Outeiro Secano em Lisboa

Janeiro 31 2016

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Está a decorrer até hoje, a Feira dos Sabores de Chaves e pela primeira vez eu pude estar presente, donde, não posso fazer comparações com os certames dos anos anteriores. Ao que parece este ano, o espaço disponível aos expositores, foi maior, possibilitando assim, uma melhor mobilidade aos seus visitantes.

Fiquei agradado como facto dos expositores dos produtos, à exceção do artesanato, serem exclusivamente da região, ainda que se notasse a ausências de outros bem conhecidos, como a Eufrásia de Vidago ou o João Padeiro da cidade, talvez porque tenham algum constrangimento com a organização, ou porque achem que a fama e prestígio dos seus produtos, já não precise de promoção. Mas é pena, porque tratando-se de promover a região, acho que se deveria mostrar, o que temos de melhor.

Este ano a divulgação da Feira coube à RTP 1 e ao programa Aqui Portugal, como não estive em casa, não pude ver o programa, por isso não vi o que divulgaram da nossa cidade, assim como, aquilo que a mesma pode oferecer aos turistas que a visitam, porque é bem mais, do que aquilo que oferece aos seus residentes, nomeadamente em matérias como o emprego, saúde, ensino superior e outros serviços básicos, os quais cada vez mais, têm sido transferidos para a sede do distrito, Vila Real.

Durante a visita à feira constatei que, muitos dos visitantes da feira, são apenas visitantes de verdade, porque se limitam a passar pelos stands sem comprarem nada. Dá-me a ideia que alguns desses visitantes vêm a estes certames, apenas pelos 15 segundos de fama, a fim de aparecerem na televisão, para enviar beijinhos para os familiares no estrangeiro.

Por outro lado, também é verdade que os locais, não estão à espera da feira para adquirir estes produtos, dado que têm acesso a eles, durante uma boa parte do ano.

A feira só irá terminar hoje, de modo que só depois se poderá fazer o balanço da mesma, em especial os seus expositores. Pelo que soube, as expetativas da organização era a que se vendessem vinte toneladas de produtos, a ver vamos se esses objectivos, serão atingidos.

Em jeito de balanço,gostei do que vi e quanto a mim se houver uma boa dinâmica na organização, a Feira dos Sabores de Chaves tem potencialidades, para se tornar na melhor feira de produtos regionais da região, potenciando não só os produtos regionais como tudo o que de bom temos nesta bela cidade.

Entre outras, qual a razão porque os restaurantes da cidade, não estão a promover neste fim de semana, um Festival do Cozido à Portuguesa ou da Feijoada à Transmontana?

 

 

publicado por Nuno Santos às 10:24

Janeiro 29 2016

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Forte de São Francisco (Foto aérea retirada da internet)

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Forte de São Neutel ( Foto aérea retirada da internet)

Há dias durante uma curta viagem de automóvel, ouvi na antena 1, desde sempre a minha rádio de eleição, a apresentação de um projecto, o qual fora entregue no dia 18 de janeiro, na UNESCO, a organização mundial para a educação, ciência e cultura, a fim de ser reconhecido por esta entidade, com o nome de “Fortalezas Abaluartadas da Raia.

Desse projecto fazem parte as cidades de Almeida, Valença, Elvas e Marvão, as quais pretendem funcionar em rede, para deste modo, captarem um maior número de turistas, que visitarão não só as fortalezas, como nas expetativas dos autores do projecto, os presidentes destas quatro cidades, dar um maior incremento ao setor turístico das suas autarquias, em particular à restauração e à hotelaria.

Como flaviense embora não residente, senti-me triste e dececionado, por não ouvir o nome da minha cidade, ligada a este projeto, porquanto, Chaves é como sabemos, também uma cidade da raia e com fortalezas abaluartadas. Só não tem mais, porque infelizmente na década de oitenta, houve uma gestão camarária que se encarregou, de destruir a muralha que circundava a rua do Olival.

Ao que parece este projeto não é fechado, estando ainda aberto à inclusão de outras cidades que, queiram ainda aderir, donde, espero que, Chaves o não desaproveite, embora não entenda porque não o integra desde a primeira hora.

Segundo creio, a cidade Chaves até foi pioneira no projeto das Eurocidades, por isso, custa a perceber porque razão ficou agora de fora deste, quando ao que tudo indica, trará um grande valor acrescentado às cidades e regiões integrantes.

A meu ver este projeto até poderia servir a Eurocidade Chaves-Verin, integrando também a fortaleza da vila de Monterrey. Assim os turistas vindos de Valença visitariam Chaves e Monterrey, seguindo depois para Almeida, Marvão e Elvas, beneficiando-se assim o interior que tão abandonado tem estado.

Com exceção de Almeida que eu só a conheço de passagem, já estive por mais de uma vez em todas estas cidades, embora fossem visitas por conta e risco, isto é, sem um guia local. A esse propósito elogio uma visita guiada que fiz o verão passado à judiaria da Guarda, onde tive oportunidade de conhecer a cidade como nunca a tinha conhecido, pese embora não fosse a primeira vez que a visitava.

Ora, como os bons exemplos se devem imitar, era bom que o departamento de turismo da câmara de Chaves formasse também guias com conhecimentos para mostrar a nossa bela cidade, fazendo o seu devido enquadramento histórico e que é muito rico, desde a romanização até à implantação da república.

publicado por Nuno Santos às 07:48

Janeiro 28 2016

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Aurora das Dores Afonso e Emília das Dores Afonso

Para a Géninha,

 

Quando da evocação das 100.000 visitas deste blogue, recebi um comentário  o qual muito me sensibilizou. Foi o comentário da Géninha, ainda que o seu nome seja Eugénia Bernardo Afonso.

Disse a Géninha que é seguidora deste blogue, no Rio de Janeiro, ora, em jeito de agradecimento, deixo-lhe uma pequena passagem de um livro que escrevi, sobre a minha família, que também tem ramificações com a família dela. Trata-se de um capítulo sobre a sua bisavó, Maria das Dores do Penedo, mais conhecida na aldeia por Maria Abade, a qual protagonizou o primeiro caso de divórcio na aldeia, ainda no século XIX.  

“Quanto às circunstâncias do divórcio de Maria “Abade”, irmã do nosso bisavô, esta foi casada com Domingos Afonso, natural de Vila Meã da Raia. Após o casamento, o Domingos alistou-se na guarda-fiscal, tendo sido colocado em Mairos, onde havia um posto fronteiriço, fazendo-se acompanhar pela mulher.

Em Mairos viveram o período da lua de mel, em perfeita harmonia, embora com os problemas inerentes a todos os casais, pois como se costuma dizer “casa que não e ralhada, não é governada”.

Algum tempo depois o Domingos recebeu ordem de transferência para o posto de Vilarinho da Raia, uma transferência acolhida com satisfação, porque era como que, um regresso a casa.

O casal decidiu fixar residência em Outeiro Seco na casa da família, no Bairro do Penedo, e o Domingos, ia e vinha ao posto de Vilarinho da Raia, consoante a escala de serviço. Mas como o Domingos era natural de Vila Meã, paredes meias com Vilarinho da Raia, talvez porque em solteiro deixasse algum caso amoroso mal resolvido, o certo é que passado pouco tempo, o Domingos arranjou uma amante em Vila Meã.

Ora quando Maria Abade teve conhecimento, da infidelidade do marido, não lhe deu qualquer possibilidade de reconciliação, pondo de imediato cobro, ao casamento.

De nada valeram as muitas tentativas, diretas ou por interpostas pessoas, para que Maria esquecesse o incidente e reatassem a relação, pois a Maria manteve-se inflexível, jamais perdoando a traição do marido.

Embora acabado o casamento, não acabou a relação pessoal e quando o Domingos passava pela aldeia, a caminho da vila, nunca deixava de visitar os filhos, antes destes emigrarem para o Brasil. O casamento é que nunca mais se reatou, ficando conhecido como o primeiro divórcio oficial na aldeia.

Uma curiosidade dessa família, prendia-se com o nome da filha mais velha do casal, cujo nome era Senhorinha. Não sendo vulgar este nome na nossa aldeia, ele é comum na região do Barroso, estando associado a uma lenda, mais concretamente à lenda da ponte da Misarela.

Esta ponte fica no rio Rabagão, ligando as freguesia de Ruivães do concelho de Vieira do Minho, à freguesia de Ferral, pertencente ao concelho de Montalegre.

Entre outras versões e lendas sobre esta ponte, conta-se que, para as crianças não morrerem na altura do parto, coisa muito frequente na época, a futura mãe munida de uma corda e um balde, teria de ir à meia-noite a esta ponte, acompanhada por duas pessoas.

Cada um dos acompanhantes colocava-se numa das extremidades da ponte, e a mãe ao centro. Os acompanhantes teriam de evitar a passagem de qualquer animal, com predominância dos ratos, até que aparecesse a primeira pessoa.

Quando aparecia essa pessoa, a futura mãe dava a corda e o balde ao viajante, que, retirava água do rio e aspergindo a barriga da grávida, dizia:

 

Eu te baptizo

em nome do Pai,

do Filho,

e do Espírito Santo.

 

 

Se fores rapaz,

teu nome será Gervás;

e se fores rapariga,

teu nome será Senhorinha

   

Não consta que Maria Abade tivesse ido à ponte da Misarela, mas o certo é que o nome escolhido para a filha, não deixa de ser um nome invulgar na aldeia. 

Apesar da ida precoce para o Brasil dos irmãos “Abades”, a sua ligação com a família de cá, manteve-se durante largos anos, e em casa do avô Eurico, existiam várias fotografias com mensagens no verso, trocadas entre eles, como a que ilustra o post.

 

  

publicado por Nuno Santos às 09:35

Janeiro 27 2016

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Confesso que não sou muito de comemorações, pese embora tenha a fama de ter uma boa memória, valem-me na circunstância a Celeste ou a minha mãe para me lembrarem, quando algum dos familiares ou amigos mais próximos fazem anos.

Por exemplo este blogue fez no passado dia 5 de janeiro três anos e eu, nem sequer me lembrei da efeméride, só que hoje, alcançou o número redondo de 100.000 (cem mil visitas) um facto que me parece, deva ser evocado.

Por isso agradeço ao meu filho Nuno Pedro e à minha mulher Celeste, os principais responsáveis por eu ter um blogue próprio, tendo sido o meu filho quem o criou graficamente. Depois agradeço aos muitos amigos que, ao longo destes três anos, tiveram a paciência de o visitar e alguns de comentar, dando-me dessa forma, o alento e a motivação para eu escrever.

Tem sido notório que, nos últimos meses, tenho andado pouco profícuo na escrita, talvez porque não me tenha ainda adaptado, ao meu novo estilo de vida, ou porque me tenha também dispersado pelas outras redes sociais, como o facebook. Mas prometo que tudo farei, para retomar a escrita neste blogue, de preferência, com pequenas histórias do passado da nossa terra, mescladas com outras do quotidiano.

Mais uma vez obrigados a todos pela paciência, e desculpem qualquer coisinha se porventura escrevi algo que vos desagradou.

Obrigados e bem hajam!

publicado por Nuno Santos às 00:35

Janeiro 25 2016

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Ontem  a democracia funcionou mais uma vez, com o povo a ir às urnas, escolhendo livremente aquele que, no seu entender, melhor desempenhará o cargo de presidente, ou seja, o mais alto cargo da nação. E face à nossa organização política, não se pense o cargo de presidente da república é um cargo inócuo, pois o nosso presidente, é o comandante chefe das Forças Armadas, cabendo-lhe nomear e demitir o governo e vetar as leis.

Apesar disso, mais de metade dos eleitores inscritos, 51,3% abstiveram-se, embora o fenómeno da abstenção, não possa ser visto de uma forma ligeira. Primeiro, porque dos cadernos eleitorais, não estão expurgados os falecidos recentemente, nem os que deixaram o país, à procura de um futuro melhor, continuando como eleitores inscritos no nosso país.

Eu sei do que falo, porque o meu filho, está fora há nove anos, mas continua recenseado em Portugal. Segundo ele, porque o processo para se recensear no país de acolhimento, não é fácil. Desde logo, para se recensear, terá de se deslocar presencialmente ao consulado, o qual está situado fora da sua área da residência, assim como a faltar ao trabalho.

Paradoxalmente nas penúltimas eleições, até foi convocado para fazer parte de uma mesa de voto, na freguesia onde continua recenseado.

Os resultados de ontem deixam-nos várias reflexões, a primeira é a de que para se ser presidente da república, não basta ser uma pessoa íntegra, culta e com um passado incólume. Antes de mais é preciso ter cartão do partido e fazer parte da sua área de influência. Depois é necessário ter notoriedade na televisão, ainda que essa notoriedade seja por ter opinião, sobre tudo e sobre nada, apoiando hoje uma causa, ainda que a critique no dia seguinte.

Este fenómeno não é apenas nacional, já aconteceu noutros países inclusive nos Estados Unidos da América, onde se elegeu como presidente, um mediano ator de cinema, Ronald Reagan. Em Itália foi o senhor televisão, Sílvio Berlusconi, e no Brasil o palhaço Tiririca teve mais de um milhão de votos, só no estado de São Paulo, ainda que o fenómeno do Tiririca se assemelhe mais ao resultado de Vitorino Silva (Tino de Rãs) ou seja um voto contra o sistema.

Como habitualmente, não votei no candidato ganhador, contudo, mas espero que aquilo que Marcelo Rebelo de Sousa disse, no seu discurso de vitória, o de que iria ser um presidente imparcial, o seja de facto, ao contrário do presidente anterior que, em muitas situações da vida política portuguesa, não foi imparcial, prejudicando com isso o país.

 

 

 

    

 

publicado por Nuno Santos às 12:35

Janeiro 23 2016

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Enquanto o país está hoje em reflexão, por causa da escolha do novo presidente da república, cujas eleições vão decorrer amanhã, eu encontro-me em descompressão, por uma outra razão. Quanto às eleições, há muito me desencantei com a política nacional, por isso passei um pouco à margem desta campanha, embora não deixarei de cumprir, com o meu dever cívico.

E votarei sem qualquer hesitação no candidato que, mais se identifica comigo, porque representa um tempo novo e sem amarras ao passado. Votarei nesse candidato, porque sou uma pessoa de memória, e porque conheço o passado dos outros candidatos, assim como o valor acrescentado que não têm trazido ao país.

Embora seja um direito que lhes assiste, não compreendo a razão da candidatura de alguns desses candidatos, ainda que segundo a Constituição da República, se possa candidatar ao cargo de presidente da república, todo o cidadão com mais de trinta e cinco anos que, saiba ler e escrever e tenha a cidadania portuguesa até à quinta geração.

Mas muito sinceramente, não consigo encontrar a razão e motivação de alguns desses candidatos, para o exercício deste alto cargo da nação, a não ser a disputa de algum protagonismo.

A minha descompressão de hoje, prende-se com o facto de ontem, ter havido eleições no condomínio do meu prédio, onde eu era o seu administrador, cargo do qual me livrei, porque os mandatos são apenas por um ano, e o meu mandato decorreu entre janeiro de 2015 e janeiro de 2016.  

Como vivo neste prédio há cerca de trinta e quatro anos, embora sejamos trinta e dois condóminos, eu já exerci este cargo de administrador, por mais de dez vezes. A razão de tão rápida rotação, prende-se com o envelhecimento de muitos dos condóminos, os quais face à dinâmica da evolução tecnológica, sentem-se impedidos de exercer a função, desde logo, porque, uma boa parte das quotizações antes pagas em dinheiro, passaram a ser pagas através de transferência bancária. Depois, porque os bancos, como forma de economia em gastos postais, deixou de enviar os extratos bancários em papel, fazendo-o agora via digital, logo, obriga a que o gestor do condomínio tenha conhecimentos de informática, para utilizar o Home Banking.  

Uma outra razão, prende-se com a falta de sentido cívico de muitos condóminos, os quais nunca estão disponíveis, para assumir o exercício do cargo de administrador. Ora, ainda que o exercício do cargo de administrador, seja um cargo exigente e de responsabilidade, criando muitas das vezes atritos e constrangimentos com outros vizinhos (condóminos) que, doutra foram não aconteceriam, o certo é que nada na lei obriga ao exercício e aceitação do mesmo. O exercício do cargo terá de ser voluntário, ainda que no meu caso e na maioria das vezes, tenha sido voluntário à força.

Ora, como desde ontem deixei o exercício do cargo, essa é a razão, por que hoje me encontro em descompressão. E porque não estou muito preocupado com o ato eleitoral, cuja escolha há muito está feita, também não estou em reflexão.

Contudo não deixo de estar em estado de apreensão, porque o meu Sporting joga logo à noite na Mata Real com o Paços Ferreira, sobretudo, porque na baliza não vai estar o Rui Patrício, mas o Marcelo Boek.

publicado por Nuno Santos às 09:47

Janeiro 19 2016

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“A vida é o que fazemos dela” já o disse Fernando Pessoa e as viagens, são o melhor que fazemos na vida, porque alargamos horizontes e contatamos com outras pessoas e outras realidades. Podemos viajar sozinhos ou em grupo, embora eu prefira as viagens em grupo, porque há sempre uma maior partilha de conhecimentos, além de que, fazemos quase sempre novas amizades

Estas duas fotografias foram retiradas de uma das nossas viagens. A primeira foi na praça do Sultanahmet em Istambul, à entrada da Mesquita Azul e onde as mulheres não podem entrar de cabeça destapada. Desgraçadamente foi aqui que há dias, um terrorista suicida se fez explodir, matando com ele nove turistas alemães e ferindo muitos outros. Felizmente que isso não aconteceu no dia em que nós estivemos na Mesquita Azul, porquanto o nosso grupo era composto por mais de trinta portugueses.

A segunda fotografia foi tirada no Grande Bazar também em Istambul, tendo como protagonistas o Bruno Santos e a sua mulher Cristina. A vida tem coincidências engraçadas, o Bruno é filho do meu primo Cesário Santos, um dos meus primos que, numa fase da minha vida, maior proximidade teve comigo.

Só que a vida encarregou-se de nos separar, o Cesário radicou-se no Porto e eu em Lisboa. Durante alguns anos ainda nos revíamos na aldeia, por altura da festa, mas após a morte dos seus pais, as suas visitas à terra rarearam, deixando-nos de ver, por isso não via o Bruno, há seguramente mais de quinze anos.

Porém há coisas que não se esquecem, apesar do grupo se ter juntado apenas no segundo dia, porque uns partiram do Porto e outros de Lisboa, logo na primeira refeição conjunta, o Bruno chamou-me a atenção, não só pelos seus traços fisionómicos, mas sobretudo pelo timbre da voz, porque ao ouvi-lo, eu estava a ouvir o seu pai o meu primo Cesário.

Escusado será dizer dizer que foi uma viagem cheia de cumplicidades, com a reposição de conversas e factos familiares. Ao mesmo tempo foi para mim uma satisfação constatar o espírito de liderança do Bruno uma faceta muito caraterística da nossa família, porque apesar de ser dos mais jovens do grupo, todos lhe reconheciam essa liderança e tornou-se numa espécie de porta-voz do grupo.    

Infelizmente não encontro o seu contacto, mas aqui ficam os votos de um Bom Ano para ele e para a Cristina, assim como para todos os que, connosco fizeram a viagem pela Turquia, a qual decorreu calma e tranquila e sobretudo, com grande amizade e solidariedade.

publicado por Nuno Santos às 09:54

Janeiro 16 2016

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Foto do blogue do Altino

Faleceu hoje uma das centenárias da aldeia que, celebrou no passado dia 15 de dezembro 103 anosde idade.

A tia Amélia como toda a gente a tratava na sua relação pessoal, ou Amélia do Augusto por ser filha de Augusto Vilafrade, era irmã da minha avó materna. Com a sua morte, desapareceu também uma forma de cultura popular existente no mundo rural, mas neste caso particular na nossa aldeia, cultura que, passava de geração em geração, porque já a sua mãe Mafalda fora depositária, dessa mema fonte de conhecimentos.

A tia Amélia terá até superado a sua mãe em muitos saberes. Ela foi uma espécie de António Aleixo, o célebre poeta popular de Loulé, também e tal como ela, analfabeto. Só que a tia Amélia, ao contrário de Aleixo, nunca teve ninguém que, lhe fizesse a recolha, da extensa obra que, numa fase da sua vida, ela produzia abundantemente.

Com a sua morte, Outeiro Seco perdeu uma centenária, e uma fonte de sabedoria popular com raízes ancestrais, ainda que alguns desse saberes, tenham sido preservadas pela sua filha Laurinda, nomeadamente, as rezas para determinadas maleitas do corpo e da alma.         

O seu funeral vai-se realizar amanhã domingo pelas 16,00 horas. À família enlutada filhos, noras, netos e bisnetos os sentidos pêsames.

publicado por Nuno Santos às 12:17

Janeiro 16 2016

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Faz hoje 90 anos o nosso conterrâneo Manuel Benedito, um dos maiores embaixadores de Outeiro Seco e de Chaves, na cidade de Lisboa. Ainda que mais de três quartos da sua vida, já tenham sido passados em Lisboa, a nossa aldeia assim como a cidade de Chaves jamais lhe saíram do pensamento e do seu coração.

De tal modo que, quando em Lisboa ocorre algum evento ligado à nossa terra, sobretudo se for um jogo do seu Desportivo, é certo e sabido que o Manuel Benedito lá está.

A minha amizade com Manuel Benedito já tem mais de quarenta anos, razão pela qual o trato carinhosamente por tu, até porque essa amizade é geracional, por causa da grande relação de amizade que, existia entre a minha mãe e a sua irmã Maria, recentemente falecida.

Por muitos anos que eu viva jamais esquecerei que, foi o Manuel Benedito quem me trouxe na minha primeira vez para Lisboa, no longínquo dia 30 de setembro de 1973, um dia depois do São Miguel.

Fizemos a viagem de comboio desde Chaves a Santa Apolónia onde nos aguardava o Joaquim Ferrador. Além de ser a minha primeira saída do ninho maternal, foi também a minha primeira viagem de comboio, e foi nessa viagem de comboio que, eu vi pela primeira vez o mar, quando passamos por Espinho.

Depois disso jamais perdemos o contacto e para mim, é um prazer e um privilégio, estar hoje entre os seus familiares e amigos para lhe comemorar o seu 90.º aniversário. Ainda que o vá fazer pessoalmente, presto-lhe esta pequena homenagem no blogue, desejando-lhe muitos mais anos de vida, plenos de saúde e de felicidade na companhia da sua simpática família.    

publicado por Nuno Santos às 07:46

Janeiro 15 2016

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Faleceu ontem no Lar da Misericórdia em Vidago, o Sr. Adelino Figueiras, uma figura carismática da aldeia. O Sr. Adelino tinha uma grande paixão pelo Desportivo de Chaves e pelo S. Miguel. No passado e quando não havia sobras da festa da Sra. Da Azinheira, por mais que uma vez foi ele o responsável de haver festa no Largo do Zé Merceana, graças à amizade com o Nelson, um músico da Banda de Vila Verde da Raia. Apesar da escassez com que se vivia na altura, o certo é que dinheiro para pagar aos músicos aparecia sempre, graças à iniciativa do Sr. Adelino.

Como a família mais próxima reside toda nos Estados Unidos, ainda não é possível prever a hora do funeral, embora se preveja que se realize no próximo sábado.

 

Á família enlutada aqui ficam os pêsames e paz à sua alma.

publicado por Nuno Santos às 08:18

Um outeiro secano residente em Lisboa, sempre atento às realidades da sua terra.
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