Em 2010 o Humberto Ferreira publicou um texto em espécie de revista intitulado “Altares Vazios”, causando na época alguma celeuma, porque defendia o imediato regresso das imagens da Sra da Portela e da Sra do Rosário aos seus altares, nas respectivas capelas.
As imagens encontravam-se nessa altura, como que em espécie de custódia na igreja matriz, porque ambas tinham sido objecto de restauro. Ora dado o estado deplorável em que se encontravam as capelas, o seu regresso antes das requalificação das mesmas, seria um tremendo erro, porquanto, punha-se em risco não só a contaminação das imagens, como a sua própria integridade, tal o estado em que estavam os altares.
Entretanto, graças a uma união de esforços e vontades, que são do conhecimento geral, foi possível restaurar as capelas, primeiro a da Sra da Portela, e mais recentemente a da Sra do Rosário, merecendo esta um destaque muito especial, porquanto o seu restauro, trouxe um elevado valor acrescentado à aldeia e ao nosso património cultural.
Serve este intróito para dar nota de uma situação vivenciada há dias, na Sra da Saúde, onde efectivamente a santa não sai do seu altar, mesmo no dia da festa.
Soube depois que esta prática está a ser utilizada noutras localidades, como forma de preservarem o seu património religioso.
Ora, como as boas práticas devem ser imitadas, em minha opinião, em Outeiro Seco que tem imagens altamente valiosas, dever-se iam também fazer réplicas, em material mais barato, para saírem nos andores. Desta forma, evitava-se a degradação das imagens originais, e ainda, as disputas estéreis na utilização dos santos, as quais causam constantes constrangimentos, entre as pessoas que oferecem os andores e os responsáveis pela igreja.