Outeiro Secano em Lisboa

Janeiro 13 2016

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As novas poldras no caminho da Finteira

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O rio já na sua foz

 

Sempre que vou à terra e o tempo me permite, tenho o hábito de passear pelos caminhos rurais, não porque ande a fiscalizar as minhas propriedades, mas apenas, para evocar memórias de um tempo em que, com motivações diferentes, calcorreava esses mesmos caminhos. Nessa altura fazia-o no cumprimento de tarefas domésticas, às quais a maioria dos jovens do meu tempo estávamos obrigados, até porque lá diz o ditado “ o trabalho de garoto é pouco, mas quem o não aproveita é louco”.

Hoje relembro esse tempo sem qualquer mágoa para com os meus pais, até porque sei que a infância deles foi ainda pior do que a minha, mas também porque essa exigência e responsabilidade desde cedo, contribuiu para a minha formação pessoal.

Ora foi num desses périplos pelos caminhos rurais da aldeia, agora bem mais amplos permitindo alguns deles o trânsito automóvel, que há tempos descobri que, as poldras do Porto de Santo Estêvão tinham desaparecido, tendo relatado o facto neste blogue.

Agora por altura do Natal e numa ida ao fundo do rigueiro pequeno, para ver se o nosso rio já tinha chegado à foz, descobri estas novas poldras.

Estão situadas uns duzentos metros mais abaixo do local onde estavam as outras, e presumo que, algumas das pedras, até sejam das poldras primitivas.

Não contesto a necessidade da construção destas poldras, porém como as anteriores eram muito antigas, acho que poderiam coexistir as duas, em nome da preservação do passado. Entretanto espero que as últimas cheias registadas no vale de Chaves, não tenha destruído as poldras pois não me pareceram suficientemente solidificadas para resistir a uma intempérie.   

publicado por Nuno Santos às 09:52

Janeiro 10 2016

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Com a devida vénia ao Chaves Intemporal pela utilização da fotografia postada no facebook, eu não podia deixar de a republicar porque ela ilustra bem a sala de visita de Outeiro Seco, à qual chamamos de Largo do Tanque.

Uma boa parte da vida social e económica da nossa terra passou por este local. Contudo a dinâmica do tempo, tem alterado substancialmente este local. Donde, as lameiras do rio onde se jogava o trinque cevada e outros jogos populares e onde as lavadeiras estendiam a roupa à cora, foram substituídas pelo parque infantil.

O paradoxo é que quando havia muitas crianças na aldeia, não havia parque infantil, em sua substituição utlizavam-se os terreiros e as estrumeiras para a diversão. Apesar da dispersão da aldeia por quatro bairros, o Largo do Tanque e o Adro da Sra. do Rosário, eram o local de eleição e o ponto de encontro da juventude. O centenário olmo acolhia sobre a sua sombra as assembleias dos homens do povo que ali tratavam dos seus assuntos domésticos. O seu grosso tronco que três homens não abarcavam, servia de porta ao jogo do rou rou, e quando o futebol entrou na vida da juventude, servia também de poste a uma das balizas.

A fotografia sem qualquer pessoa visível, é um sinal dos tempos, o qual devia obrigar uma urgente reflexão, à política de desenvolvimento regional, a fim de por cobro à desertificação do interior do país, ao qual vimos assistindo paulatinamente.  

Eu que já me tornei num sexagenário, não contesto as alterações introduzidas no local, até porque muitas delas foram para melhor, no entanto, não deixo de sentir alguma nostalgia do Largo do Tanque da minha juventude, sobretudo, pelas memórias associadas.

Porém há uma alteração que, eu lamentarei para toda a vida, trata-se da demolição da antiga ponte medieval, que agora só podemos apenas admirar, na gravura colocada junto ao tanque.

Um Bom Ano para todos os outeiro secanos espalhados pelo mundo.

publicado por Nuno Santos às 09:44

Janeiro 03 2016

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O Mundo sabe que 
Pelo teu amor, eu sou doente 
Farei o meu melhor 
Para te ver sempre na frente 
Irei onde o coração me levar 
E sem receio... 
Farei...o que puder 
Pelo meu Sporting

 

Foi ao som desta versão portuguesa do My Way de Frank Sinatra que, ontem o Sporting, embalou para uma brilhante vitória sobre o Futebol Clube do Porto. Foi uma noite brilhante e como tinha escrito no post anterior, para mim foi ainda mais gratificante, porque tinha ao meu lado o meu filho, cuja presença em Alvalade  costuma ser um talismã.

Pena que tenha de se ir embora já amanhã, engrossando o número daqueles que por razões económicas, tiveram de deixar a sua terra, mantendo cá os seus afetos e as suas paixões.

Neste ano de 2016, espero que Sporting primeiro, e a nossa seleção depois em França, na fase final do Europeu,  continuem a dar-lhes motivos de orgulho, em ser sportinguista e português. Já agora e por causa da sua costela flaviense, pese embora tenha nascido em Lisboa, que o Desportivo de Chaves suba à primeira divisão.

 

publicado por Nuno Santos às 09:55

Janeiro 02 2016

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“ Eu vou lá estar, para te apoiar” estarei eu e muitos milhares de sportinguistas, só que hoje, irei ter ao meu lado um companheiro muito especial, o meu filho que, embora emigrante no estrangeiro, continua como um grande sportinguista e sócio, costumando ser uma espécie de talismã quando me acompanha a Alvalade, tal como o fazia em pequeno, no velhinho estádio José Alvalade, quando os jogos se realizavam a horas decentes, na sua maioria às quatro da tarde.

Recordo-me de um jogo com o Benfica, em que já bem perto do final do jogo,  o nosso defesa central Beto, marcou um golo ao Michelle Proudhome, o qual nos deu a vitória por 1-0. Nesse dia eu não aguentei a pressão saí do estádio, com grande contestação do meu filho que, queria assistir ao jogo até ao final.

Hoje prometo que, qualquer que seja o resultado estaremos até final, cientes de que juntos dos restantes sportinguistas entoaremos em uníssono, “Só eu sei porque não fico em casa.”   

 

 

publicado por Nuno Santos às 11:24

Janeiro 01 2016

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Como já tinha anunciado, terminou ontem a minha atividade profissional e na impossibilidade de o fazer pessoalmente, aproveito este meio, para agradecer a todos os colegas e foram muitos que, ao longo destes quarenta e dois anos privaram comigo, pois todos eles contribuíram para me tornar numa pessoa melhor, tanto profissional como socialmente.

 

As relações nem sempre são para a vida, embora isso não se aplique às recordações dos momentos e das situações vividas, tal como os afetos e os sentimentos partilhados com tantos colegas, ao longo destes quarenta e dois anos de atividade.

Atividade que foi repartida apenas por três empresas. A Contatec onde me iniciei, depois a Comforme onde de certa maneira, solidifiquei o meu estatuto de TOC - Tecnico Oficial de Contas, por fim a Nucase, onde estive mais mais de vinte e cinco anos, exercendo variadas posições, nomeadamente na administração. Por via disso, estou certo que, da minha parte, a relação sentimental com a Nucase será para a vida, esperando que seja longa, tanto a minha vida, como a da Nucase.

Entretanto, gostaria de destacar aqueles que, ao longo deste meu percurso de vida, estiveram sob a minha supervisão, esperando sinceramente que, a minha acção tenha contribuído de alguma forma, para o seu crescimento, social e profissional e ao mesmo tempo, penitenciar-me se alguma vez os desapontei não estando à altura das suas expectativas.

Um agradecimento muito especial ao Sr. António Nunes que durante estes vinte e cinco anos, mais do que o meu patrão foi sempre um amigo, amizade essa que eu quero preservar, para sempre.

Também ao Joaquim Ferrador e família, porque foram os meus padrinhos nesta profissão, e porque na minha chegada a Lisboa, acolheram-me como mais um elemento da sua família.  

É pois com votos de extrema gratidão para todos, que lhes desejo muitos sucessos e felicidades para este Ano Novo, assim como para os próximos anos que, hão-de vir.

Um abraço,

Nuno Santos

 

publicado por Nuno Santos às 19:05

Um outeiro secano residente em Lisboa, sempre atento às realidades da sua terra.
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