Ontem vi o filme a Gaiola Dourada realizado por um luso descendente, que retracta de uma forma simples e cómica, a nossa emigração em França, nos anos sessenta e setenta.
Segundo as crónicas este filme obteve um grande êxito em França, estando a repetir-se esse mesmo êxito em Portugal, de tal forma que já não me recordava de ter visto um filme com a sala cheia, mesmo nos fins de semana de inverno. Mas ontem apesar de ser uma quarta-feira à noite, a sala onde assisti à sua exibição, estava cheia.
O elenco é composto por actores franceses e portugueses, destacando-se a representação da Rita Blanco, cada ano que passa melhor actriz, pese embora o seu ar solto e despretensioso.
A emigração desse tempo foi uma emigração de homens e mulheres de trabalho, com pouca cultura mas dignos e apreciados pelos autóctones, por aquilo que faziam e bem, mas sobretudo pela sua simplicidade. Os homens trabalhavam basicamente na construção civil e as mulheres como porteiras, ou na limpeza das casas.
O filme demonstra alguma dificuldade da integração dos filhos, a maioria deles já nascidos em França, por isso aculturados a uma civilização bem diferente da dos seus pais.
É um filme que recomendo a quem o possa ver, esperando que passe em Chaves, uma região que tanto contribuiu para essa mesma emigração.