Outeiro Secano em Lisboa

Março 09 2016

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Ao fim de mais de três décadas ligado ao poder político, tendo-se iniciado em 3 de janeiro de 1980 no cargo de ministro das Finanças, Cavaco Silva termina hoje a sua vida política. Como todos os líderes políticos, Cavaco Silva foi idolatrado por uns, até designados como  cavaquistas, porém outros onde me incluo, acham que a ação de Cavaco Silva, foi um desastre para o país.

Enquanto primeiro-ministro, exerceu os seus mandatos, quando mais dinheiro entrou no país, vindo dos fundos da União Europeia. Os seus governos ficaram conhecidos como os governos do Betão e o seu ministro da Obras Públicas, Ferreira do Amaral, como o Betoneira do Amaral. É verdade que o país estava necessitado de muitas infraestruturas, mas vejamos onde Cavaco Silva gastou muitos desses milhões.

Na construção da IP 5 de Aveiro-Vilar Formoso, dinheiro desperdiçado porquanto, poucos anos depois, esse IP foi transformado na autoestrada a A 25, logo gastou-se o dinheiro duas vezes, o mesmo aconteceu com o IP 4, agora em reconstrução para autoestrada, com os constrangimentos agora conhecidos.

Por sua vez as infraestruturas que seriam propiciadoras do desenvolvimento regional, como a autoestrada A 24, para fazer a ligação da fronteira de Chaves ao litoral, chegou com trinta anos de atraso, os flavienses recordam-se de verem durante anos, em Vila Verde da Raia, a placa com o anúncio dessa obra, Chaves-Figueira da Foz, tal como a autoestrada do Algarve,, apesar do autêntico matadouro que era a estrada 125.

Na ação política e social, Cavaco Silva foi o responsável pelo fim da agricultura nacional e das pescas, com o abate da maioria da nossa frota pesqueira. Como membro da União, seguiu sempre os interesses dos países mais ricos, tendo lhe merecido o epíteto de "Bom aluno".

Como presidente da república a sua ação foi minimalista, nomeadamente neste último mandato, permitindo que o governo com o qual ele se identificava, tivesse posto o povo a pão e água. Por tudo isto é com alívio que vejo o seu afastamento da política.Quanto ao novo presidente, apesar da assertividade do seu discurso, mantenho muito céticismo, muito por causa do seu perfil. Como curiosidade, o novo presidente Marcelo Rebelo de Sousa substituiu Cavaco Silva na direcção do PSD, sem qualquer relevância,  por isso serei como São Tomé “ver para crer”.

  

 

publicado por Nuno Santos às 09:40

Um outeiro secano residente em Lisboa, sempre atento às realidades da sua terra.
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