Outeiro Secano em Lisboa

Julho 08 2018

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Para mim um dos melhores prazeres da vida são as viagens, mesmo quando são por locais já conhecidos, pois há sempre coisas novas a descobrir ou então, para recordar. Ainda em Lisboa li no facebook que, a Junta de Freguesia de Outeiro Seco ia promover uma excursão pelo Douro e Beira Alta, com paragens na Régua, Viseu, Folgosinho, Foz Côa e Santuário da Nossa Senhora da Assunção em Vila Flor.

Embora destes locais, só o Santuário da Nossa Senhora da Assunção em Vila Flor fosse para mim novidade, porque só o conhecia à distância e da televisão, por causa da novela “A Outra” que, a TVI gravou aqui no ano de 2008, fazendo com que esta zona do país, passasse a ser muito mais visitada, sobretudo, por aqueles que, tal como eu, gostam e valorizam aquilo que é nosso.

Ora, como nessa data iria estar em Chaves, pedi à minha mãe que me inscrevesse nesta excursão. Contudo, confesso que nunca imaginei o alheamento e a divisão reinante em Outeiro Seco, porque, apesar do preço da excursão ter um valor simbólico de 20,00 € por pessoa, o grupo não chegava a quarenta pessoas.

Considerando o elevado espírito que havia por estas iniciativas, o qual vem do tempo em que o Padre João Sanches celebrava na nossa aldeia, só posso atribuir este alheamento ao facto de ter sido a Junta de Freguesia a promover o evento, constatando infelizmente que a política está a imiscuir-se numa matéria, em que deveria haver uma total e completa separação. Ainda que tenha para mim que, este tipo de eventos, deveriam ser da responsabilidade da Casa da Cultura, porquanto, é uma das iniciativas que constam da sua Missão.

O serviço incluía o autocarro e almoço sendo este um almoço especial com quatro pratos principais, constando a ementa de queijo da serra amanteigado substituindo os habituais cubinhos de manteiga, bacalhau, vitela, javali e cabrito, seguido de um buffé de sobremesas,café e bebidas à discrição.

Saímos da aldeia pelas 7,30 horas e antes das nove já estávamos na Régua, onde tomamos café e vimos o Douro com a sua azáfama, não os barcos rabelos transportando as pipas de vinho, mas diversos paquetes alguns em navegação, outros preparando-se para receber os turistas. De salientar que são cerca de oito mil os que semanalmente sobem o Douro, trazendo um grande valor turístico para a região.

Às 10 horas já estávamos em Viseu. Depois de subirmos no funicular até à Sé, foi algo emocionante para mim o facto de estar no mesmo local, onde o nosso primeiro rei D. Afonso Henriques viveu e brincou com outras crianças da sua idade.

Viseu é uma cidade muito antiga, todos nós a associamos a Viriato e à origem da Lusitânia, mas está também ligada ao início de Portugal, porque ainda como condado portucalense e sob a regência da D. Teresa, o condado tinha três paços donde a D. Teresa exercia o seu governo, o de Guimarães, Viseu e Coimbra.

Existe até uma grande polémica entre Guimarães e Viseu reivindicando cada uma das cidades, a naturalidade de D. Afonso Henriques. Os viseenses defendem existir documentos da época assinados por D. Teresa no paço de Viseu, defendendo não ser possível a D. Teresa, devido ao seu estado de gravidez, ter feito a viagem até Guimarães, onde os vimaranenses defendem ter nascido D. Afonso Henriques, ainda que não esteja em causa que D. Teresa, passava ali grandes temporadas tal como em Coimbra.

Polémicas à parte visitamos a Sé e o seu museu de arte sacra, assim como a igreja da Misericórdia mesmo defronte, um sinal que em matéria de desperdícios financeiros não são apenas com as rotundas de agora, pois não se percebe o porquê de se terem construído duas igrejas uma defonte da outra.

Saímos de Viseu em direção a Gouveia para o almoço e apesar de no programa estar designado que era no Folgosinho este aconteceu na aldeia vizinha de Melo no restaurante Fonte dos Namorados. Mas sinceramente eu não recomendo aos namorados porque depois de uma entrada de pão com queijo da serra amanteigado, um bacalhau à moda da casa, uma vitela estufada, javali e cabrito assado, terminou-se com um buffé de sobremesas qual delas a melhor, tudo regado com bebidas à discrição. Eu só não recomendo aos namorados, porque depois da ingestão de todos estes alimentos, se optarem por outras práticas, correm o risco de algum apanhar uma digestão.

Depois do almoço retornamos ao norte rumo a Foz Côa, e se esta vila é conhecida pelas gravuras rupestres, essa visita só por si necessita de um dia e está fora de uma excursão de este âmbito, mas se Foz Coa é também muito visitada pela altura das amendoeiras em flor nós fomos visitar o seu fruto, ou seja uma fábrica de transformação de amêndoa. Ali pudemos degustar o que de bom se pode fazer com a amêndoa, assim como adquirir alguns desses produtos.

Continuamos a nossa viagem a norte, atravessando de novo o Douro sobre a barragem do Pocinho, uma terra que é muito querida ao escritor Francisco José Viegas, cujos pais vivem em Outeiro Seco. Fomos então ao santuário da Nossa Senhora da Assunção, para alguns como eu pela primeira vez mas para outros como a minha mãe já repetentes. Subimos o escadaria de 250 escadas, contada pela Laurinda, avistando-se dali todo o vale da Terra Quente.

Mas como o mundo o pequeno também ali ouvimos falar da nossa aldeia, o senhor responsável pelo santuário tem uma dívida de gratidão com um outeiro secano o Dr. António José Cruz, porque segundo ele o Dr. Cruz salvou-lhe a vida ao tratá-lo de um grave problema intestinal.

Era pressuposto termos merendado no recinto do santuário, só que o almoço ainda estava tão presente que, quase ninguém abriu as lancheiras.

Pelo caminho cantou-se mas constatei que a marcha de Chaves não é cantada na sua totalidade, ficando-se só pelas Caldas de Chaves pois para que seja cantada tal como ela é aqui ficam os restantes versos:

O castelo é guarda-mor

Sentinela da fronteira

Santa Maria Maior

És a nossa padroeira

Nossa Senhora das Graças

Por um milagre de Deus

Senhora quando tu passas

As preces caem dos céus.

 

Cidade linda, deste nosso Portugal

Com a tua veiga infinda

De riqueza sem igual

Terra de encanto ….........

 

Obrigado, à empresa Ideias Essenciais sempre presentes e disponíveis nos constrangimentos que surgiram, ao executivo da Junta pela iniciativa, esperando que não lhes falte a motivação para iniciativas do género, porquanto, estas iniciativas só valorizam as pessoas, porque tal como alguém disse: Viajar é a única coisa que compramos e nos deixa mais rico.

Um obrigado muito especial aos outeiro secanos que, me acompanharam neste dia diferente, mas muito agradável.

 

 

 

 

publicado por Nuno Santos às 11:55

Julho 01 2018

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A nossa seleção foi ontem afastada do Mundial 2018, paradoxalmente no jogo em que na minha opinião, teve o seu melhor desempenho. Mas o futebol são golos e o Uruguai, em três remates enquadrados com a nossa baliza fez dois golos, em contrapartida Portugal em seis remates só marcou um golo.

Não interessa agora fazer grandes considerações de ordem técnicas e táticas, porquanto, os jogadores escolhidos pelo selecionador Fernando Santos, de certa maneira reúnem um consenso generalizado da crítica especializada, e da minha em particular, pese embora, reconheça que, esperava mais de alguns dos jogadores da nossa equipa, os quais, têm estado em bom plano nos seus clubes, como são os casos de Gonçalo Guedes e Bernardo Silva.

Curiosamente a nossa seleção apesar de ostentar o título de campeã europeia, nunca teve grande cotação nas casas de apostas, mas o facto é que outras bem mais cotadas, tiveram o mesmo desempenho, ou pior, como foi o caso da Alemanha e da Argentina e por isso, os dois melhores jogadores do mundo Cristiano Ronaldo e Messi, estão fora do mundial.

Apesar do afastamento da seleção, eu não fiquei muito angustiado, porque esse tem sido o meu estado de alma, desde o início da crise do Sporting, faltando-me já a paciência para os sucessivos programas na CMTV debatendo essa crise, mais que o próprio mundial de futebol, assim como os comentários nas redes sociais dos partidários de Bruno de Carvalho, parecendo até que o Sporting nasceu com este presidente, apesar de já ter um passado de 112 anos.

Ainda a propósito da crise do Sporting quero salientar que, os jogadores que rescindiram o seu vínculo contratual alegando estarem afetados psicologicamente, mas  integrando a seleção como o Rui Patrício, William de Carvalho, Gelson Martins e Bruno Fernandes, afinal e ainda bem para a seleção, não deram grandes sinais disso.

Agora, espero que as entidades reguladoras, como os órgãos competentes da federação e os tribunais, julguem bem este caso, não só os prevaricadores dos incidentes de Alcochete, como as razões das rescisões dos jogadores. Tanto mais que, as cartas argumentarias das suas rescisões são todas iguais para os nove jogadores. Donde, ressalta que haverá aqui interesses obscuros, porquanto, foram cerca de trinta atletas envolvidos neste incidente, mas só nove é que rescindiram. Aliás o jogador que esteve na origem de todo este incidente, o argentino Marcos Acuña, nem sequer rescindiu.

Voltando a este Mundial de Futebol não sei porquê, mas não tinha grandes expetativas, de tal forma que nem sequer fiz a coleção dos cromos do Panini, a qual vinha colecionando desde o Mundial do México em 1986. Apesar disso e devido à minha atual condição de afastado do ativo, este Mundial foi aquele que, mais jogos vi na televisão.

Espero agora que a seleção se vá renovando para dar mais glórias desportivas aos portugueses, sem esquecermos que apesar de sermos um país pequeno no mundo, no ranquing futebolístico, ficamos entre os melhores dezasseis do mundo.

publicado por Nuno Santos às 10:39

Um outeiro secano residente em Lisboa, sempre atento às realidades da sua terra.
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