempre por altura desta festa, com a incerteza se o andor sai, ou não sai na procissão da Sra das Graças.

Já o disse e repito quanto a mim, que a nossa participação é um tributo que pagamos à cidade, que tão generosa tem sido connosco ao longo dos anos, quer quando consumia o nosso leite, o qual  permitiu o nosso desenvolvimento económico, quer agora, sendo a nossa fonte de emprego, razão pela qual Outeiro Seco, jamais pode estar de costas voltadas para a cidade.  

 

publicado por Nuno Santos às 22:21

Um outeiro secano residente em Lisboa, sempre atento às realidades da sua terra.
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