Eu sei que para muitas gerações, em especial aqueles que nasceram pós 1974, não faz grande sentido estarem a comemorar o dia em que se conquistou a liberdade, porquanto, a liberdade é um direito adquirido e inalienável, ao ponto de alguns a usarem, pondo em risco a liberdade e os direitos dos outros.
São exemplo disso os anti vacinas, que, contrariando o Plano Nacional de Vacinação, acham-se no direito de não vacinarem os seus filhos, pondo assim em risco a saúde dos seus filhos e a dos outros.
Embora esta seja uma forma enviesada de ver a liberdade, antes do 25 de abril ninguém punha em causa impunemente as leis do estado, ainda que muitas dessas leis fossem injustas e arbitrárias, e muitos foram os que pagaram com a prisão e a morte, só porque as contestavam.
Eu sou desse tempo ainda, razão porque todos os anos não deixo de comemorar este dia, estando em Lisboa assistindo a um dos vários concertos evocativos que, se comemoram na véspera e no dia 25 de abril descendo a avenida da liberdade e de cravo na mão gritando, 25 de abril sempre, fascismo nunca mais.