Assisti hoje no Pavilhão Paz e Amizade em Loures, a um espectáculo que, será memorável não tanto para mim, porque felizmente já pude assistir a muitos bons espetáculos, mas sobretudo, para muitos dos jovens músicos da Orquestra Geração, porque tiveram a oportunidade e o privilégio, de tocarem ao lado de grandes músicos, como são os músicos da Orquestra da Fundação Gulbenkian.
Tendo bebido a sua influência no El Sistema venezuelano, criado em 1975, o qual proporciona a cerca de 350.000 jovens desse país da América do Sul, fazerem a sua iniciação na musical. A Orquestra Geração só foi criada em Portugal no ano de 2007, numa iniciativa do Agrupamento de Escolas Miguel Torga, no concelho da Amadora, com o apoio da Fundação Calouste Gulbenkian, Escola de Música do Conservatório Nacional e Fundação EDP.
Este Agrupamento incluía escolas das freguesias de São Brás, Buraca e Damaia, todas no concelho da Amadora. Posteriormente o projecto expandiu-se, primeiro pela periferia de Lisboa, depois pelo país, estando já em Vila Franca de Xira, Loures, Oeiras, Sesimbra, Sintra, Amarante, Mirandela, Murça, Coimbra, Gondomar, contando já com perto de um milhar praticantes, preparando-se para se implementar nos PALOP, estando já em Cabo Verde.
Segundo o Diretor da Escola de Música do Conservatório, o objetivo deste projeto, não é formar todos estes jovens em músicos, mas contribuir para a sua integração social, através do desenvolvimento do trabalho coletivo, elevando a sua auto estima, tanto mais que a maioria destes jovens, são oriundos de meios sociais mais desfavorecidos e sobretudo, combater o abandono escolar.
Até ao momento, este projecto tem sido apoiado fundamentalmente pela Fundação Gulbenkian, Fundação EDP, Conservatório Nacional e pelas Câmaras Municipais dos respetivos concelhos, e ainda pelo recurso a fundos comunitários. Agora, parece haver um maior compromisso deste governo, no apoio a este projeto, razão pela qual estiveram hoje no Pavilhão Paz e Amizade de Loures dois ministros deste governo, o ministro da Educação e o ministro da Cultura.
Claro que destes praticantes, nem todos irão ser músicos profissionais. Mas o país só poderá ficar a ganhar, com a proliferação de mais Orquestras Geração, porque os valores ali adquiridos, como o esforço, o rigor e o trabalho em equipa, são valores que ficarão assimilados nestes jovens para a vida, logo serão aplicados nas profissões que eles venham a abraçar no futuro.