Outeiro Secano em Lisboa

Novembro 08 2014

Portugal à Gargalhada.jpg

 

 

“Portugal à gargalhada” é a nova revista do La Féria no Politeama, a qual conta com um excelente corpo de artistas, onde se destacam a Marina Mota e Maria João Abreu além de José Raposo e Joaquim Monchique. Ao todo são vinte e cinco atores em palco, sem contar os músicos que, como estão escondidos no fosso, nem dá para ver ao certo quantos são.

Como todas as revistas o seu enredo é uma crítica social ao actual momento político, ainda que o governo, nem saia muito beliscado, pois não existe uma única referência a Passos Coelho, enquanto que, António Costa designado pelo “chamuças” aparece no guião, como prenúncio de uma provável alternância governativa.

O guarda roupa é excelente, enquanto que os cenários nem tanto, assim como os textos de alguns dos scetchs, ou números à portuguesa, pois achei-os fracos, sinal de que se perdeu uma grande escola de autores de revista, do tempo em que o teatro de revista, reinava no Parque Mayer.

O espectáculo dura quase três horas, mas o público presente mostra-nos uma outra realidade social. Antes os espectadores da revista, era uma certa classe média lisboeta que, saindo à noite ao fim de semana, ia ao Bom Jardim comer o tradicional frango assado, ou aos outros restaurantes da baixa antes do espectáculo. Essa procura era tanta que, aos fins de semana, havia duas sessões, uma às oito e outra às 10 da noite.

Agora a maioria desses espectadores vêm da província, em autocarros patrocinados pelas autarquias, ou por organizadores especializados. Muitos desses grupos são oriundos de Centros de Dia, como forma de dar um pouco de alegria a esses grupos de pessoas, muitos deles ostracizados pelas suas famílias.

Esses grupos vêm na sua maioria da região metropolitana de Lisboa, por exemplo ontem havia grupos de Vila Franca de Xira, Santarém, Nazaré e de outros locais, mas também chegam a vir de outros concelhos mais longínquos, até mesmo de Chaves, embora esses tenham de elaborar um programa mais audacioso, isto é com dois dias de permanência, em vez da tradicional ida e volta.

Para quem aprecia este género de espectáculo, recomendo-o, pois é uma noite bem passada, e se puder ser antecedida de um franguinho no Bom Jardim ou no Churrasco, tanto melhor.

 

 

 

 

 

 

publicado por Nuno Santos às 10:07

Um outeiro secano residente em Lisboa, sempre atento às realidades da sua terra.
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