Outeiro Secano em Lisboa

Abril 08 2015

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Nesta minha última estadia na aldeia, tive a oportunidade de visitar a capela da Sra. do Rosário, na fase final da sua requalificação.Já está colocada a nova porta, concluído o restauro do fresco e afixados os dois retábulos (altares).

Para devolver a capela ao culto, faltam apenas uns pequenos detalhes, e a transladação da imagem da  Sra do Rosário, da igreja matriz, para a capela.

Estão por isso de parabéns os promotores da obra a (anterior comissão da fábrica da igreja) e todos quantos colaboraram com as suas doações, assim como os artistas que a executaram, a Capitellum e a Mural da História.

Com esta requalificação a capela da Sra do Rosário  em vez de um retábulo, passou a ter três. O do S. Miguel,  o da Santa Luzia mais o da Sra do Rosário,  ganhou um fresco que outrora era desconhecido, pese embora já lá estivesse desde o século XVII.

A estes novos elementos  acresce-se  a ara romana ali existente, que, devido à sua importância museológica, trazia já bastantes visitas a esta capela, mas com estas novas mais valias, esperamos que esta capela, ganhe ainda um maior interesse cultural.  

Durante a minha visita, havia ainda alguns sinais de obra dentro da capela, como andaimes e outros objectos, pelo que a reportagem fotográfica foi a possível. Entretanto, segundo informação não oficial, a abertura ao público ocorrerá durante o mês de maio. 

Por certo  que depois da sua abertura, esta capela constará no roteiro do turismo municipal, à semelhança do que acontece já, com a igreja da Sra da Azinheira, e  ainda que as visitas não sejam remuneradas, seria bom que os visitantes, tomassem consciência da importância e dos custos desta obra, pelo que uma pequena contribuição será bem vinda, até porque o montante angariado ainda não cobre, todo o valor orçamentado.    

 

publicado por Nuno Santos às 23:05

Abril 05 2015

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 Fotografia retirada da Internet, mas não do compasso em Outeiro Seco

 

O sinal da aleluia era dado logo à meia noite, com o repenicar do sino, sem qualquer desconforto para os moradores mais próximos da igreja. Ao romper do dia eram os foguetes que estouravam , repetindo-se ao longo do dia à medida que o compasso mudava de bairro.

Mas o som mais aguardado era o Dlim! Dlim! Dlim! Dlim!, da campainha a soar pelas ruas aldeia, um sinal de que o séquito com o compasso, se aproximava.

Este era composto pela cruz de Cristo, a caldeirinha com a água benta, e o saco das oferendas. No séquito vinha o padre todo afogueirado, de subir e descer escadas, os garotos que o acompanhavam todos lambuzados pelas guloseimas que, iam comendo nas casas onde as havia, o sacristão que por ser o homem de confiança, era o portador do saco das oferendas, até porque algumas famílias aproveitavam esse dia para pagarem a premissa ou côngrua, uma espécie de taxa que todos os paroquianos têm o dever de pagar ao padre, pelos serviços prestados à comunidade.

Esta visita tinha já sido preparada pelas mulheres da casa, procurando as flores silvestres para ornamentarem a casa, desenterrando das arcas as melhores toalhas de linho para cobrirem a mesa onde colocavam o crucifixo, o prato com a oferta e os doces. Aos homens cabia-lhes escolher o melhor vinho, razão porque ao fim do dia muitos do séquito, já não subiam as escadas.

Era este o dia Páscoa da minha infância, bem diferente dos dias de hoje, pelo menos na nossa aldeia, porquanto, em algumas terras ainda mantêm viva a tradição, da visita pascal.

 

publicado por Nuno Santos às 09:54

Abril 04 2015

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Paradoxalmente quando em Outeiro Seco parece estar a  atravessar-se uma crise de fé, ontem realizaram-se dois eventos de cariz religioso, e a razão porque dizemos que, parece haver uma crise de fé, é por causa do não cumprimento do primeiro mandamento da Santa Igreja que manda;

Ouvir missa inteira e santificar os domingos e dias santos de guarda.

Ora segundo testemunhos de alguns praticantes, actualmente em Outeiro Seco, tanto as missas como as novenas têm tido uma participação muito reduzida (eu pecador me confesso) embora isso não obste a que vá havendo uns resistentes que, insistem em manter essa chama acesa, por fé ou por tradição.

Foi nessa onda que ontem de manhã bem cedo, uns resistentes onde me incluí, fizeram a via sacra, simbolizando o percurso que Jesus Cristo percorreu do Pretório até ao Calvário. O nosso calvário senão único, é um dos mais belos da região, sendo tradição percorrê-lo neste dia de sexta-feira santa.

À tarde no Forte de S. Neutel representou-se o Acto da Paixão, que embora mantendo a mesma simbologia, a da Paixão de Cristo, a sua representação engloba a participação de mais personagens bíblicas, atraindo sempre muito público.

Por coincidência nesta sexta-feira santa decorria o luto pelo cineasta Manoel de Oliveira, uma figura ligada a esta representação porquanto, um dos seus primeiros filmes foi o Auto da Primavera, inspirado no Auto da Paixão representado em Curalha, quando esteve para ser o Auto da Paixão de Outeiro Seco a servir de mote ao filme.

A organização desta encenação esteve a cargo da AMA - Associação Mãos Amigas e pela Casa da Cultura, com a colaboração da Chaves Viva, contando para isso com a aderência de muitos outeiro secanos, uns representando papéis de maior outros de menor relevo, mas todos com a maior dedicação.

Mas apesar da representação abnegada de todos os participantes, é justo em minha opinião salientar as representações do João Santos no papel de Jesus Cristo e do Rafael Costa no papel de Acusador.

De negativo apenas a fraca adesão dos outeiro secanos, porquanto a maioria do público presente, era oriunda de fora da freguesia. Sabemos que o Acto da Paixão tinha sido representado ainda no ano passado, mas todos  os actores estavam a representar a aldeia, merecendo por isso um maior apoio.

Eu estive lá e gostei, por isso parabenizo os actores em geral, assim como os responsáveis da AMA - AssociaçãoMãos Amigas e da Casa da Cultura pela organização e sobretudo, por manter viva uma tradição já secular na nossa aldeia.

Em termos da presença de público a representação deste ano, talvez  tivesse sido prejudicada pela a coincidência de se representar no mesmo momento em Vilar de Perdizes, onde não se representava há vinte anos.

  Donde se questione se deve a representação do Acto da Paixão, ter um carácter tão regular.

 

Uma Boa Páscoa para todos.

 

 

publicado por Nuno Santos às 08:36

Abril 01 2015

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Para todos os amigos e visitantes deste blog, desejo uma Pascoa Feliz, com amêndoas em moderação, por causa dos dentes e da glicemia.

Amanhã lá irei rumo a norte, esperando que a velha máxima de que “Carnaval em casa, Páscoa na rua” se concretize e como no Carnaval, o tempo não esteve de feição, espero que agora na Páscoa, a Primavera esteja no seu esplendor, de modo a que as festividades e eventos programados, decorram com o maior êxito possível.

publicado por Nuno Santos às 19:03

Um outeiro secano residente em Lisboa, sempre atento às realidades da sua terra.
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