Ontem viveram-se momentos contraditórios na Assembleia da República, os quais marcaram o Encerramento da XII Legislatura. Durante a tarde ouviram-se gritos de Vergonha! Vergonha! Vergonha!, à noite ouviram-se gritos de Bravo! Bravo! Bravo!.
Os gritos de vergonha ocorreram, quando os deputados da maioria de direita aprovaram uma lei que, vem desvirtuar a atual lei da IVG – Interrupção Voluntária da Gravidez.
Com esta aprovação, as mulheres que optem pela IVG, estão obrigadas ao pagamento de taxas moderadoras, a frequentarem consultas de aconselhamento psicológico e social, assim como, à presença nas consultas de médicos objectores de consciência, donde antigamente estavam afastados.
Esta medida foi amplamente combatida por toda a esquerda, com particular destaque para a deputada Isabel Moreira, do Partido Socialista, uma acérrima defensora dos direitos da mulher.
O repúdio da sua aprovação veio também das galerias, donde partiram os gritos de Vergonha! Vergonha! Vergonha!, de mulheres que se sentiram desrespeitadas nos seus direitos adquiridos, valendo-lhes serem evacuadas do hemiciclo pela polícia.
Os Bravo! Bravo! Bravo!, ocorreram à noite, durante o concerto com a Orquestra Sinfónica Portuguesa o Coro do Teatro Nacional de São Carlos e de vários solistas que, sob a direcção do Maestro João Paulo Santos, entusiasmaram o imenso público que, ocupava as escadarias de São Bento e os jardins adjacentes.
Executaram obras de Verdi, Bizet, Keil, Rossini, Donizetti, Wagner, e Borodine, tendo como encore, o Coro dos Hebreus de Verdi. Foi um belo espectáculo com um pequeno senão, os degraus das escadas que faziam de bancada são muito baixos e na posição de sentados, não foi a mais cómoda.