Afinal em que ficamos! O presidente da república ao dizer ontem “Recordo que o actual Governo se encontra na plenitude das suas funções” inviabilizou o acordo que Passos Coelho e Paulo Portas tinham congeminado para a remodelação governamental.
Tudo isto por causa da última avaliação da Troika e ao que parece, de um novo resgate que aí vem, por isso os actuais políticos que se entendam durante mais um tempo, pois eleições antecipadas só haverá em 2014.
Assim sendo o ministro da Economia que já estava a arrumar as gavetas mantém-se, o Dr. Pires de Lima que se preparava para entrar lá vai continuar a ir a águas ao Vidago, resta esperar para ver se agora o Paulo Portas que estava demissionário, fica ou vai.
Quanto ao apelo do presidente para um governo de salvação nacional, a actual maioria com a protecção do próprio presidente da república, desbarataram essa possibilidade, pois quando da assinatura do plano de resgate o qual vinculava também o partido socialista depois disso, não lhe passaram “cavaco”.
Como sempre quem se lixa é o povo pois vêm aí tempos difíceis, o governador do Banco de Portugal disse-o ontem numa conferência e a imprensa estrangeira também já anda a escrevê-lo. Ora sabendo-se que os mercados vivem precisamente da especulação financeira, não vai ser fácil o nosso futuro próximo.
Tudo isto por causa da falta de uma liderança forte que não existe actualmente na Europa e muito menos em Portugal. Ora pelo que se soube ontem, parece que as previsões de um verão quente são para continuar, tanto mais que o presidente da república deixou de fora deste consenso nacional, os partidos com assento na assembleia da república à esquerda do PS, mas que são quase vinte por cento da população nacional, sem incluirmos aqueles, que não se sentem representados por nenhuns destes partidos.