Outeiro Secano em Lisboa

Fevereiro 14 2016

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Está a decorrer nas redes sociais uma petição pública, para que a autarquia flaviense, reponha a anterior estrutura do Jardim das Freiras. Todos reconhecemos a dinâmica das coisas e já o poeta dizia “todo o mundo é composto de mudança” algumas dessas mudanças são bem vindas, porque trazem valor acrescentado aos seus utentes, porém, há outras que são introduzidas, apenas porque sim, porque não acrescentam qualquer valor, pelo contrário, são apenas um desperdício do erário público.

No caso do Jardim das Freiras em Chaves, aconteceu um pouco isso. Conhecem-se as razões da  destruição deste Jardim também conhecido por Praça das Freiras, por estar defronte a um antigo convento onde atualmente funciona a Escola Fernão de Magalhães. Embora a verdadeira toponímia seja Praça General Silveira, mas como se trata de uma figura histórica que não é consensual na cidade, o povo prefere chamar-lhe Jardim das Freiras.

Em Chaves há o mau hábito, de que o carro tem de nos acompanhar, para onde quer que vamos. Basta estar algum tempo na esplanada do café Sport, para vermos a quantidade de vezes que a Polícia, lá vai autuar os veículos ali estacionados, mas passados dez minutos, o espaço está de novo cheio de carros.

A esse propósito os condutores flavienses, deveriam aprender com os lisboetas. Todos recordamos de ver postais ilustrados, com os Restauradores, o Rossio e a Praça do Comércio, pejados de carros. Ora, isso acabou há muito tempo e não foi por isso, que, a baixa lisboeta, continuou a ser, um dos locais mais frequentados da cidade.

Voltando a Chaves, o pretenso parque de estacionamento nas Freiras esteve demasiado tempo embargado pelo IPPAR, para ser objeto estudos arqueológicos. Finalmente quando houve luz verde para a sua construção, o poder autárquico na cidade tinha mudado, e os novos dirigentes decidiram, não sei se em resultado de consulta pública, mudar a localização do parque, para o Arrabalde.

Ora, como a cidade de Chaves está edificada, sobre as ruinas de uma outra cidade, houve de novo a intervenção do IPPAR, e em boa hora, porque no local escavado para a construção do parque de estacionamento, foi descoberto um antigo balneário termal romano.    

De salientar que o balneário, contínua sem abertura ao público, pese embora por razões eleitoralistas, creio eu, ele já tivesse sido inaugurado há mais de um ano, contudo continua fechado ao público.

Quanto ao Jardim das Freiras é urgente a sua requalificação, quer seja com o ordenamento anterior, ou com um outro mais moderno, o certo é que o atual não serve de modo algum o embelezamento da cidade. Por isso deixo aqui o meu apelo, para que assinem a petição pública em curso, eu já assinei.

 

publicado por Nuno Santos às 09:22

Um outeiro secano residente em Lisboa, sempre atento às realidades da sua terra.
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