Pese embora não seja um seu correligionário político tinha por Assunção Esteves alguma consideração, desde logo por ser como eu, uma transmontana em Lisboa e por ser minha contemporânea em Chaves, ela no Liceu e eu na Escola Industrial e Comercial.
Ontem desiludiu-me quando na Assembleia da República, perante a indignação de um grupo de trabalhadores da função pública, que face ao tema em discussão se for aprovado, ficam com o futuro em risco, Assunção Esteves disse – “não fomos eleitos para sermos amedrontados e desrespeitados” sendo ovacionada pelos deputados da maioria.
Acontece que Assunção Esteves citou Simone de Beauvoir, uma escritora e filósofa francesa, mulher de esquerda e defensora de causas bem diferentes, daquelas que Assunção Esteves e os deputados que a ovacionaram defendem.
Simone de Beauvoir escreveu perante a ocupação nazi do seu país “ Não podemos deixar que os nossos carrascos nos criem maus costumes”.
Ora os trabalhadores que se manifestaram nas galerias de S. Bento, não são os carrascos do povo e a assembleia da república, é a casa da democracia, logo não pode Assunção Esteves, impedir o povo de frequentar a sua casa, onde se discutem e aprovam as leis que o regem.