Existe um filme dos irmãos Cohen com o título “Este país não é para velhos”, ainda que o título possa ter duas leituras, objectivamente o título não se adequa ao nosso país, porque de facto, está a ficar cada vez mais envelhecido, e Outeiro Seco reflete bem essa situação, senão vejamos:
Na recente visita à aldeia, numa noite em casada minha mãe, demo-nos ao trabalho de fazer um mero exercício, contando as pessoas nascidas antes de 1933, ou seja, com mais de oitenta anos. Sem grande rigor embora não andemos longe da realidade contamos 67 pessoas, omitindo propositadamente as que eventualmente residem nos bairros de S. Bernardino e Cruzeiro, por não serem naturais da aldeia.
Eis a distribuição por bairros dessa demografia sénior:
Eiró 17
Papeiro 12
Borrajo 8
Pelâmes 5
Pontão 10
P. Manso 7
Crosseira 8
Total 67
Este número representa cerca de dez por cento da população de Outeiro Seco. Mas se este censo abrangesse os nascidos entre a década de 40 e 50, então esta percentagem subia quase para os cinquenta por cento, do total dos residentes na aldeia.
Há dias escrevi sobre o futuro Centro de Dia da AMA, e porque fiz algumas considerações, na minha óptica realistas, fui acusado de bota abaixo por um comentador anónimo.
Ora uma análise ligeira sobre estes números, parece-nos evidente a necessidade da construção do Centro de Dia e Noite, mas aqui fica um exercício interessante para os órgãos sociais da AMA, façam um levantamento junto desta população sénior, procurando saber quem e quanto estariam dispostos a pagar, para entrarem para o lar.
De salientar que a exigência deste levantamento já tinha sido feito pelos Serviços da Segurança Social, e mais que o mesmo, se fizesse junto da população de Outeiro Seco e Vilela Seca, onde também não existe nenhum equipamento desta natureza, e a Segurança Social queria agrupá-los com a nossa freguesia.
Na minha modesta opinião este deveria ser este o começo do processo, para evitar o tal elefante branco que, citei no outro post. Porque para lá da sua construção cuja missão é na actual conjuntura hercúlea, existe depois a questão da sua sustentabilidade a qual não é inferior.