Hoje as nossas atenções, estão todas viradas para o jogo da seleção contra a Polónia, de modo que, tudo o que demais aconteça no mundo, passa-nos um pouco a margem, sejam as consequências do Brexit, as hipotéticas sanções da União Europeia a Portugal e a Espanha, por causa do deficit excessivo de 2015, os atentados na Turquia, tudo isso é relativizado face ao jogo de logo à noite, porque o país pára, por causa da seleção.
Durante o dia, haverá muitos programas de televisão, com vários comentadores, apresentando cada um a sua equipa ideal, porque cada um de nós, é um potencial treinador de bancada ou de sofá. Eu também não me excluo de fazer a minha escolha, por isso aqui fica a minha equipa, para iniciar o jogo.
Na baliza o Rui Patrício, na defesa Cédric, Pepe, Ricardo Carvalho e Rafael Guerreiro, se estiver em boa condição física. No meio campo William de Carvalho, Adrien Silva, João Mário e Rafa, depois na frente, o Cristiano Ronaldo e o Nani.
Esta seria a minha equipa ideal, depois em função das incidências do jogo, faria as alterações, necessárias, reforçando os sectores mais deficitários com as entradas de Renato Sanches, Quaresma ou Danilo Pereira.
Claro que não vai ser esta a escolha do selecionador oficial Fernando Santos, mas sejam quais forem os seus eleitos, desejo ardentemente que Portugal ganhe, pela alegria que daria a todos os portugueses, mas sobretudo, aos nossos emigrantes, que, nestas alturas, são quem mais sofre pela seleção. Mais ainda porque atendendo às incidências recentes, são quem sente na pele alguma xenofobia, que vai alastrando pela Europa e pelo Mundo, donde, esta vitória seria como que um alento de alma, ajudando-lhes a mitigar as dificuldades e a saudade.
Entretanto do outro lado, irá estar uma seleção que se equipara a Portugal, não só na sua valia técnica mas também como povo, porquanto a Polónia, é também um país com um dos maiores números de emigrantes espalhados pelo mundo.
Mas como dizia Jorge Sampaio, há vida para lá do Campeonato Europeu de Futebol e eu não consigo esquecer que, há precisamente um ano, estavamos na Turquia, passando duas vezes no aeroporto Attaturk de Instambul, onde esta semana, aconteceu o fatídico atentado, que vitimou tantos turistas inocentes.
Estes acontecimentos trazem-nos sentimentos contraditórios, o primeiro é se devemos ficar no nosso cantinho evitando expor-nos a estes constrangimentos, ou pelo contrário, lutar para que o medo e o terror nos impeça de fazer aquilo de que gostamos, nomeadamente viajar e conhecer outras gentes e outras terras. Eu sou partidário da segunda opção e tal como dizia o poeta – Não há machado que corte a razão ao pensamento, não há morte para o vento, não há morte.