O rio pequeno
Local onde estavam as poldras do Porto de Santo Estêvão
Por razões extraordinárias, neste último fim-de-semana tive de ir à terra, e como sou saudoso das nossas coisas, fui visitar o nosso rio, ficando admirado com o seu fraco caudal.
Ora, como já um visitante deste blogue tinha comentado, que o nosso rio, ainda não chegara à sua foz, ou seja, ao rio grande, decidi também eu próprio ir indagar, onde já ia o rio.
Depois de o ver passar sob a ponte do Papeiro, sob a ponte da Sra. do Rosário e do Sabugueiro, fui até à Finteira e lá o encontrei, a escassos dois três metros das antigas poldras do Porto de Santo Estêvão.
Tenho para mim que foi o prolongado verão de São Martinho, quem fez que o rio entrasse numa espécie de letargia. Vale o facto de já ter o curso feito, senão quando acordasse dessa letargia, corríamos o risco de imitar o seu avô Douro, que, segundo a lenda, deve o seu curso sinuoso por entre montes e vales, ao facto de ter adormecido, enquanto os seus irmãos Tejo e Guadiana se espraiavam pelos melhores percursos.
A propósito das poldras do Porto de Santo Estêvão, foi com estranheza que constatei da sua retirada. Para mim, as poldras e as pontes, deviam fazer parte do nosso património, mas nesse capítulo, ao contrário do que tem acontecido com o património religioso, e ainda bem, porque tem sido preservado, as nossas pontes e as nossas poldras, algumas de construção medieval, foram destruídas em prol do progresso.
Ora em minha opinião deveria ter-se optado pela sua preservação, fazendo a transladação para outro local, tal como se fez em 1924 com o Senhor dos Desamparados, o qual foi transladado do lugar da Teixugueira, para o lugar do Facho, precisamente para ter maior visibilidade.
Quanto ao rio, esperamos que chegue à sua foz antes do Natal, ou será que o nosso rio é já um sinal dos tempos? Esse mesmo tempo que está a ser debatido em Paris, na Conferência Internacional sobre o Clima.