Acabamos de chegar da Turquia, uma viagem que me surpreendeu pela positiva, desde logo, porque não fazia ideia da sua monumentalidade nem do seu estado de desenvolvimento. E não foi só a cidade de Istambul, anteriormente conhecida por Bizâncio, no tempo do império Bizantino, depois por Constantinopla quando foi a segunda capital de Roma e agora Istambul. Essa monumentalidade está patente por todo o país, alguma por influência do homem, outra da própria natureza, como são os casos da Capadócia e Pamukkale.
Quanto ao seu estado de desenvolvimento, ele é visível tanto nos meios urbanos como rurais. Ao longo do percurso são visíveis vários aterros e etares para o tratamento do lixo e saneamentos, mas o que sobressae é a sua excelente rede viária. Todo o percurso de Istambul a Izmir é feito em estradas de quatro vias, diferindo das nossas, porque não se paga portagens.
A sua agricultura é mecanizada e muito desenvolvida, a sua paisagem faz-nos lembrar a planície alentejana. Produzem-se as culturas cerealíferas, o melão, melancia e a abóbora, para a comecialização das sementes (pevídes) mas também há imensas pastagens de gado, tanto bovino como ovino.
Como a nossa visita só durou sete dias, de domingo dia 21 a domingo dia 29, ficamos apenas com uma pequena panorâmica deste grande país, o qual tem cerca de setenta milhões de habitantes, assim uma ínfima parte dos seus pontos de interesse. De salientar que é na Turquia que nascem os rios Tigre e Eufrates aquelas que são apontados como o berço da humanidade.
Claro que Istambul é um caso à parte, trata-se de uma cidade cosmopolita, com quinze milhões de habitantes, não diferindo em nada das grandes cidades europeias, a não ser no facto de, durante o dia, se ouvirem as vozes dos almuadens, chamando os fiéis para a oração.
Em Istambul existem mais de três mil mesquitas, segundo o nosso guia serão 3.482, algumas foram construídas de raiz para o culto, como é o caso da Mesquita do Sultão Amet, mais conhecida como a Mesquita Azul, outras são transformações de igrejas ortodoxas em mesquitas, como aconteceu com a Mesquita de Santa Sofia, embora actualmente esteja sem culto, mas aberta como museu.
Só que a construção de novas mesquitas, não param de crescer por todo o país, dando a indicação de que a Turquia, está a ficar cada vez mais islamizada, contrariando a vontade do fundador da república, o grande Mustafá Kemal Ataturk, presente em estátuas por todas as cidades do país, e imortalizado em Ankara, cujo mausoléu é digno de um faraó.
Uma das medidas de Ataturk foi a de que a Turquia, fosse um país moderno e ocidental, para isso, quando em 1923 acabou com o sultanato e implementou a república, quis tornar esta república num estado laico. Para isso aplicou as leis da constituição suíça, contudo a Europa tarde em reconhecer a Turquia como país europeu, razão pela qual em meu entender este país, se vai tornado cada vez mais, num país islamizado.