Durante muitos anos mantive uma forte ligação à organização desta prova, fazendo entre outras coisas, a função de speaker. Por graça costumava dizer que, quando da realização da 25ª Corrida, teríamos a presença de um queniano, no pressuposto de que esta prova, se afirmaria no panorama do atletismo nacional.
Infelizmente tal afirmação nunca aconteceu e por isso, na 25.ª Corrida não haverá um queniano, não por culpa da Casa da Cultura que faz o que pode, mas sobretudo, por causa da falta de visão dos nossos dirigente autárquicos, os quais nunca souberam nem quiseram, potenciar este projecto.
Desde o início desta prova que, a participação da autarquia, limitou-se à doação de um subsídio simbólico e à presença dos seus responsáveis nesse dia, para a entrega dos troféus. De resto, pouco ou nada fizeram para que a prova se afirmasse no panorama desportivo, apesar de ser uma das mais antigas.
Ao invés, a Corrida do Douro Vinhateiro, na Régua, partindo atrás de nós catorze anos, tornou-se numa das corridas mais participadas, a nível nacional.
O mais paradoxal é que Chaves tem dado atletas que, na modalidade do atletismo, representaram o país em campeonatos europeus, mundiais e Jogos Olímpicos, como foram os casos de Delfim Moreira ou João Junqueira, sem que a cidade lhes tenha granjeado grande tributo.
Lembro-me até de uma partida dos atletas para uns Jogos Olímpicos, em que o Delfim Moreira foi o único atleta não foi homenageado pela sua Câmara, quando todos os atletas o tinham sido nas suas terras de origem.
Não conheço de todo a programação desta 25ª Corrida, mas pelo cartaz parece-me que irá estar muito aquém, daquilo que durante muitos anos foi um sonho lindo, mas que se perdeu tal como outros, é a vida.