Apesar de durante vários séculos a Escócia, ter sido um reino independente, integra desde o início do século XVIII, o Reino Unido ou Grã -Bretanha, juntamente com a Inglaterra, Pais de Gales e Irlanda.
Mas porque se trata de um dos países mais ricos que, integram o Reino Unido, em resultado das riquezas extraídas do Mar do Norte, tem coexistido a vontade de uma boa parte dos escoceses, em especial da classe média dos meios urbanos, de voltarem a ser um país independente, porque ainda que tenham um governo autónomo, estão dependentes das políticas centralistas de Londres.
Como esse desejo tem vindo em crescendo, realizou-se ontem o referendo que, ao contrário dos referendos portugueses, onde os assuntos referendados, têm sempre perguntas difíceis de interpretar, este referendo pedia apenas, deve a Escócia tornar-se independente, Sim ou Não.
Depois de um período de sensibilização que decorreu com o maior civismo, acabou por vencer o Não, ainda que por uma margem pouco folgada, mas esclarecedora, quanto à vontade do povo escocês, continuar integrado no Reino Unido.
Este referendo foi seguido com muita atenção por toda a Europa, onde existem outros movimentos independentistas, ainda que sem esta liberdade referendária, como são os casos da Catalunha em Espanha, da Córsega em França, ou entre Valões e Flamengos na Bélgica, os quais contrariam o espírito da União Europeia, que vai no sentido da união dos povos e não da sua desagregação.
Mas quanto a esta questão das uniões e das independências é tudo muito relativo, pois tudo depende dos interesses económicos dos países. Como estamos lembrados, a União Europeia quis à viva força a independência do Kosovo, apesar dos seus habitantes serem na sua maioria sérvios, mas em contrapartida, opõe-se à independência da Crimeia, de maioria russa, assim como de uma parte da Ucrânia.
Desde o passado dia 4 de setembro, sou o tutor de uma formanda, nascida na cidade de Odessa, agora pertencente à Ucrânia, a qual vive agora em Portugal, por ter casado com um português de Valença do Minho. A Svetlana diz jamais querer ser ucraniana, porquanto, os seus avós eram russos, os seus pais são russos e ela sente-se russa, segundo ela, um sentimento comum aos naturais naturais da sua região. Ora os naturais destas regiões, não devem ter o seu direito de opinião, ou os interesses económicos da região de Kiev para a União Europeia, sobretudo da Alemanha, falam mais alto?