Foto do blogue do Altino
Faleceu hoje uma das centenárias da aldeia que, celebrou no passado dia 15 de dezembro 103 anosde idade.
A tia Amélia como toda a gente a tratava na sua relação pessoal, ou Amélia do Augusto por ser filha de Augusto Vilafrade, era irmã da minha avó materna. Com a sua morte, desapareceu também uma forma de cultura popular existente no mundo rural, mas neste caso particular na nossa aldeia, cultura que, passava de geração em geração, porque já a sua mãe Mafalda fora depositária, dessa mema fonte de conhecimentos.
A tia Amélia terá até superado a sua mãe em muitos saberes. Ela foi uma espécie de António Aleixo, o célebre poeta popular de Loulé, também e tal como ela, analfabeto. Só que a tia Amélia, ao contrário de Aleixo, nunca teve ninguém que, lhe fizesse a recolha, da extensa obra que, numa fase da sua vida, ela produzia abundantemente.
Com a sua morte, Outeiro Seco perdeu uma centenária, e uma fonte de sabedoria popular com raízes ancestrais, ainda que alguns desse saberes, tenham sido preservadas pela sua filha Laurinda, nomeadamente, as rezas para determinadas maleitas do corpo e da alma.
O seu funeral vai-se realizar amanhã domingo pelas 16,00 horas. À família enlutada filhos, noras, netos e bisnetos os sentidos pêsames.