Todos conhecemos este ditado e embora esteja mais relacionado com a religião, nomeadamente, com as más práticas dos padres, também se pode aplicar às práticas políticas, nomeadamente a do nosso primeiro-ministro.
Embora ninguém goste de pagar impostos, isso é uma obrigação ética e moral, mas o nosso primeiro-ministro, esteve cinco anos sem pagar a sua contribuição para a Segurança Social. Ainda por cima embora seja uma pessoa formada e informada, por isso chegou a primeiro-ministro, teve a desfaçatez de dizer que, “não tinha a consciência dessa obrigação”.
Ocorresse isto noutro país, e seria mais do que suficiente para a sua demissão, só que em Portugal tudo é possível e apesar do tema, ser capa em todos os jornais, amanhã já ninguém se lembrará dele, e como vamos ou já estamos em campanha eleitoral, lá ouviremos de novo como uma promessa política, caso seja eleito, o combate à evasão fiscal.
Eu entendo que os bons exemplos devem vir de cima, por isso acho que o primeiro-ministro deveria dar o exemplo desta omissão e demitir-se. Já contei que há uns anos, durante uma visita a Estocolmo, alguém perguntou ao nosso guia, se havia corrupção na Suécia. A sua resposta foi de que nessa semana, a ministra da cultura demitira-se, apenas porque se esquecera de pagar a taxa da televisão. Coisa bem diferente da prática reiterada do nosso primeiro-ministro, porque não pagou a contribuição, durante cinco anos.
Mas a propósito da Segurança Social não resisto em descrever um episódio, vivenciado por mim, na passada sexta-feira dia 27 de fevereiro. Aproveitando o tal diploma que permite antecipar a reforma a quem tenha mais de sessenta anos e quarenta de descontos, fiz uma marcação para atendimento, a fim de fazer a minha simulação de reforma.
À data e hora marcada eu lá estava, o que não estava são os sete anos de contribuições, que eu efectuei entre os anos de 1973 a 1980.
Embora no sistema esteja registada minha entrada em 1973, essas as contribuições estão algures num limbo. Ora, como segundo a nomenclatura da Igreja, o limbo e o purgatório já acabaram, eu espero bem que essas minhas contribuições não tenham desaparecido, doutra forma, ao contrário do benefício do primeiro-ministro cuja dívida prescreveu, eu serei altamente prejudicado e terei de andar por cá, mais seis anos.