Este é um dito popular que, ilustra bem uma forma muito peculiar da nossa vivência em sociedade, vindo a propósito de uma situação passada na nossa aldeia, no último domingo de Páscoa, com o concerto da banda musical.
O ano passado a Direção da Casa da Cultura decidiu não realizar, o tradicional concerto da Páscoa, atendendo ao facto de, a maioria dos músicos integrantes da Banda, não residirem na aldeia e porque sendo um dia festivo, por certo lhes daria mais prazer em passá-lo com as suas famílias.
De imediato choveram críticas de alguns sócios da Casa da Cultura, dizendo que na sua condição de associados apenas tinham Deveres, porquanto lhes tinha sido retirado o Direito, ao concerto da Páscoa.
Ora, por causa dessa contestação, a Direção decidiu neste ano, realizar o Concerto, só que do público presente, uma boa parte dele eram familiares dos músicos, estando ali na condição de acompanhantes. Sabemos quão frustrante é para os artistas, sejam eles músicos ou atores a falta de público, ainda que muitas vezes a razão dessa ausência esteja associado à má divulgação do evento, desconhecendo se foi este o caso.
É verdade que, as nossas aldeias têm perdido população, mas no caso de Outeiro Seco, acho que a sua maior perda, tem sido o sentido de comunidade, espírito de unidade e bairrismo,
E nem é por falta de estruturas associativas, pois além da Junta de Freguesia, em Outeiro Seco existe uma associação desportiva e cultural que é a Casa de Cultura, uma IPSS, as Mão Amigas e ainda a Fábrica da Igreja, a qual está numa situação de vacatura há já uns anos, sendo composta apenas pelo seu presidente, o pároco e um ajudante aos domingos.
Ora, tendo em consideração que Outeiro Seco possui um património religioso de algum relevo, era importante que tivesse uma Fábrica da Igreja forte e dinamizadora, potenciadora desse mesmo património, tornando-o num polo de interesse turístico da região, porquanto é espectável que, a procura turística na nossa região, vá estar em linha com o resto do país.
Embora eu seja sócio das duas instituições, a minha condição de não residente não me permite acompanhar os seus planos de atividade, razão pela qual não posso nem devo emitir opinião sobre a sua atividade, por ser uma realidade que desconheço.
No entanto e sobre a Corrida da Páscoa organizada pela Casa da Cultura, porque no passado tive uma estreita ligação à sua organização, e porque já tem um longo historial de quase trinta anos, lamento que o seu nível tenha decaído, quando a maioria das corridas organizadas por todo o país, têm vindo em crescendo.